Pregado, diante da Sociedade, para a reforma das condutas, no domingo de 30 de Janeiro de 1763, na Capela em West-Street, na cidade de Seven Dials.
"Quem se levantará a meu favor, contra os perversos?" (Salmos 94:16)
1. Em todos os tempos, os homens, que nem temeram a Deus, nem consideraram o homem, têm se unido, e formado alianças, para levarem adiante as obras da escuridão. E nisso, eles têm mostrado, a si mesmos, sábios, em suas gerações; porque, desse modo, eles efetivamente promovem mais o reino do pai deles, o diabo. Por outro lado, os homens, que temeram a Deus, e desejaram a felicidade de seus companheiros, têm achado necessário, em todos os tempos, reunirem-se, com o propósito de se oporem aos trabalhos da escuridão, para expandirem o conhecimento de Deus, o Salvador deles, e promoverem seu reino sobre a terra.
De fato, Ele próprio os tem instruído a fazer assim. Desde que os homens estão sobre a terra, Ele os tem ensinado a se reunirem, em seu serviço ministerial, e os tem unido, em um só corpo, através de um Espírito único. E, para esse mesmo propósito, Deus os tem juntado, "para que eles possam destruir as obras do mal"; primeiro, neles que já estão unidos, e, através deles, a todos que necessitam ao redor deles.
2. Esse é o desígnio original da Igreja de Cristo. Ela é um corpo de homens compactados, com o propósito, primeiro de salvar, cada um, a sua própria alma; então, assistir, um ao outro, no trabalho da salvação; e, mais tarde, tão longe quanto esteja colocado neles, salvar todos os homens da miséria presente e futura, para aniquilar o reino do mal, e estabelecer o reino de Cristo. E este deve ser o cuidado e esforço contínuos de cada membro de sua Igreja; do contrário, este será merecedor de ser chamado um membro dela, uma vez que ele não é um membro vivo de Cristo.
3. Conseqüentemente, esse deve ser o cuidado e esforço constante de todos esses que estão unidos nesses reinos, e são comumente chamados de A Igreja da Inglaterra. Eles estão unidos, para esse mesmo propósito: oporem-se ao mal e a todas as suas obras, e empreenderem uma guerra contra o mundo e a carne, os aliados constantes e fiéis dele.
Mas eles, de fato, respondem pela finalidade dessa união? Todos aqueles que se intitulam "membros da Igreja da Inglaterra", opondo-se de todo coração às obras do mal, e lutando contra o mundo e a carne? Ai de mim! Nós não podemos dizer isso! Bem longe desse propósito, é que a grande parte; eu temo, a maior parte deles é também do mundo, -- as pessoas que não conhecem a Deus para algum propósito de salvação, estão favorecendo a carne, dia a dia, com as afeições e desejos, em vez de "mortificá-la", e fazendo, eles mesmos, esses trabalhos do mal, que eles estão peculiarmente engajados a destruírem.
4. Existe ainda, entretanto, mesmo nesses condados cristãos, (como nós cortesmente intitulamos a Grã-Bretanha), sim, nessas igrejas cristãs (se nós podemos dar este titulo para a parte principal de nossa nação), alguns para "se erguem contra o iníquo", e reúnem-se "contra os malfeitores". Mais do que isso, nunca houve mais necessidade, do que nesses dias, daqueles "que temem ao Senhor, de falarem, freqüentemente", sobre esse mesmo assunto: como eles poderiam "levantar um estandarte contra a iniqüidade", que inunda a terra. Existe motivo abundante para todos os servos de Deus reunirem-se contra as obras do mal; com os corações, desígnios e esforços unidos, para construírem um suporte para Deus, e para reprimirem, tanto quanto está colocado neles, essas "inundações de incredulidade".
5. Para esse mesmo propósito, poucas pessoas, em Londres, já no fim do último século, uniram-se, e, depois de algum tempo, estabeleceram a Sociedade para a Reforma das Maneiras; realizando um trabalho inacreditável, durante quase quarenta anos. Mas, então, a maioria dos membros originais, tendo ido buscar o seu galardão, aqueles que os sucederam, cresceram fracos, em suas mentes, e se afastaram da obra: De modo que, uns poucos anos atrás, a Sociedade cessou; nem alguma outra do tipo permaneceu no reino.
6. É uma sociedade com as mesmas características, a que tem se formado ultimamente. Eu proponho mostrar: (1) A natureza do objetivo deles, e os passos que eles têm tomado nessa direção; (2) A excelência dela; com as várias objeções que têm sido levantadas contra; (3) Como devem ser os homens que pretendem engajar-se, em tal propósito; (4) Com que espírito, e de que maneira, eles deveriam prosseguir na execução dela. Eu devo concluir com uma aplicação, a eles e a todos os que temem a Deus.
I
(1) Eu, Primeiro, vou mostrar a natureza do objetivo deles, e os passos que eles terão que tomar nessa direção.
A primeira menção feita sobre a profanação grosseira e aberta do dia sagrado, por pessoas comprando, vendendo e mantendo as lojas abertas, tomando bebida alcoólica nas tabernas, de pé, ou sentadas, nas estradas e campos, mascateando suas mercadorias, como nos dias comuns; especialmente, em Moorfields, que ficava, então, cheia, todo domingo, de uma extremidade à outra, aconteceu no dia do Senhor, em Agosto de 1757, em um pequeno grupo que se encontrava comigo para oração e conversas religiosas. Nesse dia, foi considerado qual método seria usado para remediar tais calamidades, ficando acertado que seis pessoas do grupo poderiam, de manhã, esperar pelo Sr. John Fielding para instrução. Eles assim o fizeram. O Sr. Fielding aprovou o que fora designado, e os dirigiu a como levar isso em execução.
(2) Eles, primeiro, entregaram petições ao ilustre Sr. Prefeito, e ao Conselho Municipal; para sala de Justiça, em Hick's Hall; e aquelas em Westminster, e receberam de todos esses honrados cavalheiros muitos incentivos para prosseguirem.
