2 INSENSIBILIDADE, INDIFERENÇA, OU ATUAR A TEMPO

Famílias em Crise - 8 Sermões PDF

A. LER JÓ 19:7


B. A INDIFERENÇA À DOR ALHEIA EM NOSSOS DIAS


1. Ilustração – Kitty Genovese


Kitty Genovese retornava ao seu apartamento muito tarde da noite quando foi atacada cruelmente com uma faca por uns delinqüentes.  Recebeu muitos cortes profundos no peito. Pelo menos 38 pessoas viram-na pelas janelas e escutaram seu desesperado pedido de socorro. No entanto, uns poucos atinaram para gritar os agressores, mas ninguém prestou-lhe ajuda, nem ao menos chamaram a polícia. A jovem faleceu pela indiferença de sua vizinhança, que não lhe prestou uma ajuda imediata.


2. Ilustração – Uma jovem senhora em Oklahoma.


Uma jovem senhora deu à luz a um bebê numa esquina de uma rua muito movimentada em Oklahoma, EE.UU. Uma multidão de curiosos se reuniu para observar a mulher, mas ninguém prestou-lhe auxílio, devido à indiferença  e insensibilidade existentes.


C. EXISTE INSENSIBILIDADE E INDIFERENÇA EM NOSSA IGREJA EM MEIO À DOR ALHEIA?


Uma estatística feita em uma união dos EE.UU., com base entre 500 e 8.000 pessoas em 1994, forneceu o seguinte resultado:


1. 56% de pessoas praticaram a violência física em seus lares

2. 18% de adultos praticaram abuso sexual com crianças em seus lares

3. 69% de cônjuges arruinaram a vida emocional de seus cônjuges e de seus filhos pequenos. 


Devemos guardar silêncio sendo indiferentes e insensíveis a estes fatos que podem estar ocorrendo em muitos lares cristãos?


Vocês crêem que devemos pronunciar-nos quanto a estes fatos? Observemos o que a Bíblia diz acerca da violência:


I. COMO DEUS VÊ A VIOLÊNCIA

Observemos nestas passagens o pensamento de Deus, sobre algo que é contrário à Sua natureza.


A. Como Deus vê a violência


1. Salmos 11:5; Mal. 2:16 – “...ao que ama a violência, a sua alma o abomina”.

2. Isaías 1:17; S. Lucas 4:18 – “... repreendei ao opressor”  “... para pôr em liberdade os oprimidos”.

3. S. Mateus 18:6; 25:40 – “O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos  irmãos (esposa, criança, anciãos, órfãos), a mim o fizestes.”

4. Efésios 6:4 – “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira...”

5. Salmos 8:2 – Deus deseja escutar cânticos de louvor das crianças, e não gritos de crianças reprimidas.

6. Efésios 5:25; Col. 3:19 – Deus deseja que os maridos amem a suas esposas da mesma forma, amorosa e abnegada, como Cristo amou a Sua Igreja.


Temos a convicção de que estamos fazendo a obra de Deus, quando através destas mensagens prestamos auxílio às vitimas, e aos que são agressores e cometem atos destrutivos em seus lares, que realizem em suas vidas mudanças redentivas, e acabar com o ciclo de violência física ou emocional.


II. FORMAS DE VIOLÊNCIA IDENTIFICÁVEIS, MAS NÃO JUSTIFICÁVEIS


Os testemunhos adquiridos de pessoas que eram violentas e de outras que eram vítimas da violência em seus lares são estes:


A. “Eu creio que o abuso existe, e acontece ocasionalmente em minha família. Embora sabendo não ser bom, o aceitei como algo normal.”


B. “Não sabia que a violência em minha família, pudesse ser prevenida ou advertida e mesmo erradicada. Esta ignorância, levou-me muitas vezes à inação.”


C. “Em meu lar existe muita violência. Por isso sofro muitas dores, vergonha e humilhação. Tenho mantido este fato em silêncio. Percebo que tem me prejudicado bastante.”


D. “Sempre considerei a violência em minha família apenas como causa do temperamento violento de meu cônjuge. Cheguei até mesmo a acreditar que necessitava ser maltratada para aprender.”


Agora, cada um de nós pode fazer um diagnóstico, para que com a ajuda de Deus você se auto-analise, e verifique se é uma  pessoa com tendência à violência. Ou se você é vítima de uma relação violenta em sua família. Faça agora mesmo o teste. Há 13 perguntas que você deve responder.


FAZER O TESTE N.º 1 – p. 16.

 


III. AS TRÊS FASES DA VIOLÊNCIA


Hoje compreenderemos de maneira diferente. O teste de hoje, já começou a revelar-nos que existe algum tipo de violência na família, e que isto pode ser algo grave e contínuo. O importante é saber: O que nós cristãos faremos com esta situação?


Um dos conceitos de maior auxílio neste teste, é que há um ciclo no comportamento violento. A violência não acontece de maneira inesperada. Raramente ela é um episódio solitário. O pior é que quando nada é feito para exterminá-la, geralmente ela aumenta em vez de diminuir.


