'Jesus viu Natanael vir ter com ele, e disse dele: Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo'. (João 1:47)
I. Nós podemos observar o que está inserido, em ter nossos corações verdadeiros para Deus.
II. Entretanto, como o coração dele é 'um Israelita de fato', é verdadeiro para Deus, então, suas palavras são ajustadas a isto: E não existe fraude alojada em seu coração, de maneira que existe nenhuma encontrada em seus lábios.
1. Alguns anos atrás, um homem muito engenhoso, Professor Hutcheson de Glasgow, publicou dois tratados sobre, 'A Origem de Nossas Idéias de Beleza e Virtude'. No mais recente deste, ele mantém que a mesma essência da virtude é o amor ao nosso próximo.
Ele se esforça para provar que virtude e benevolência são uma e a mesma coisa; que cada temperamento é apenas tão virtuoso, quando compartilha da mesma natureza da benevolência; e que todas as nossas palavras e ações são, então, apenas virtuosas, quando elas brotam do mesmo princípio. 'Mas ele não supõe que a gratidão, ou o amor a Deus é o alicerce dessa benevolência?'. De maneira alguma: Tal suposição como esta nunca entrou em sua mente.
Mais do que isto, ele supõe justamente o contrário: Ele não tem o menor escrúpulo de afirmar que, se algum temperamento ou ação for produzido através de alguma consideração para com Deus, ou visando alguma recompensa Dele, ele não é virtuoso, afinal; e que, se uma ação brotar parcialmente da benevolência, e parcialmente de um propósito para com Deus, quanto mais existe neste propósito, menos existe de virtude.
2. Eu não posso ver esse bonito ensaio do Sr. Hutcheson em alguma outra luz do que como um respeitável, e, no entanto, mais perigoso, ataque sobre toda a Revelação Cristã: Uma vez que este afirma que o amor de Deus é o alicerce verdadeiro, ambos do amor ao próximo, e todas as outras virtudes; e, por conseguinte, coloca isto como 'o primeiro e o grande mandamento', sobre o qual todo o restante depende, 'Tu deverás amar o Senhor teu Deus com todo teu coração, e com toda tua mente, e com toda a tua alma, e com todas as tuas forças'. De modo que, de acordo com a Bíblia, benevolência, ou amor ao próximo é apenas o segundo mandamento. E supondo-se que as Escrituras sejam de Deus, está muito longe de ser verdade que a benevolência apenas é ambos fundamento e essência de toda virtude, e que, a própria benevolência não é virtude, afinal, exceto se brotar do amor de Deus.
3. Ainda assim, não pode ser negado que este escritor tem uma nota, sem grande importância, em favor do Cristianismo. 'Quem não desejaria', diz ele, 'que a Revelação Cristã pudesse ser provada ser de Deus'. Considerando que é, inquestionavelmente, a mais benevolente instituição que alguma vez apareceu no mundo! Mas este não é, se for considerado totalmente, um outro ataque na mesma raiz daquela Revelação?
Não é, mais ou menos, dizer: 'Eu desejo que possa; mas, na verdade não pode ser provado?'.
4. Um outro escritor engenhoso apresenta uma hipótese totalmente diferente desta. O Sr. Wollaston, no livro que ele intitula, 'A Religião da Natureza Delineada', esforça-se para provar que a verdade é a essência da virtude, ou semelhante à verdade. Mas, parece que o Sr. Wollaston vai mais além da Bíblia que o próprio Sr. Hutcheson. Porque o projeto do Sr. Hutcheson coloca de lado um ou dois grandes mandamentos, ou seja, 'Tu deves amar ao Senhor teu Deus'; considerando que o Sr. Wollaston coloca de lado ambos: uma vez que sua hipótese não dá lugar para a essência ou a virtude, seja no amor de Deus, ou no amor ao próximo.
5. De qualquer modo, ambos esses autores concordam, embora que de maneira diferente, em separar o que Deus juntou. Mas Paulo os une ao nos ensinar 'a falar da verdade no amor'. E, indubitavelmente, ambos, verdade e amor, foram unidos nele, a quem Ele, que conhece os corações de todos os homens dá este caráter amável, 'Observe um Israelita de fato, em quem não há fraude!'.