(3) Em seguida foi julgado apropriado expressarem o objetivo deles para as muitas pessoas notáveis do grupo, e para o corpo de clérigos, assim como para os Ministros de outras denominações, pertencentes às diversas igrejas e assembléias, dentro e nos arredores das cidades de Londres e Westminster, e ele tiveram a satisfação de se encontrarem com o consentimento afetuoso e a aprovação universal deles.
(4) Eles, então, imprimiram e distribuíram, às próprias custas, diversos milhares de livros de instrução para os Condestáveis (guardas) e outros Oficiais Paroquianos, explicando e reforçando as diversas obrigações deles: E, para prevenir, tanto quanto possível, a necessidade de procedimento, para uma execução atual das leis, eles igualmente imprimiram e distribuíram, em todas as partes da cidade, dissuasivos da profanação do Sabbath, extraído dos Atos do Parlamento contra isso, e notificações para os ofensores.
(5) O caminho sendo pavimentado por essas precauções, no início do ano de 1758, depois das notificações serem entregues, várias vezes, e de serem freqüentemente desprezadas, foi que as informações atuais foram feitas para os Magistrados contra as pessoas que profanavam o dia do Senhor. Dessa forma, eles primeiro limparam as ruas e campos desses ofensores notórios, que, sem qualquer cuidado, tanto para com Deus, quanto para com o rei, estavam vendendo suas mercadorias de manhã à noite. Daí, prosseguiram em direção à mais difícil das tentativas: prevenir o uso de bebidas alcoólicas, no dia do Senhor, quando o homem gasta na taberna, o tempo que deveria ser gasto no trabalho mais imediato de adoração a Deus.
Com isso, eles foram expostos a uma abundância de reprimendas, insultos e abusos de todo tipo; tendo não apenas os grandes bebedores, e aqueles que os entretinham, os donos das tabernas, para lutarem contra eles, mas os homens ricos e honoráveis — em parte, os senhorios desses donos das cervejarias — em parte, aqueles que as abasteciam com bebidas, e, em geral, todos que ganhavam através dos pecados deles. Alguns desses eram, não apenas homens de posses, mas homens, na autoridade; além do que, eles eram as mesmas pessoas, diante dos quais os delinqüentes eram trazidos, em mais de uma ocasião. E o tratamento que eles deram a esses que forneceram as notificações, naturalmente encorajou "as pessoas selvagens" a seguirem o exemplo, tratando-os como indivíduos não adequados a viverem sobre a terra. Em conseqüência disso, não tiveram escrúpulo, não apenas para tratá-los com a linguagem mais vil, atirando neles lama e pedras, ou o que viesse a mão, mas, muitas vezes, batendo neles, sem misericórdia, e arrastando-os contra as pedras, ou pelas sarjetas. E se eles não os assassinaram, não foi por falta de vontade, mas porque a rédea estava em seus dentes.
(6) Então, tendo recebido ajuda de Deus, eles seguiram restringindo os padeiros igualmente, de gastarem tão grande parte do dia do Senhor, exercitando o trabalho de sua profissão. Mas muitos desses eram mais nobres do que taverneiros. Eles estavam longe de se ressentirem, ou olharem para isso, como uma afronta, e mesmo os que tinham se precipitado a agir, contrário às suas próprias consciências, sinceramente agradeceram o trabalho deles, e reconheceram isso como uma real generosidade.
(7) Da limpeza das ruas, campos e bares dos profanadores do Sabbath, eles se lançaram sobre uma outra espécie de ofensores, tão danosos para a sociedade, quanto qualquer outro, isto é, os vários tipos de jogadores. Alguns desses eram da classe mais baixa e mais vil, comumente chamados apostadores; cujo comércio é apanhar os homens jovens e inexperientes, desviando a atenção de todo o dinheiro deles; e, depois de levá-los à miséria, freqüentemente lhes ensinarem o mesmo mistério da iniqüidade. Diversos ninhos desses, eles têm extirpado; e, não poucos deles têm sido constrangidos a honestamente ganharem o pão de cada dia, através do suor do seu rosto e do trabalho de suas mãos.
(8) Crescendo em número e força, eles estenderam seus horizontes, e começaram não apenas a reprimir a blasfêmia profana, mas a remover de nossas ruas, outra praga pública, e escândalo para o nome Cristão, as prostitutas comuns. Muitas dessas foram impedidas de exercerem seus meios de vida da maldade audaciosa. E, com o objetivo de ir até a raiz do mal, muitas das casas que as abrigavam foram detectadas, acionadas de acordo com a lei, e totalmente suprimidas. E algumas dessas mulheres pobres e desoladas, embora caídas na linha mais baixa da infâmia humana, têm reconhecido a providência graciosa de Deus, e romperam com seus pecados através do arrependimento eterno. Diversas dessas foram removidas, e diversas recebidas no Hospital Magdalene.
(9) Se uma pequena digressão é possível ser permitida, quem poderá admirar suficientemente a sabedoria da Providência Divina, na disposição dos tempos e épocas, de maneira a ajustar uma ocorrência a outra? Por exemplo: Justamente, no momento em que muitas dessas pobres criaturas tendo cessado o curso do pecado, encontraram um desejo de levarem uma vida melhor, como em resposta àquela triste questão: "Mas, e se eu abandonar essa vida, o que eu posso fazer para viver, já que eu não sou dona de algum comércio; e não tenho amigos que irão me receber?". Eu digo, exatamente nesse momento, que Deus tem preparado o Hospital Magdalen. Aqui, aquelas que não têm comércio, nem qualquer amigo para recebê-las, são recebidas com toda a ternura; sim, elas podem viver, e com conforto, sendo providas com todas as coisas que são necessárias "para a vida e santidade".
(10) Mas, retornando. O número de pessoas trazidas para a justiça, de Agosto de 1757, a Agosto de 1762, foi de 9.596. Dessa data, até o presente momento, por causa dos jogos ilícitos e blasfêmias profanas (40); por terem quebrado o Sabbath (400); mulheres lascivas, e mantenedoras das casas de má fama (550); pelo oferecimento para venda, de impressos obscenos (02). Ao todo foram 10.588 pessoas.
