A dívida deixa a pessoa prisioneira da culpa e atrapalha até a vida íntima.
Tenho tido a oportunidade de viajar e fazer palestras sobre os princípios da economia doméstica. Ao fazê-lo, meu coração fica chocado com as muitas histórias trágicas que resultam da dependência financeira.
Felizmente, há um lado mais brilhante , uma luz no fim do túnel. Todos podem mudar sua situação financeira, não importa quão ruim esteja. Você pode sair da dívida.
Por que creio nisto? Deus dá esta admoestação: “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros” (Romanos 13:8). Deus ordena que devemos viver livres da dívida. E se Ele ordena, nos dará o poder para fazê-lo.
Salomão, compreendendo quão letal é a dívida, escreveu: “O que toma emprestado é servo do que empresta” (Provérbios 22:7). É quase impossível viver uma vida positiva quando se está enredado em dívidas. Então, como sair da dívida? Os seguintes passos podem ajudar:
Passo 1. Reconheça que você é o responsável por seu problema financeiro.
A maioria das pessoas faz o jogo do “quem é o culpado”. Culpam as pessoas por seu dilema financeiro. Mas o fato é que nós escolhemos entrar na dívida. Portanto, precisamos tomar conta de nosso dinheiro. Somos os únicos que podemos dirigir nosso navio para a independência econômica.
Passo 2. Reconheça que a dívida é prejudicial.
Somente depois que uma criança se queima é que deixa de pôr a mão no fogão. O processo para se sair da dívida é o mesmo. Quando vemos os efeitos da dívida, entramos em ação para sair dela. A dívida nos afeta em pelo menos três formas. Em primeiro lugar: destrói a saúde.
A escravidão financeira traz consigo a tensão mental. Os médicos descobriram que muitas enfermidades físicas, como fadiga, dor de cabeça, insônia e nervosismo, estão relacionadas com a tensão. Muitas pessoas hoje em dia vivem sob forte tensão. Estão preocupadas sobre como pagarão as coisas que compraram com o dinheiro que não tinham.
Em segundo lugar: a dívida provoca a desintegração do relacionamento familiar. À medida que cresce a dívida em casa, também aumenta a revolta e o ressentimento. Muitas vezes há discussões intermináveis, que geralmente terminam em comunicação rompida tanto verbal quanto sexualmente.
As estatísticas indicam que uma grande porcentagem de divórcios ocorre devido a dificuldades financeiras. Não são muitos casamentos que podem sobreviver a uma luta prolongada com a escravidão financeira.
E, por último: a dívida leva à morte espiritual. É difícil meditar em coisas de ordem espiritual quando as dívidas estão vencidas. A dívida atrapalha nossa comunicação com
Deus, freqüência à igreja e outros deveres religiosos. Isso ocorre devido ao sentimento de culpa, embaraço e um senso prejudicado de valor próprio.
Passo 3. Compreenda como você entrou na dívida.
Surpreendentemente, muitas pessoas não desejam encarar o modo como entraram em dívida. Muitos simplesmente crêem que foi um acidente. Mas, na realidade, as pessoas entram em dívida por quatro razões básicas.
A primeira é a falta de objetivos financeiros. As famílias que não tem objetivos financeiros são as primeiras candidatas a gastar descontroladamente. Tendem a viver para o dia de hoje, cuidando apenas das necessidades do presente.
Tentar se igualar aos outros é outra razão pela qual as pessoas se endividam. As pessoas que agem assim determinam suas necessidades observando o que os outros têm. Lembre-se: nem tudo o que reluz é ouro.
Outra causa da dependência financeira é o abuso do crédito. O crédito é como o fogo. O fogo pode fazer muitas coisas boas quando está sob controle. Mas quando está fora do controle, o fogo destrói. Poucas pessoas se contentam em esperar e poupar para fazer compras. Vivemos numa sociedade de “compre agora, pague depois”.
Finalmente, muitas famílias estão em dívida porque não tem um plano para emergências. A família inteligente separa uma parte do salário para a poupança. Salomão aprendeu com a formiga a importância de poupar. A formiga estoca suprimentos durante o verão para que possa ter o que comer no inverno (ver Provérbios 6:6-8).
Antes de discutirmos como sair da dívida, é preciso compreender que sair da dívida não é fácil. Num mundo de mentalidade consumista, sair da dívida é uma estrada solitária a ser percorrida, e não acontece da noite para o dia.
É mais ou menos como perder peso: se você emagrecer rápido demais, voltará a ganhar todos os quilos outra vez; mas se emagrecer num prazo razoável de tempo, geralmente vai manter a forma. A coisa mais importante a ser lembrada sobre manter o peso ou manter-se sem dívidas é que você precisa mudar seus hábitos de comer ou de gastar. Os hábitos negativos levam tempo para se estabelecerem e o mesmo acontece com os positivos.
Passo 4. Faça um levantamento de todas as suas dívidas.
Você nao pode saber para onde vai se não souber onde está. Anotar a quantia que você deve em todas as suas dívidas o ajudará a determinar exatamente qual sua posição financeira.
Passo 5. Elabore um orçamento.
Um orçamento é um guia para gastos. É um método de dizer a seu dinheiro para onde ele vai em vez de perguntar a ele onde esteve. Não existe liberdade irrestrita. Fazer um orçamento é fazer a restrição que permite a liberdade financeira.
Passo 6. Estabeleça prioridades.
A fim de sair da dívida você precisa começar a experimentar algum sucesso. Isso é possível trabalhando primeiro em suas contas pequenas. Você não pode comer um sanduíche com uma mordida só, mas muitas pequenas mordidas o liquidarão aos poucos. Quando uma conta for quitada, acrescente a quantia deste pagamento às outras contas, e em um prazo mais curto do que você esperava estará livre da dívida.
Passo 7. Comunique-se com os credores.
Explique aos seus credores seu plano para sair da dívida. Na execução desse plano, pode ser que você precise baixar seus pagamentos mensais para cada credor. Se este é o caso, explique completamente sua condição financeira e faça um compromisso que você possa manter até que a dívida esteja paga.
Passo 8. Não olhe vitrines.
Quando você está procurando sair da dívida, o que você não precisa é de tentação. Procure outros tipos de recreação. Aquilo que você vê, você é tentado a comprar. Evite as tentações.
Passo 9. Compre à vista.
Você se surpreenderá em como você se torna consciencioso sobre gastos quando começa a comprar à vista. Diga a si mesmo: “Se não posso pagar à vista, então não posso comprar”.
Passo 10. Peça a ajuda de Deus.
O último passo, mas definidamente não o menos importante, é tomar a Deus como seu sócio para sair da dívida. Esse é, de fato, um assunto com o qual Deus está preocupado em sua vida. Apresente seu plano financeiro e suas necessidades a Deus. Creia que Ele o ajudará a sair da dívida.
Numa era em que a dependência financeira é comum e mesmo popular, e em que ter cartões de crédito é sinal de prestígio, precisamos constantemente lembrar a nós mesmos que Jesus nos chamou para a vida mais abundante – e para uma vida de autocontrole.
E não importa quão atrativas sejam as coisas que nos fazem entrar em dívidas, lembre-se de que a dívida é um jugo de escravidão. Não se deixe enganar. Determine-se a sair da dívida.