6. Mas quem é este, a quem nosso abençoado Senhor dá este glorioso testemunho? Quem é este Natanael, a quem tão notável relato é dado na última parte do capítulo diante de nós? [João I] Não é estranho que ele não seja mencionado novamente em alguma parte do Novo Testamento? Ele não é mencionado novamente, sob este nome; mas, provavelmente ele tinha um outro, por meio do qual ele era mais comumente chamado. Geralmente os anciãos acreditavam que ele é a mesma pessoa que está em algum lugar denominada de Bartolomeu; um de nossos Apóstolos do Senhor, e um que, no registro deles, ambos por Mateus e Marcos, está situado imediatamente depois de Felipe, que primeiro o trouxe para seu Mestre. É muito provável, que seu nome próprio fosse Natanael – um nome comum em meio aos judeus; e que seu outro nome, Bartolomeu, significando apenas o filho de Ptolemy, foi derivado de seu pai, um costume que era, então, muito comum entre os judeus, assim como os pagãos.
7. Como pouco é falado sobre ele no contexto, ele parece ter sido um homem de excelente espírito; não precipitado em crer, e ainda assim, aberto a ser convencido, e de boa bondade para receber a verdade, de onde quer que ela venha. Então nós lemos em (João 1:45-46) ' Filipe achou Natanael', (provavelmente pelo que nós denominados acidente) 'e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José. Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré'. Moisés falou, ou os profetas escreveram de algum profeta que veio de lá? 'Disse-lhe Filipe: Vem, e vê'; e tu serás logo capaz de julgar por ti mesmo. Natanael aceitou seu conselho, sem ficar para conferir com a carne e o sangue. (João 1:47) 'Jesus viu Natanael vir ter com ele, e disse dele: Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo. Disse-lhe Natanael', sem dúvida com suficiente surpresa, 'De onde me conheces tu? Jesus respondeu, e disse-lhe: Antes que Filipe te chamasse, te vi eu, estando tu debaixo da figueira. Natanael respondeu, e disse-lhe', -- tão logo todo preconceito se fora! 'Rabi, tu és o Filho de Deus; tu és o Rei de Israel'.
Mas o que está contido na afirmação de nosso Senhor, sobre o caráter dele? 'Em quem não encontramos dolo'. Pode estar incluído tudo que está contido neste conselho: -- "Ainda permitas que teu coração seja verdadeiro para Deus. Tuas palavras a ele, e tuas ações a ambos".
I
1. Nós podemos observar, primeiro, o que está contido em ter nossos corações verdadeiros para Deus. Isto não implica algo menos do que está incluído naquele comando gracioso, 'Meu filho, dê-me teu coração?'. Então, nosso coração só é verdadeiro para Deus, quando nós o damos a ele. Nós damos nosso coração a ele, em um grau mais profundo, quando buscamos nossa felicidade nele; quando nós não buscamos gratificar 'o desejo da carne', -- em algum dos prazeres do sentido; nem em gratificar 'o desejo dos olhos', -- em algum dos prazeres da imaginação, se pelos objetos grandes, novos ou bonitos, se de natureza ou arte; nem no 'orgulho da vida', -- na 'honra que vem dos homens', em ser amado, estimado e aplaudido por eles; nem ainda, no que alguns denominam, com igual imprudência e ignorância, da principal oportunidade, 'o deitar tesouros na terra'. Quando nós buscamos felicidade em nenhum desses, mas em Deus somente, então, nós, em algum sentido damos nosso coração a Ele.
2. Mas de uma maneira mais apropriada, nós damos nosso coração a Deus. Quando nós não apenas buscamos, mas encontramos felicidade Nele. Esta felicidade, indubitavelmente começa, quando nós começamos a conhecê-lo, através do ensinamento de seu próprio Espírito; quando agrada ao Pai revelar seu Filho em nossos corações, de modo que nós podemos humildemente dizer, 'Meu Senhor e meu Deus'; e quando o Filho se agrada de revelar seu Pai em nós, pelo 'Espírito de adoção, clamando em nossos corações, Aba Pai', e 'testemunhando com nossos espíritos que somos filhos de Deus'. Então, é que o amor de Deus também é espalhado largamente em nossos corações'. E, conforme o grau de nosso amor, é o grau de nossa felicidade.