(11) Na admissão dos membros na Sociedade, nenhuma atenção é dada, com respeito a alguma seita ou grupo em particular. Quem quer que seja considerado, em um inquérito, ser um homem de bem, é admitido prontamente. E ninguém que tenha objetivos egoístas ou pecuniários, irá continuar por muito tempo nisso; não apenas porque ele não pode ganhar coisa alguma, por esse meio, mas porque ele poderia tornar-se rapidamente um perdedor, visto que ele deve começar a subscrever, tão logo seja um membro. De fato, o clamor vulgar é: "Esses são todos os Whitefieldites". Mas isso é um grande erro. Por volta de vinte dos membros constantemente subscritos estão todos os que estão em conexão com o Sr. Whitefield; por volta de cinqüenta, os que estão em conexão com o Sr. Wesley; por volta de vinte, e que são das Igrejas Estabelecidas, não têm conexão com qualquer um deles; e, por volta de setenta são Dissidentes; que perfazem ao todo, cento e sessenta. Há, realmente, muitos mais que assistem nos trabalhos em subscrições ocasionais.
II
Esses são os passos que têm sido tomados, até aqui, na execução desse objetivo. Eu vou, em Segundo Lugar, mostrar a excelência dessa medida, não obstante as objeções, as quais têm se erguido contra ela. E isso pode surgir das considerações diversas:
(1) Colocar-se abertamente contra toda a descrença e iniqüidade, que se espalha sobre a nossa terra, como uma inundação, é um dos mais nobres caminhos de confessar Cristo na cara de seus inimigos. Dando glória a Deus, e mostrando para a Humanidade, que, mesmo nesses resíduos de tempo, há quem prefira a fé; embora poucos, e fidelidade para com Deus. E o que mais excelente do que render a Deus a honra devida a seu nome? Declarar por meio de provas mais fortes do que palavras, mesmo através de sofrimento, e correndo todos os riscos, que "Verdadeiramente há uma recompensa para o justo; e sem dúvida há um Deus que julga a terra".
(2) Quão excelente é o objetivo de prevenir a qualquer grau a desonra feita ao seu nome glorioso, o desrespeito que brotou sobre sua autoridade, e o escândalo trazido sobre nossa religião santa, pela maldade grosseira e flagrante desses que são ainda chamados pelo nome de Cristo! Para estancar, de qualquer forma, a torrente de vícios; para represar as inundações da descrença; para remover, nas horas vagas, essas ocasiões de blasfêmias o nome honrado, por meio do qual nós somos chamados, é um dos mais nobres desígnios que pode possivelmente ser concebido no coração do homem.
(3) E como esse desígnio evidentemente tende a trazer "glória a Deus, nas Alturas", então, não menos evidentemente conduz ao estabelecimento da "paz na terra". Porque, como todo pecado diretamente tende a destruir nossa paz com Deus, colocando-o na rebeldia declarada, com o propósito de banir a paz de nosso próprio peito, e colocar a espada de cada homem contra seu próximo; então, o que quer que previna ou remova o pecado, promove, da mesma maneira a paz – da nossa própria alma, paz com Deus, e paz com o outro. Tais são os frutos genuínos desse objetivo, mesmo no presente mundo. Mas, por que nós devemos confinar nossos horizontes aos limites estreitos do tempo e espaço, ao invés de passar por esses para a eternidade? E qual o fruto dele que devemos encontrar lá? Vamos deixar o Apóstolo falar em (Tiago 5:19-20) "Irmãos, se um de vocês se desviar da verdade, e um convertê-lo" (não para essa, ou aquela opinião, mas para Deus!) "deixe-o saber que aquele que converteu o pecador do erro de seu caminho, salvou uma alma da morte, e afastou uma multidão de pecados".
(4) Nem são para os indivíduos apenas, quaisquer que sejam os que induzem o outro ao pecado, ou aqueles que estejam sujeitos a serem induzidos ou destruídos por eles, que os benefícios desse objetivo redundam, mas para a comunidade da qual somos membros. Porque não é uma observação correta, "a retidão exalta a nação?". E não é certo, por outro lado, que "o pecado é uma desgraça para qualquer pessoa?". Sim, e traz a ira de Deus sobre elas? Tão longe quanto a retidão, em qualquer ramo é fomentada, tão longe é o interesse nacional desenvolvido. Tão longe o pecado — especialmente, o pecado declarado — é restringido, a assolação e a reprovação são removidas de nós. Quem quer, então, que trabalhe nisso, são em geral benfeitores. Eles são os verdadeiros amigos de seu rei e país. E, na mesma proporção, que esse objetivo toma lugar, não existe dúvida de que Deus dará prosperidade nacional, em cumprimento à sua palavra fiel: "Aqueles que me honrarem, eu irei honrar".
(5) Mas objeta-se: "Como quer que seja a excelência desse objetivo, ele não diz respeito a você. Visto que não existem pessoas, a quem essas ofensas estejam sendo feitas (a não ser a Deus), e a quem a punição correta aos ofensores pertença? Não existem Condestáveis (guardas), e outros Oficiais Paroquianos, que estejam constrangidos pelo juramento dessa mesma coisa? Existem. Condestáveis e Curadores da Igreja, em particular, estão engajados pelo juramento solene a dar informações contra os profanadores do dia do Senhor, e todos os outros pecadores escandalosos. Mas, se eles deixam, sem ser feito; se, não obstante o juramento, eles não se preocupam com o assunto, isso concerne a todo aquele que teme a Deus, que ama a Humanidade, e que deseja o bem para seu rei e país, executar esse desígnio, com o mesmo vigor, como se não existisse Oficial algum".
(6) "Mas essa é apenas uma pretensão: O verdadeiro objetivo é ganhar dinheiro, dando informações".
Isso é o que tem sido, freqüentemente e redondamente, afirmado, mas sem a menor sombra de verdade. O contrário pode ser provado por milhares de exemplos: Nenhum membro da Sociedade toma qualquer parte do dinheiro, o qual é, pela lei, repartido ao informante. Eles nunca fizeram no começo; nem qualquer um deles alguma vez recebeu alguma coisa para suprimir ou privar as informações deles. Esse é um outro erro, se não, uma calúnia proposital, já que não existe o menor fundamento.
