Novas descobertas de manuscritos bíblicos provêm informação adicional que ajuda a recuperar as palavras dos autores da Bíblia. Mesmo a descoberta de um fragmento de um pequeno manuscrito contendo poucas palavras que não aparecem nos manuscritos acessíveis, pode demonstrar-se valiosa para decidir o que um autor bíblico realmente escreveu num dado versículo.
O conhecimento das línguas antigas continua a crescer à medida que os arqueólogos descobrem documentos adicionais e inscrições que usam as línguas da Bíblia, ou línguas relacionadas.
Nossa própria língua sofre mudanças constantes. Palavras e expressões desaparecem do uso e são substituídas, ou assumem significados novos e diferentes. Esse processo tem sido acelerado pela comunicação em massa.
Algumas traduções novas adereçam um tipo de leitor que precisa da mensagem da Bíblia expressa de um modo particular. Por exemplo, algumas das traduções mais recentes são designadas para serem lidas em voz alta porque os tradutores reconhecem que muita gente prefere ouvir enquanto a Bíblia é lida para eles.
Que faz uma boa tradução?
Primeiro, devia ser baseada nos manuscritos mais antigos e melhores. Visto que os manuscritos bíblicos mais velhos não eram acessíveis ou não eram usados de modo consistente até 100 anos atrás, Bíblias traduzidas durante este século tendem a aderir mais de perto ao que os autores realmente escreveram do que as traduzidas anteriormente.
Segundo, devia traduzir corretamente as palavras ou pensamentos dos escritores da Bíblia. Há dois métodos principais de tradução: o formal e o dinâmico. Os que usam o primeiro método traduzem as palavras e deixam o leitor decidir o que estas palavras significam.
A maioria das traduções antigas eram feitas segundo este método. Os que usam o método dinâmico traduzem os pensamentos dos escritores bíblicos usando expressões modernas que expressam o que aqueles escritores queriam dizer. A maioria das traduções modernas seguem este método.
Qual é o melhor? Ambos podem produzir boas traduções, mas ambos podem deixar de transferir tudo o que os escritores bíblicos queriam dizer. Leitores da Bíblia empenhados em estudo sério podem combinar as vantagens de ambos os métodos usando uma tradução formal e uma dinâmica lado a lado.
Terceiro, devia traduzir os manuscritos numa linguagem clara e de leitura fácil. Muitas traduções modernas sucedem bem neste ponto.
Quem produz as melhores traduções da Bíblia?
Bíblias traduzidas por indivíduos são chamadas usualmente paráfrases. São fáceis de ler e compreender; com efeito, tendem a fazer a leitura da Bíblia mais excitante. O Dr. Jack Blanco, um professor adventista, publicou uma tal paráfrase em inglês, The Clear Word Bible (Review and Herald Publ. Assn., 1994).
Paráfrases, contudo, correm o risco de refletir as preferências doutrinais do autor. Por vezes, podem incluir pensamentos que realmente não estão na Bíblia.
Bíblias traduzidas por um grupo limitam o elemento tendencioso que entra numa tradução. Para leitura devocional, paráfrases têm seu lugar, mas para estudo sério as traduções feitas por grupos são mais dignas de confiança.
Deviam os Adventistas do Sétimo Dia ter sua própria tradução? Alguns têm sugerido que façamos nossa própria tradução, usando a perícia de muitos eruditos adventistas em todo o mundo. Contudo, tal decisão suscitaria suspeita de preconceito doutrinal, e limitaria nossa habilidade de ler e estudar a Bíblia com outros cristãos se usássemos nossa própria versão em vez de uma versão padrão.
A mensagem de Deus para todos devia ser bastante clara a despeito da tradução. O aparecimento de uma nova tradução nos oferece a oportunidade única de ampliar e aprofundar nossa compreensão da mensagem de Deus mediante Sua Palavra.
Diante de tantas versões, devemos examiná-las e ficar com a que mais se aproxime do texto original. Jesus nos aconselhou a examinarmos as Escrituras.
O fato de existirem várias versões novas, não quer dizer que as versões antigas deixarão de existir.