3. Mas tem sido questionado, se é desígnio de Deus que a felicidade que, a princípio, é desfrutada por todos que o conhecem e o amam, pode continuar algum tempo mais, do que, por assim dizer, o dia de sua suas bodas. Em muitos, nós devemos admitimos, ela não pode; mas, em alguns poucos meses, talvez, semanas, ou mesmos dias, a alegria e paz, tanto desaparecem, imediatamente, quanto gradualmente declinam. Agora, se Deus estiver disposto de que sua felicidade possa continuar, como isto deverá irá acontecer?
4. Eu acredito, muito facilmente: A exortação de Judas -- (Judas 1:21) 'Conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna', certamente implica que alguma coisa deve ser feita de nossa parte, com o objetivo de sua continuidade. E isto não está de acordo com aquela declaração geral de nosso Senhor, concernente a este, e a todo dom de Deus? (Lucas 8:18) 'Vede, pois, como ouvis; porque a qualquer que tiver lhe será dado, e a qualquer que não tiver', ou seja, não o usa, não o aperfeiçoa, 'até o que parece ter lhe será tirado'.
5. De fato, parte deste verso é traduzida, em nossa versão, 'Aquele que ele parece ter'. Mas é difícil raciocinar sobre isso. Porque, se ele apenas parece ter este, ou algum outro dom de Deus, ele realmente não o tem. E, se for assim, ele não poderá ser tirado: porque nenhum homem pode perder o que ele nunca teve. É claro, portanto, que devemos conferir à frase original o significado de que ele seguramente tem o dom. Portanto, quem quer que se aperfeiçoe na graça que ele já recebeu; quem quer que se aperfeiçoe, no amor a Deus, irá certamente retê-los. Deus irá continuar, sim, a dá-los, mais abundantemente; enquanto que, quem quer que não aperfeiçoe estes talentos, não poderá possivelmente retê-los. Não obstante tudo que ele possa fazer, eles irão infalivelmente ser tirados dele.
II
1. Entretanto, como o coração dele, que é o de 'um israelita de fato', é verdadeiro para Deus, então, suas palavras são adequadas a isto: E como não existe fraude, habitando em seu coração, então nenhuma é encontrada em seus lábios. A primeira coisa inserida nela é a veracidade, -- o falar a verdade do seu coração, -- o jogar fora toda mentira obstinada, de todo tipo e grau. Uma mentira, de acordo com uma definição dela é: 'a falsidade, conhecida ser tal, por quem fala, e proferida com a intenção de ludibriar'. Mas, mesmo o falar uma falsidade não é uma mentira, se não é falada com a intenção de enganar.
2. A maioria dos sofistas, particularmente os da Igreja de Roma, distinguem a mentira em três tipos: O Primeiro tipo é o da mentira maliciosa; o Segundo, o da mentira danosa; e o Terceiro, o da mentira oficiosa: Concernente as quais eles passam um julgamento muito diferente. Eu não conheço alguém que seja tão audacioso, até mesmo, para desculpar, muito menos defender mentiras maliciosas; ou seja, aquelas que são ditas com o objetivo de ferir alguém: Essas são condenadas por todas as facções. Os homens estão, mais ou menos, divididos em seu julgamento, com respeito às mentiras inofensivas, tais que se supõe não fazerem nem bem, nem mal. A generalidade dos homens, mesmo no mundo cristão, as profere, sem qualquer escrúpulo, e abertamente as mantém, uma vez que, se elas não causam dano a ninguém, elas não causarão dano a quem as profere. Quer causem ou não, elas não têm certamente lugar algum na boca daquele que é 'um israelita de fato'. Ele não pode dizê-las no gracejo, mais do que na sinceridade. Nada, a não ser a verdade é ouvida de sua boca. Ele se lembra da ordem expressa de Deus aos Efésios cristãos: (Efésios 4:25) 'Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros'.