Neste ciclo há três fases distintas. O período de duração de cada fase pode variar grandemente. No entanto seu processo é inconfundível.


Ao descrever estas três fases, usaremos um exemplo de uma esposa que foi espancada. Os homens também são espancados pelas esposas. No entanto, as estatísticas mostram que os casos de mulheres maltratadas são muito maiores.


A. FASE N.º 1 – ESTABELECIMENTO DA TENSÃO


1. O agressor fica nervoso, irritado e insatisfeito – A tensão vai subindo, até transformar-se em ira.

2. A esposa reconhece as causas dessa situação. Ela procura evitar qualquer comportamento que provoque outra explosão como a anterior. Isto pode ser algo trivial como: dobrar uma camisa de forma errada, ou não ter preparado o almoço a tempo.

3. A esposa se submete à vontade de seu marido e procura abrandá-lo. Esta fase pode durar:


a) Um longo período de tempo

b) Tem períodos alternados de maior ou menor tensão.

c) Também pode ter uma curta duração.

d) Finalmente vem o ponto de detonação e ocorre uma agressão explosiva.


B. FASE N.º 2 – EM ESTADO DE VIOLÊNCIA


1. O agressor


a) Está fora de controle

b) Busca motivos para atribuir a culpa à sua esposa e por haver-lhe provocado.

c) Ele crê que deve ensinar uma lição à esposa, a fim de manter sua autoridade.


Os fatos – a ação


a) Dá-lhe um empurrão, belisca-a. A tensão aumenta.

b) Isto inclui atos terríveis como: sacudir, estrangular, bater em qualquer parte do corpo, desfigurar e finalmente a morte.

c) Este reino do terror pode ser curto ou durar horas. Pode ser intermitente, ou prolongar-se por dias.


2. A vítima


a)  A vítima não reage, porque imagina que se assim o fizer provocará mais ira ao agressor.

b)  Ela teme pedir ajuda aos amigos, parentes, à polícia, ao pastor, etc. Porque pensa que seu agressor poderá considerar como “falta de lealdade” que mais tarde justifique uma posterior escalada de violência.

c) Para não escandalizar aos outros, a vítima minimiza as feridas ou hematomas. Está pronta a aceitar que ela é a culpada, ainda que não o seja.



C. FASE N.º 3 – A CALMA


Esta etapa de calma é chamada como o período de “lua-de-mel”. Esta é a “recompensa” do agressor à vítima por permanecer no lar.


1. O agressor arrepende-se, fica pesaroso.


Mesmo que se arrependa e peça perdão, não assume contudo sua responsabilidade pelo que aconteceu. Em vez disto, sugere que se sua esposa não o provocar de novo, poderão ser mais felizes juntos.


a) O marido torna-se muito amável.

b) Compra presentes inesperados. Faz-lhe acreditar que ela é importante. 

c) Ela quer acreditar que ele está verdadeiramente arrependido, e que mudará. Passa a ter um otimismo irreal crendo em suas promessas.

d) Ela crê que sua responsabilidade é perdoá-lo e manter a família unida, sacrificando-se a si mesma. Dá-lhe outra oportunidade.


2. O ciclo se repete.


a) Podem passar meses, anos ou semanas, antes que o ciclo se inicie.

b) Em outros casos as 3 fases ocorrem diariamente.

c) Muitas vezes o agressor alega que “estava fora de si”, para justificar-se, e que não se deu conta do que estava fazendo.


É importante saber que o agressor não reage da mesma maneira com seu chefe, colegas ou amigos na igreja. Ele aprendeu: QUE A FAMÍLIA É UM LUGAR SEGURO PARA PRATICAR A VIOLÊNCIA.

Ele escolhe suas vítimas consciente e seletivamente.

Ele seleciona os tipos de abuso que usará.

Também  seleciona as partes do corpo da vítima a serem atingidas que não  denunciarão o seu comportamento violento.


IV. CONCLUSÃO


A. Quando nada é feito na igreja neste particular, a violência na família aumenta em vez de diminuir.


B. Se não temos experiência neste assunto, tanto os dirigentes da igreja, como os pastores, podemos errar, dando o mesmo tratamento para o agressor como também para a vítima. Então podemos chegar a fazer algumas coisas piores. Assim nesta situação chegaremos a cometer mais erros, como estes:


1. Acharemos ser difícil aceitar que houve violência.

2. A seguir censuramos a vítima em vez do agressor. Acreditaremos que a explosão foi provocada pela vítima.

3. Esperaremos que a fase da calma venha e permaneça indefinidamente.

4. Esperaremos que o agressor mantenha sua promessa de não ser violento.

5. Animaremos a vítima a orar mais e ser um(a) melhor esposo(a). Assim, equivocadamente ficaremos na inação.  


C. Há pecados por ignorância e há pecados voluntários – A violência é um pecado voluntário. Este merece ser eliminado de nossas vidas. Isto tem que ver com a velha natureza. Deus não pode ajudar-nos em nossas fraquezas.