(7) "Mas esse objetivo é impraticável. Os vícios se erguem, de tal maneira, que é impossível suprimi-lo; especialmente por esses meios. O que pode um punhado de pobres pessoas fazer, em oposição ao mundo?".
"Com os homens é impossível, mas não com Deus". E eles confiam, não em si mesmos, mas nele. Sejam, então, os patrocinadores dos vícios, sempre tão fortes, para Ele, esses não passam de gafanhotos. E todos os meios são semelhantes a Ele: É a mesma coisa com Deus "liberto por muitos ou por poucos". O pequeno número, entretanto, desses que estão do lado do Senhor é nada; nem o grande número daqueles que são contra ele. Ainda que Ele faça o que lhe agrada; e "não exista deliberação ou força contra o Senhor".
(8) "Mas, se a finalidade que você planeja é realmente reformar os pecadores, você escolheu os meios errados. É a Palavra de Deus que deve fazer isso, e não as leis humanas; e é trabalho dos Ministros, não dos Magistrados; de qualquer forma, a aplicação desses pode apenas produzir uma reforma externa. Não faz mudança alguma no coração".
É verdade que a Palavra de Deus é o meio principal e superior, por meio do qual, pode mudar os corações, assim como as vidas dos pecadores, e faz isso, principalmente, através dos Ministros do Evangelho. Mas é igualmente verdadeiro que o Magistrado é "um ministro de Deus"; e que ele é designado de Deus "para ser o terror dos fazedores de mal", executando as leis humanas sobre eles. Se isso não muda o coração, pelo menos, previne o pecado externo, o que é um ponto valioso ganho. Há, assim, menos desonra feita a Deus; menos escândalo trazido sobre nossa santa religião; menos maldição ou reprovação para com nossa nação; menos tentação colocada no caminho de outros; sim, e menos ira sobre os mesmos pecadores, no dia da ira do Senhor.
(9) "Não apenas isso; já que muitos deles podem se tornar hipócritas, fingindo serem o que não são. Outros, por serem expostos à vergonha, ou terem imputado neles despesas, podem se tornar impudentes e sem esperança na maldade; de modo que, na realidade, nenhum deles se torna uma pessoa melhor; isso, se não tornarem piores do que eram antes".
Isso é um erro por completo. Porque, (1) Onde estão esses hipócritas? Nós não conhecemos alguém que tenha fingido ser o que não eram; (2) Expor os ofensores obstinados à vergonha, e imputando neles despesas, não os torna sem esperança na ofensa, mas temerosos de ofender; (3) Algum deles, longe de se tornarem piores, estão substancialmente melhores, tendo todo o teor de suas vidas sendo mudado. Sim, (4) alguns mudaram interiormente, sempre "da escuridão para a luz, e do poder do diabo, para o poder de Deus".
(10) "Mas muitos não estão convencidos de que comprar ou vender no dia do Senhor é um pecado".
Se eles não estão convencidos, eles devem ser: já é mais do que hora de saberem. O caso é simples, como a simplicidade pode ser. Porque, se uma brecha aberta e obstinada, tanto para a lei de Deus, quanto para a lei da terra, não é pecado; por favor, diga-me o que é? E se tal brecha para as leis divinas e humanas não é para ser punida, porque o homem não está convencido de que é um pecado, existe um fim para toda a execução da justiça, e todos os homens podem viver como melhor lhe agradar.
(11) "Mas métodos brandos devem ser experimentados primeiro".
Eles devem: e, eles são. A repreensão branda, dada a todo ofensor diante da lei, é colocada em execução contra ele; homem algum é processado, até que ele seja expressamente notificado de que esse será o caso, a menos que ele impeça o processo, removendo a causa dele. Em toda situação, o método mais brando é usado; o que a natureza da questão irá determinar; nem os meios mais severos são aplicados, a não ser que isto seja absolutamente necessário a esta finalidade.
(12) "Mas, depois disso tudo mexer, no que diz respeito à reforma, qual o bem real que terá sido feito?".
Inexprimível bem; e abundantemente mais do que qualquer um poderia esperar, em tão curto espaço de tempo, considerando o pequeno número de instrumentos, e as dificuldades que eles encontrariam. Muitas das ações más tinham sido prevenidas, e muito mais, removidas. Muitos pecadores tinham sido reformados exteriormente, e mudado interiormente. A honra dele, de cujo nome somos testemunhas, tão abertamente afrontada, tem sido abertamente defendida. E não é fácil determinar a quantidade e quão grandes bênçãos essa pequena defesa, feita para Deus e a sua causa, contra seus inimigos audazes, já têm derivado sobre toda a nossa nação. No todo, então, depois de toda objeção feita, homens razoáveis podem ainda concluir um objetivo mais excelente, que raramente entrou no coração do homem.
III
(1) Mas como devem ser esses homens que se engajam em tais projetos?
Alguns podem imaginar que, qualquer um que deseje assistir nisso, deve rapidamente ser admitido; e que o maior número de membros, quanto maior, será a influência deles. Mas isso, de forma alguma, é verdadeiro: Na verdade, inegavelmente prova o contrário. Enquanto a Sociedade anterior para a Reforma das Maneiras consistiu da escolha de membros apenas, embora nem muitos, nem ricos, nem poderosos, eles abriram caminho, através de toda oposição, e foram eminentemente bem sucedidos, em todos os ramos de empreendimentos deles; mas, quando um número de homens foi escolhido, menos criteriosamente, e foi recebido, dentro da Sociedade, tornou-se cada vez menos útil, até que, por graus insensíveis, esses homens definharam no nada.