3. Têm existido inúmeras controvérsias, na Igreja Cristã, com respeito às mentiras oficiosas; aquelas que são faladas com o objetivo de se fazer o bem. Abundância de escritores, e aqueles homens de renome, pela devoção, assim como de aprendizado, têm publicado volumes completos sobre o assunto, e, a despeito de todo os opositores, não apenas mantiveram que elas são inocentes, mas as recomendaram como meritórias. Mas o que dizem as Escrituras? Uma passagem é tão expressiva que não existe necessidade de alguma outra. Ela ocorre no terceiro capítulo da Epístola aos Romanos, onde as mesmas palavras do Apóstolo são: (Romanos 3:7-8) 'Mas, se pela minha mentira abundou mais a verdade de Deus para glória sua, por que sou eu ainda julgado também como pecador?'. (Essa mentira não deveria ser desculpada, por causa do bom efeito dela?) 'E por que não dizemos (como somos blasfemados, e como alguns dizem que dizemos): Façamos males, para que venham bens? A condenação desses é justa'. Aqui, o Apóstolo claramente declara:
1o. Que o bom efeito de uma mentira não a desculpa.
2o. Que é uma mera calúnia junto aos cristãos dizer: 'Eles ensinam aos homens a fazerem o mal para que o bem sobrevenha'.
3o. Que, se alguém, de fato, faz isto; tanto ensina aos homens a fazerem o mal para que o bem venha, quanto o fazem por si mesmos; a condenação deles é justa. Isto é particularmente aplicado a esses que dizem mentiras, com o objetivo de fazer o bem por meio delas. Segue-se que as mentiras oficiosas, assim como todas as outras, são uma abominação para o Deus da verdade. Por conseguinte, não existe absurdo, por mais estranho que possa parecer, no que diz um antigo padre: 'Eu não diria uma mentira proposital, para salvas as almas do mundo todo'.
4. A segunda coisa que está inserida no caráter de um 'israelita de fato', é a sinceridade. A veracidade é o oposto da mentira; então, a sinceridade é o oposto da astúcia. Mas não é o oposto da sabedoria, da discrição, que são bem consistentes com ela. 'Mas qual a diferença entre sabedoria e astúcia? Elas não são quase, se não completamente, a mesma coisa?'. De maneira alguma. A diferença entre elas é excessivamente grande. Sabedoria é a faculdade de discernir os melhores objetivos, e os meios mais adequados de atingi-los. A finalidade de toda criatura racional é Deus: o desfrutar dele, no tempo e na eternidade. O melhor meio de obter isto, de fato, é apenas pela 'fé que é operada pelo amor'. A prudência verdadeira, no sentido geral da palavra, é a mesma coisa que sabedoria. Discrição é um outro nome para a prudência, -- se ela não for, preferivelmente, uma parte dela, quando, algumas vezes, ela é atribuída ao nosso comportamento exterior, -- e significa o ordenar nossas palavras e ações, corretamente. Do contrário, a astúcia (como ela é usualmente denominada em meio aos homens comuns, mas diplomaticamente entre os grandes) é, em termos claros, nem melhor, nem pior do que a arte de ludibriar. Se, portanto, ela for alguma sabedoria, afinal, ela deverá ser 'sabedoria do inferno; brotando do abismo sem fim, e conduzindo ao lugar de onde ela veio'.
5. Os dois grandes meios que a astúcia usa, com o objetivo de ludibriar são a simulação e a dissimulação. A simulação é parecer sermos o que não somos; a dissimulação é o não parecer sermos o que verdadeiramente somos; de acordo com um verso antigo: Quod non est simulo: Dissimuloque quod est. Ambos são comumente denominados 'distorcer os fatos'. Inumeráveis são as formas que a simulação impõe com o objetivo de enganar. E quase tantas são usadas pela dissimulação para o mesmo propósito. Mas um homem de sinceridade as evita, e sempre aparece exatamente o que ele é.
6. 'Mas suponhamos que nós estamos envolvidos com homens astutos, nós não podemos usar de silêncio ou reserva, especialmente, se eles fazem perguntas insidiosas, sem cairmos na imputação de astúcia?'. Sem dúvida, nós podemos: Mais ainda, nós devemos, em muitas ocasiões, tanto manter completamente silêncio, ou falarmos com, mais ou menos, reserva, como as circunstâncias possam requerer. Dizer nada, afinal, é, em muitos casos, consistente com a mais alta sinceridade. E, assim, é falar com reserva; é dizer apenas uma parte; talvez, uma pequena parte do que nós sabemos. Mas pretender que isto seja tudo, isto seria o contrário da sinceridade.