D. Salmo 18:48 – Deus pode nos ajudar a livrar-nos do violento e da violência. Porém a igreja que não atuar para ajudar a enfrentar a violência, esta será culpada. Lev. 5:1 (Ler).


Nos próximos temas falaremos sobre as formas de impedir a violência na família.


Por: Alberta Mazat.


1. Ela é pós-graduada em Assistência Social com ênfase em Terapia Matrimonial na Universidade de Denver, USA.

2. Jubilou-se trabalhando na Universidade de Loma Linda. Foi professora de Terapia Matrimonial. É autora de vários livros.

3. Deu contribuições substantivas ao Departamento Family Ministry da Associação Geral nestes últimos anos.

 

Você É Uma Pessoa Com Tendências À Violência?


TESTE N.º 1


Coloque um X sobre a linha que apresenta o comportamento ajustável à sua conduta.


1. Você crê que como principal responsável por seu lar, seus desejos

devem ser realizados sem discussão ou questionamentos? _____


2. Você é possessivo(a), e sente ciúme de seu cônjuge ou de seus amigos(as)? _____


3. Sente-se mal, quando seu cônjuge está falando com alguém do sexo oposto? _____


4. Você se aborrece rapidamente e com freqüência? _____


5. Você censura a seu cônjuge ou a outras pessoas, especialmente quando

  está irado(a)? _____


6.  Você gosta que seu cônjuge lhe informe detalhadamente acerca de todas

as atividades que realiza e os lugares onde esteve quando não está com você? _____


7. Algumas vezes você usou o telefone, ou foi a algum lugar para assegurar-se 

de que seu cônjuge está onde você espera que esteja? _____


8. Alguma vez você atirou ou quebrou algum objeto quando estava com raiva? _____


9. Alguma vez você esteve zangado a ponto de empurrar ou dar

pontapés em seu cônjuge? _____


10. Você insiste em manter uma relação sexual quando seu cônjuge não

está disposto(a)? _____


11. Pela posição e autoridade que você tem, sente-se justificado ao criticar,

ridicularizar ou insultar a seu cônjuge ou a seus filhos? _____


12. Quando você fere a seu cônjuge com palavras, e após vê-la(o)

chorar, pede-lhe desculpas? Seu cônjuge duvida de seu comportamento? _____


13. Seu pai ou sua mãe disciplinava asperamente a você e a seus irmãos

quando eram crianças, e mais tarde quando eram juvenis também? _____


Se você marcou 6 ou mais “x” que assinalam seu comportamento conjugal, então você está identificando-se com uma tendência para a violência. Busque imediatamente ajuda para o bem de seu casamento e de seus filhos. Essa é sua responsabilidade. Com as orientações que você receber e o grande poder de Deus, você pode mudar. Deus irá transformá-lo.


É Você Vítima De Um Relacionamento Violento?


TESTE N.º 2


Coloque um “x” sobre a linha que apresenta o comportamento ajustável à sua conduta.


1. Você sempre desculpa o comportamento áspero ou agressivo de seu

cônjuge ou de seus amigos, ou dos pais dele? _____

2. Alguma vez você recebeu pontapés, foi empurrado(a) ou recebeu

socos, fortes beliscões ou puxões de orelha? _____


3. Você tem muito medo do seu cônjuge ou dos pais dele? _____


4. Você tem muito medo de desagradar a seu cônjuge – ou aos pais dele, 

devido a suas reações violentas e castigo que poderá sofrer? _____


5. Você faz o possível para não desagradar ao seu cônjuge ou aos pais dele? _____


6.  Sente-se sempre obrigada(o) a dizer aonde vai, além de ter que

mencionar os nomes das pessoas com as quais tem estado regularmente? _____


7. Ele ou ela a(o) acusa de estar sendo muito amiga(o), ou de estar

flertando com uma pessoa do sexo oposto? _____


8. Seu cônjuge controla todo o dinheiro, e como este deverá ser gastado,

ao ponto de você não ter a possibilidade de ter dinheiro para suas

despesas pessoais? _____


9. Você tem receio de não ter relações sexuais com essa pessoa

mesmo quando por motivos que você sabe, prefere não fazê-lo? _____


10. Tanto seu cônjuge como os pais dele a(o) criticam, ridicularizam, 

ou a(o) insultam a sós e diante de outras pessoas? _____


11. Lembra-se em sua infância, se seus pais eram muito exigentes? 

O criticavam  ou eram violentos com você em seu lar? _____


Se você marcou 6 ou mais “x”, no comportamento ajustável à sua vida e ao seu relacionamento com seu cônjuge, isto quer dizer que você deve buscar ajuda imediatamente. Com a ajuda externa que receber, seu relacionamento afetivo com sua família pode mudar ou melhorar. Deus a(o) ajudará com segurança a resolver estes problemas.


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