(2) O número de membros, entretanto, não é mais para ser atendido por riqueza e eminência. Esse é um trabalho de Deus. Ele é para ser empreendido, no nome de Deus, e por causa dele. Segue-se que homens que, nem amam ou temem a Deus, não têm parte ou porção nesse propósito. "Por que tu tomas minha aliança em tua boca?". Possa Deus dizer a qualquer um desses: "considerando que tu odeias ser reformado, e tens lançado minhas palavras longe de ti?". Quem quer que, entretanto, viva em algum pecado conhecido, não está capacitado para engajar-se no trabalho de reforma dos pecadores: Mais especialmente, se ele é culpado, em alguma instância, ou, no último grau, de profanar o nome de Deus, comprando, vendendo ou fazendo algum trabalho desnecessário, no dia do Senhor; ou ofendendo, em algumas dessas outras instâncias, as quais essa sociedade é peculiarmente designada reformar. Não; não deixe que alguém que necessite dessa reforma presuma intrometer-se com tal incumbência. Primeiro deixe que ele "arranque a trava do próprio olho": que ele primeiro seja irrepreensível em todas as coisas.
(3) Nem isso será suficiente: Todo aquele que estiver engajado nele deve ser mais do que um homem inofensivo. Ele deve ser um homem de fé; tendo pelo menos, tal grau daquela "evidência das coisas não vistas", almejar não as coisas que são vistas, e que são temporais, mas aquelas que não são vistas, e que são eternas; tal fé que produz um medo firme de Deus, com a resolução eterna, pela sua graça, de abster-se de tudo aquilo que ele tem proibido, e fazer tudo o que ele tem ordenado. Ele irá, mais especialmente, precisar daquele ramo particular de fé: a confiança em Deus. Essa é a fé que "remove montanhas"; que "extingue a violência do fogo"; que abre caminho através de toda oposição; e capacita a permanecer contra, e "afugentar milhares", sabendo em quem sua força se situa, e, mesmo quanto ele tem "a sentença da morte, em si mesmo, confia nele que se ergueu de entre os mortos".
(4) Ele, que tem fé e confiança em Deus, irá, em conseqüência, ser um homem de coragem. E tal coragem é altamente necessária a todo aquele que estiver engajado nesse empreendimento: já que muitas coisas irão ocorrer, na execução dele, que são terríveis para a natureza; de fato, tão terríveis, que todo aquele que "conferencia com a carne e o sangue" estará temeroso de conflitar-se com elas. Aqui, entretanto, a coragem verdadeira tem seu lugar próprio, e é necessária no mais alto grau. E isso, tão somente a fé pode fornecer. Um crente pode dizer: "Eu não temo a rejeição; nenhum perigo eu temo; nem começar a prova; já que Jesus está por perto".
(5) Para a coragem, a paciência é a aliada mais próxima; uma cuida da maldade futura, a outra da maldade presente. E o que quer que se envolva para continuar um objetivo dessa natureza, terá uma grande oportunidade para isso. Já que, não obstante, toda sua correção, ele se achará na situação de Ismael: "sua mão contra todo homem, e a mão de todo homem contra ele". E não é de se admirar: se for verdade, que "todo aquele que viver a Palavra de Deus, deva sofrer perseguição", quão eminentemente deve isso ser cumprido naqueles que, não contentes de viverem eles mesmos a Palavra, constrangem os descrentes a também fazê-lo, ou, pelo menos, se absterem da incredulidade notória. Isso não é declarar guerra contra o mundo? Colocar todos os filhos do mal na oposição? E não irá o próprio Satã, "o príncipe desse mundo, o soberano da escuridão", por meio disso, mostrar toda sua sutileza e toda sua força, em defesa de seu cambaleante reino? Quem poderá esperar que o leão que ruge, se submeterá, mansamente, a tirar a presa de seus dentes? "Nós temos", entretanto, "de ter paciência; que, depois de fazermos a vontade de Deus, nós possamos receber a promessa".
(6) E nós devemos estar certos de que nós podemos "segurar com firmeza" essa "profissão de nossa fé, sem hesitar". Isto também deve ser encontrado, em todo aquele que se une a essa Sociedade; o que não é uma incumbência para o "homem irresoluto"; por aquele que é "inconstante em seus caminhos". Ele, que é como um junco trêmulo pelo vento, não é adequado para esse combate; o qual demanda um propósito firme de alma, uma resolução constante e determinada. Aquele que atende a isso pode "colocar mãos à obra"; mas quão logo ele irá "rememorar!". Ele pode, realmente, "suportar por um tempo; mas, quando a perseguição ou tribulação"; problemas públicos ou pessoais, "erguerem-se por causa do trabalho, ele se sentirá imediatamente ofendido".
(7) De fato, é difícil para qualquer um perseverar, em um trabalho tão desagradável, a menos que o amor subjugue tanto a dor quanto o medo. E, por conseguinte, é um recurso valoroso que todo aquele que esteja engajado nisso tenha o "amor de Deus derramado por todo seu coração"; para que estejam capacitados a declarar que "nós o amamos, porque Ele nos amou primeiro". A presença Dele a quem suas almas amam, irá tornar o trabalho leve. Eles poderão dizer, então, não da impetuosidade de uma imaginação exaltada, mas com a mais extrema verdade e sobriedade: "Com tua convivência, eu esqueço, todo o tempo, e labuta, e cuidado: O trabalho é descanso, e a dor é doce, enquanto tu, meu Deus, estás aqui".
(8) O que acrescenta ainda uma grande suavidade, mesmo para a labuta e dor, é o "amor cristão ao nosso próximo". Quando eles "amam o próximo", isto é, toda a alma do homem, "como a si mesmos", como suas próprias almas; quando "o amor de Cristo os constrange" a amar um ao outro, "assim como Ele nos amou"; quando, assim como Ele "experimentou a morte, por causa de todo homem", eles estão "prontos a colocar suas vidas por seus irmãos"; (incluindo, nesse número, a alma de todo aquele por quem Cristo morreu), que possibilidade de perigo será capaz, então, de amedrontá-los de seus "trabalhos de amor?". Que sofrimento eles não estarão prontos a suportar para salvar a alma de alguém das chamas eternas? Que continuação de tarefa, desapontamento, e dor irão reprimir a resolução fixa deles? Eles não serão contra toda repulsa fortalecidos, nunca se sentindo cansados do dia penoso e da noite mal sucedida; já que o amor tanto "socorre" como "suporta" todas as coisas: de modo que a "misericórdia nunca fracasse?".