7. Uma questão mais difícil do que esta é: "Nós não podemos falar a verdade, com o objetivo de enganar? Como aquele do passado, que irrompeu em uma exclamação aplaudindo sua própria ingenuidade: 'Isto eu tomo como minha obra-prima, para enganá-los, falando a verdade!'". Eu respondo: Um ateu poderia vangloriar-se disto. Mas um cristão não. Porque, embora isto não seja contrário à veracidade, ainda assim, é contrário à sinceridade. Por conseguinte, o caminho mais excelente, se nós julgamos apropriado falar, afinal, é colocarmos fora ambos a simulação e a dissimulação, e falarmos a verdade nua e crua do nosso coração.
8. Talvez, isto seja razoavelmente denominado de simplicidade. Ela vai um pouco mais além da própria sinceridade. Ela não implica, Primeiro, o não conhecer a falsidade; e, Segundo, o não propositadamente enganar alguém; mas, Terceiro, o falar claramente e naturalmente a qualquer um, quando falamos, afinal; o falar como criança pequena, de maneira pueril, embora não de uma maneira imatura. Isto não exclui totalmente o uso de alguma recomendação? Uma palavra vil, mesmo o som dela eu abomino; concordando completamente com nosso poeta: -- "Não foi um bom dia, quando a uma bajulação vil foi chamada de elogio!".
Eu aconselho aos homens de sinceridade e simplicidade a nunca terem aquela palavra tola em suas bocas; mas para trabalharem para manter a maior distância, tanto do nome quanto da coisa.
9. Não muito antes, quando um notável Estadista enviou um Prelado, através dos mares, pelo muito famoso Ato de dores e penalidades, diversos Bispos atacaram o Bispo Atterbury, então, Bispo de Rochester, imediatamente; e perguntaram: 'Meu Senhor, porque você não permite que seus servos o contradigam, quando você não quer companhia? Não se trata de uma mentira, eles dizerem que seu senhor não está em casa; porque isto não engana ninguém: Todos sabem que isto significa apenas, que seu senhor está ocupado!'. Ele respondeu: 'Meus senhores, se isto for (o que eu duvido) consistente com a sinceridade; ainda assim, eu estou certo de que não é consistente com aquela simplicidade que faz de um cristão, bispo'.
10. Mas, para retornarmos. A sinceridade e simplicidade daquele, em quem não existe dolo, têm igualmente uma influência em todo seu comportamento: Elas dão um brilho a toda sua conversa exterior; que, embora esteja muito distante da grosseria e mal-criação; da aspereza e mau humor, ainda assim é clara e sincera, e livre de todo disfarce, sendo o próprio retrato do seu coração. A verdade e amor que continuamente reinam lá produzem uma abertura, e um semblante sereno; tal que não é pretensão alguma dizer, com aquele arrogante rei de Castela: Quando Deus fez o homem, ele deixou um defeito essencial: Ele deveria ter colocado uma janela em seu peito'; -- já que ele abre a janela de seu próprio peito, através de todo o teor de suas palavras e ações.
11. Isto, então, é a virtude real, genuína, sólida. Não a verdade apenas, nem a conformidade para com a verdade. Esta é uma propriedade da virtude real, não a essência dela. Não amor somente; embora isto chegue perto do ponto: Porque amor, em um sentido, 'é o cumprimento da lei'. Não: A verdade e amor juntos são a essência e virtude da santidade. Deus indispensavelmente requer 'a verdade em todas as partes interiores', influenciando todas as nossas palavras e ações. Sim, a própria verdade, separada do amor, é nada aos Seus olhos. Mas permita que o amor humilde, gentil, paciente para com toda a humanidade seja fixado em seu devido alicerce, ou seja, no amor de Deus, brotando da fé, da convicção completa de que Deus deu seu único Filho, para morrer por nossos pecados; e, então, tudo irá se explicar naquela grande conclusão, meritória de ser recebida por todos os homens: 'Nem a circuncisão; nem a incircuncisão têm proveito algum, a não ser a fé que é operada pelo amor'.
[Editado por George Lyons da Northwest Nazarene College (Nampa, ID), para a Wesley Center for Applied Theology.]
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