(9) O amor é necessário para todos os membros de tal Sociedade, por outro lado igualmente; mesmo porque, ele "não se ensoberbece": ele produz não apenas coragem e paciência, mas humildade. E quão necessário é isso para todo aquele que está tão engajado nessa tarefa! O que pode ser de maior importância do que eles serem pequenos, e inferiores, e insignificantes, e desprezíveis a seus próprios olhos? Porque, do contrário, pudessem eles pensar alguma coisa deles mesmos; pudessem eles imputar alguma coisa a si mesmos; pudessem eles admitir alguma coisa de um espírito farisaico, "confiando em si mesmos que eles são retos, e menosprezando outros"; nada poderia tender mais diretamente a subverter todo o desígnio. Uma vez que, então, eles não poderiam apenas ter todo o mundo, mas também o próprio Deus, para lutar contra; vendo que ele "deteria o orgulho, e daria graça" apenas "ao humilde". Profundamente consciente, entretanto, deve todo membro dessa sociedade ser de sua própria insensatez, fragilidade e impotência; continuamente implorando, com toda sua alma por Ele que sozinho tem sabedoria e força, com uma convicção inexprimível de que "a ajuda que é feita sobre a terra, é o próprio Deus quem faz"; e que é Ele apenas "que opera em nós o desejo e o fazer o que lhe agrada".
(10) Um ponto mais para quem quer que se engaje nesse objetivo deve estar profundamente impresso em seu coração, isto é, que "a ira do homem não opera a retidão de Deus". Que o homem, entretanto, aprenda Dele que foi manso e humilde; e que ele habite na mansidão, assim como na humildade: e "com toda sua humildade e mansidão", que ele "caminhe meritório da vocação para a qual ele é chamado". Que ele seja "gentil para com todos os homens", bons ou maus, por sua própria causa, por causa deles, por causa de Cristo. Existem alguns "ignorantes ou fora do caminho?" Que ele tenha "compaixão" por eles. Eles sempre se opõem à palavra e trabalho de Deus; sim, eles se colocam em ordem de batalha contra ele? Tanto mais ele precisa "na mansidão, instruir aqueles que assim se opõem"; se, por acaso, eles puderem "escapar da armadilha do diabo", e não mais se "tornarem cativo da vontade dele".
IV
(1) Das qualificações daqueles que são apropriados para engajar-se em tal empreendimento como esse, eu continuo a mostrar, em Quarto Lugar, com que espírito e de que maneira ele deve ser desempenhado. Com que espírito: Agora isso primeiro considera o motivo, que deve ser preservado em cada passo que é dado; já que se, a qualquer tempo "a luz que há em ti for escurecida, quão grande será aquela escuridão! Mas, se teu olho for único, todo teu corpo estará cheio de luz". Isto é, entretanto, para ser continuamente lembrado, e transportado em toda palavra e ação. Nada deve ser falado ou feito – grande ou pequeno -, com o objetivo de uma vantagem temporal; nada, com um objetivo de favor ou estima, de amor ou de exaltação dos homens. Mas a intenção - o olho da mente - deverá estar sempre fixada na glória de Deus e bem do homem.
(2) Mas o espírito com o qual todas as coisas devem ser feitas concerne ao temperamento, assim como ao motivo. E isto não é outra coisa do que aquilo que foi descrito acima. Porque a mesma coragem, paciência, e firmeza que qualificam um homem para o trabalho, deverão ser exercidas nele. Acima de tudo, que ele "tome o escudo da fé": Isso irá extinguir milhares de dardos de fogo. Que ele manifeste toda a fé que Deus tem lhe dado, em todo momento difícil. E que todos os seus feitos sejam realizados no amor: que isto nunca seja arrancado dele. Nem deverão as águas agitadas extinguirem esse amor, nem as correntezas da ingratidão submergi-lo. Que, igualmente, aquela mente humilde que estava em Cristo Jesus, também esteja nele; sim, e que ele "seja coberto com humildade", preenchendo seu coração e adornando todo seu comportamento. Ao mesmo tempo, que ele "se cubra de misericórdia, bondade e longanimidade"; evitando a menor aparência de malícia, amargura, raiva ou ressentimento; sabendo que esse é nosso chamado, não para "superar o mal com o mal, mas para superar o mal com o bem". Com o objetivo de preservar esse amor humilde e gentil, é necessário fazer todas as coisas com reminiscência de espírito; em oposição a toda pressa, ou dissipação de pensamento, assim como em oposição ao orgulho, à ira ou ao mau humor; Mas isso não pode ser, ao contrário, preservado, do que por um "instante contínuo na oração", antes e depois de ele entrar no campo, e durante toda a ação; e fazendo tudo, no espírito de sacrifício, oferecendo tudo a Deus, através do Filho de seu amor.
(3) Com respeito à maneira de agir exterior, a regra geral é que seja expressiva desses temperamentos interiores. Para ser mais particular: Que cada homem cuide de não "causar mal para que o bem possa vir". Por conseguinte, "deixando de lado toda mentira, que todos os homens falem a verdade para seu próximo". Não use de fraude ou malícia, tanto com o objetivo de detectar, como de punir qualquer homem, mas "através da simplicidade e sinceridade divina" recomendar a si mesmo às consciências dos homens aos olhos de Deus. É provável que, pela sua adesão à essas regras, menos ofensores sejam convencidos; mas tão mais as bênçãos de Deus acompanharão todo o empreendimento.
(4) Mas que a inocência seja unida com a prudência, propriamente assim chamada; -- não aquele fruto do inferno a que o mundo chama de prudência, e que é mera astúcia, esperteza e dissimulação; mas com aquela "sabedoria que vem do alto", e que nosso Senhor peculiarmente recomenda a todo aquele que promove seu reino sobre a terra. "Seja você, portanto, sábio como serpentes", enquanto você é "inofensivo como pombos". Essa sabedoria irá instruir você a como adequar suas palavras com todo seu comportamento, às pessoas com quem você terá de lidar; ao tempo, lugar, e às todas as outras circunstâncias. Isso irá instruí-lo a eliminar as oportunidades de ofensa, mesmo daqueles que buscam ocasião para isso, e a fazer as coisas de natureza mais ofensiva, da maneira menos ofensiva possível.
(5) Sua maneira de falar, particularmente aos ofensores, deve, todo o tempo, ser profundamente séria (a fim de que não pareça ser insulto ou triunfo sobre eles); e, mais propriamente, propensa à preocupação; mostrando que você tem pena deles, pelo que eles fazem; e simpatia para com eles, pelo que eles sofrem. Que a aparência e o tom de sua voz, tanto quanto suas palavras, sejam imparciais, calmos e moderados; sim, onde não se assemelhariam à dissimulação, mesmo que gentis e amigáveis. Em alguns casos, onde suas palavras serão recebidas como elas significam, você pode reconhecer a disposição com que você os tolera; mas ao mesmo tempo, (para que eles não pensem que procedem do medo, ou de qualquer inclinação errônea), professando a sua intrepidez, e resolução inflexível para objetar e punir vícios ao extremo.
V
(1) Resta apenas fazer algumas aplicações do que tem sido falado; em parte, a você que já está engajado nessa tarefa; em parte, a todo aquele que teme a Deus; e, mais especialmente, a eles que amam, assim como, o temem. Com respeito a você que já está engajado nesse trabalho, o primeiro conselho que eu daria é que você considere profundamente e calmamente a natureza de seu empreendimento. Conhecendo o seu meio; estando completamente familiarizado com o que você tem à mão; considerando as objeções as quais são feitas a toda a sua incumbência; e, antes de prosseguir, estar convencido de que aquelas objeções não têm peso real: Assim sendo, todo homem pode agir já que ele está completamente persuadido em sua própria mente.
(2) Em segundo lugar, eu aconselho a você a não estar com pressa de aumentar seu número: E, em acrescentando, a isso, que você não considere riqueza, prestígio, ou qualquer outra circunstância exterior; apenas com respeito às qualificações acima descritas. Inquirindo diligentemente, se a pessoa proposta tem um comportamento irrepreensível, e se ele é um homem de fé, coragem, paciência, firmeza; se ele é um amante de Deus e homem. Se for assim, ele irá acrescentar à sua força, tanto quanto ao seu número: Se não, você irá perder com ele, mais do que irá ganhar; porque você irá desagradar a Deus. E não esteja temeroso de purgar fora do seu meio, qualquer um que não responda ao caráter precedente. Dessa forma, diminuindo seu número, você irá aumentar sua força: você será "instrumento adequado para o uso de seu Mestre".
(3) Em terceiro lugar, eu aconselho você a estreitamente observar por qual motivo você, a qualquer tempo, age ou fala. Cuidando, para que sua intenção não seja manchada com qualquer consideração ao proveito e reconhecimento. O que quer que você faça, "faça-o para o Senhor; como os servos de Cristo. Não almeje agradar a si mesmo, em qualquer ponto, mas agradar a Ele de quem você é, e a quem você serve. Que seu olho seja único, do começo ao fim; o olho de Deus apenas em toda palavra e obra".
(4) Em quarto lugar, eu aconselho você, a observar que você faça tudo, com um temperamento correto; com humildade e suavidade; com paciência e gentileza, em conformidade com o Evangelho de Cristo. Dê cada passo, confiando em Deus, com o espírito mais terno e amoroso de que você seja capaz. Nesse meio tempo, esteja atento sempre contra toda precipitação e dissipação de espírito; e ore sempre, com toda sinceridade e perseverança, para que sua fé não fracasse. E não permita que alguma coisa interrompa este espírito de sacrifício de tudo que você tem e é; de tudo que você suporta e faz, e que ele possa ser uma oferta de aroma perfumado a Deus, através de Jesus Cristo!
(5) Para a maneira de agir e falar, eu aconselho a você a fazê-lo com toda inocência e simplicidade; prudência e seriedade. Acrescentando a essas, toda calma e moderação possíveis; mais ainda, toda ternura que o caso merecer. Você não deve comportar-se como carniceiros ou carrascos; mas como cirurgiões preferivelmente; aquele que dá ao paciente não mais dor do que seja necessária para a cura. Para esse propósito, cada um, igualmente, tem necessidade da "mão de uma lady, com um coração de um leão". Assim, muito devem, mesmo aqueles aos quais você está constrangido a punir, "glorificar a Deus no dia da visitação".
(6) Eu exorto todos vocês que temem a Deus, já que vocês sempre esperam encontrar misericórdia nas mãos dele; já que vocês temem serem encontrados (embora vocês não saibam disso) "lutando contra Deus", que, em qualquer circunstância, razão, ou pretensão que seja, tanto diretamente, quanto indiretamente, não se oponham ou impeçam tão misericordioso desígnio, e algo tão condutivo para sua glória. Mas isso não é tudo: se vocês amam a humanidade; se vocês cobiçam diminuir os pecados e misérias do seu próximo, poderão vocês satisfazer a si mesmos; poderão vocês ser limpos diante de Deus, por meramente não se oporem a isso? Vocês não estão também compelidos, pela aliança mais sagrada, "já que vocês têm a oportunidade, a fazer o bem a todos os homens?" E aqui não existe a oportunidade de vocês fazerem o bem a muitos, mesmo o bem da mais alta espécie? Em nome de Deus, então, abracem essa oportunidade! Ajudem a fazer esse bem; se não, por outro lado, ainda que através das orações sinceras por aqueles que estão imediatamente empregados nesta tarefa. Auxiliá-los de acordo com a sua habilidade, a custear os gastos que, necessariamente, atendem a ela, e que, sem a assistência das pessoas misericordiosas, seria um peso que eles não poderiam suportar. Ajudá-los, se puderem, sem inconveniência, através de subscrições trimestrais ou anuais. Pelo menos, assistindo-os agora, usando a presente hora, fazendo o que Deus coloca em seus corações. Que não seja dito que vocês viram seu irmão trabalhando para Deus, e sem auxiliá-los, com um de seus dedos. Nesse caminho, entretanto, "venha ajudar ao Senhor; ajudar o Senhor contra o poderoso!".
(7) Eu tenho a mais alta pretensão com respeito a você que ama, tanto quanto teme a Deus. Aquele a quem você teme; aquele a quem você ama, tem qualificado você para promover seu trabalho, da maneira mais excelente. Porque você ama a Deus, você ama também o seu irmão: Você ama, não apenas seus amigos, mas seus inimigos; não apenas os amigos de Deus, mas também os inimigos dele. Você "se vestiu, como eleito de Deus, de humildade, gentileza, e longanimidade". Você tem fé em Deus, e em Jesus Cristo a quem ele enviou; a fé que supera o mundo: E, por meio disto, você subjuga tanto a vergonha do diabo, quanto aquele "medo do homem que traz a armadilha"; de modo que você pode se colocar com coragem, diante daqueles que o desdenham, e não tomam conhecimento do seu trabalho. Qualificado, então, como você está, e armado para a luta, você será como os filhos de Efraim, "que arrearam os cavalos, e arcos, e voltaram atrás no dia da batalha?". Você irá deixar alguns de seus irmãos permanecerem sozinhos, contra todos os hóspedes dos forasteiros?
Oh! Não diga que "essa é uma cruz bastante pesada; eu não tenho forças ou coragem para suportá-la!". Verdade; você mesmo, não: Mas você que crê, "pode fazer todas as coisas, através de Cristo que o fortalece". "Se tu podes crer, todas as coisas são possíveis àquele que crê". Nenhuma cruz é tão pesada para ele suportar; sabendo que eles que "sofrem com ele, reinam com ele".
Não diga, "além disso, eu não posso suportar por ser excepcional". Então, você não pode entrar no reino dos céus! Ninguém pode entrar lá, a não ser através de um caminho estreito; e todos os que caminham nele são singulares.
Não diga, "mas eu não posso tolerar a reprovação, o nome odioso de um informante". E existiu algum homem que salvou sua alma, que não tenha sido um exemplo e um provérbio de reprovação? Nem tu podes salvar a tua alma, a menos que aceites, de boa vontade, que os homens possam dizer toda sorte de coisas más sobre ti.
Não diga, "mas se eu estiver ativo nesse trabalho, eu irei perder, não apenas, minha reputação, mas meus amigos, meus clientes (no caso de comerciantes), meu trabalho, meu sustento; de maneira que eu serei levado ao empobrecimento". Tu não irás; tu não podes: isto é absolutamente impossível, a menos que o próprio Deus escolha isso; já que seu "reino está sobre tudo", e "mesmo os cabelos de tua cabeça são todos contados". Mas, se a sabedoria e a graciosidade de Deus escolher isso para ti, você irá murmurar ou queixar-se? Irá você preferivelmente dizer, "o cálice que meu Pai me deu, eu não devo beber?". Se você "sofrer pela causa de Cristo, feliz você será; o Espírito da glória e de Deus descansará sobre você".
Não diga, "eu iria sofrer todas as coisas, mas minha esposa não consentiria nisso; e, certamente, um homem deve deixar pai e mãe e tudo o mais, para unir-se à sua esposa". Verdade; tudo, a não ser Deus; tudo, a não ser Cristo: Ele não deve deixar Deus, pela sua esposa! Ele não pode deixar esse trabalho, sem ser realizado, por causa de um ente querido. O próprio nosso Senhor tem dito, nesse sentido, "se algum homem ama seu pai, ou mãe, ou esposa, ou filhos, mais do que a mim, ele não é merecedor de mim!".
Não diga, "bem, eu poderia renunciar a tudo por Cristo; mas um dever não deve impedir o outro; e isso poderia freqüentemente impedir meu atendimento à adoração pública". Algumas vezes, provavelmente, pode ser. "Vá, então, e aprenda o que isso significa, eu irei ter misericórdia e não sacrifício". E, o que quer que esteja perdido, por mostrar essa misericórdia, Deus irá recompensar sete vezes outro tanto em teus desejos secretos.
Não diga, "Mas, eu posso ferir minha própria alma. Eu sou um homem jovem, e estar em contato livremente com mulheres, irá me expor à tentação". Sim, se você fez isso, com suas próprias forças, ou para seu próprio prazer. Mas este não é o caso. Você confia em Deus; e você almeja agradar somente a ele. E se ele pode chamar você, mesmo no meio de uma fornalha fervente, "embora tu caminhes através do fogo, tu não serás queimado; nem as chamas incidirão sobre ti". "Verdade; se ele me chamar para dentro da fornalha; mas eu não vejo que eu tenha sido chamado para isso". Talvez, você não esteja disposto a ver isso. Entretanto, se tu não fostes chamado antes, eu te chamo agora, em nome de Cristo: Tome a tua cruz, e o siga! Não raciocine mais com a carne e o sangue, mas resolva participar da mesma sorte com os mais desprezados, os mais mal-afamados dos seguidores dele; a imundície e refugo do mundo! Eu chamo a ti, em particular, que, uma vez, tornou forte a mão deles, quando voltastes atrás. Tome coragem! Seja forte! Preencham a alegria deles, retornando com o coração e mão! Deixe transparecer que tu "partistes por um tempo, e que eles deveriam receber-te novamente, para sempre".
Oh! Não seja "desobediente ao chamado dos céus!". E, assim como para todos vocês que sabem para o que foram chamados, considerem todas as coisas perdidas, de modo que vocês possam salvar uma alma pela qual Cristo morreu! E, nisso, "não deixe nada para o dia seguinte", mas "lance todas as suas preocupações nele, que se preocupa com você!". Confie suas almas, corpos, e tudo o mais, a ele, "como a um Criador misericordioso e fiel!".
[Depois disso, e da Sociedade ter subsistido, por diversos anos, e feito inexprimível bem, ela foi totalmente destruída por uma sentença dada contra ela, no tribunal do Rei, com um prejuízo de trezentas libras. Eu duvido que um relato severo permaneça para as testemunhas, o juro e todos que foram constrangidos neste caso terrível!]
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