'E, pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Hipócritas, sabeis discernir a face do céu, e não conheceis os sinais dos tempos?' (Mateus 16:3)
1. A passagem inteira discorre assim: 'E os fariseus e os saduceus, aproximando-se, para o tentarem, pediram-lhe que lhes mostrasse algum sinal do céu. Mas Ele, respondendo, disse-lhes: Quando é chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro. E, pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Hipócritas, sabeis discernir a face do céu, e não conheceis os sinais dos tempos?' (Mateus 16:1-3)
2. 'Os fariseus vieram também com os saduceus'. Em geral, esses eram, completamente opostos, um ao outro: mas não é uma coisa incomum para os filhos do mundo, colocar aparte a oposição de um para com o outro, (ao menos, por um tempo), e uni-los cordialmente em oposição aos filhos de Deus. 'E tentaram'; ou seja, fizeram uma prova, se Ele realmente tinha sido enviado de Deus; 'e pediram a Ele que mostrasse os sinais dos céus'; o que eles acreditavam que nenhum falso profeta seria capaz de fazer.
Não é improvável que eles tenham imaginado que isto iria convencê-los, de que Ele era realmente enviado de Deus. 'Mas Ele, respondendo, disse-lhes: Quando é chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro. E, pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio'. Provavelmente, existiram mais sinais do bom e mau tempo no clima deles, do que no nosso. 'Ó, vocês, hipócritas'; fazendo declarações de amor, enquanto vocês têm inimizade em seus corações; vocês podem discernir a face do céu', e julgar, por meio disto, como o tempo será; 'mas vocês não podem discernir os sinais dos tempos', quando Deus traz seu Primogênito para mundo?
3. Vamos inquirir mais particularmente:
I. Primeiro, quais foram os tempos, sobre os quais nosso Senhor fala aqui; e quais foram os sinais, por meio dos quais, aqueles tempos deveriam ser distinguidos de outros? Nós podemos, então, inquirir:
II. Em Segundo Lugar, quais são os tempos que nós temos razão para acreditar estão agora à mão; e como é que, aqueles que são chamados de cristãos, não discernem os sinais desses tempos?
I
1. Vamos inquirir, em Primeiro Lugar: Que tempos eram aqueles, dos quais nosso Senhor está falando? É fácil responder: os tempos do Messias; os tempos ordenados, antes da fundação do mundo, em que Deus se agradou de dar seu único filho, Primogênito, para tomar nossa natureza sobre ele, e ser 'encontrado, de tal maneira, como um homem'. Para viver uma vida de tristeza e dor; e, finalmente, ser 'obediente à morte, mesmo à morte na cruz', para que 'todo aquele que Nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna'. Este foi o importante tempo dos sinais, os quais os fariseus e saduceus não puderam discernir. Perspicazes, como eles eram em si mesmos, ainda assim, havia um véu tão espesso sobre os corações desses homens, que eles não puderam discernir os sinais de sua chegada, embora predita, há tanto tempo.
2. Mas quais foram esses sinais da vinda do Justo, que, há tanto tempo e tão claramente têm sido preditos, e por meio dos quais, eles poderiam facilmente ter discernido, não tivesse o véu estado em seus corações? Eles são muitos em números; mas pode ser suficiente mencionar alguns poucos deles. Um dos primeiros é aquele apresentado nas solenes palavras faladas por Jacó, pouco antes de sua morte: (Gênesis 49:10) 'O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos'. Todos, ambos os judeus antigos e os modernos, concordam, que através de Siló, nós entenderíamos o Messias; que estava, por conseguinte, para vir, de acordo com a profecia, 'antes que o cetro', ou seja, a autoridade soberana 'partisse de Judá'. Mas, sem controvérsia, ele partiu de Judá, naquele mesmo tempo; -- um sinal infalível de que naquele mesmo tempo, Siló, ou seja, o Messias, viria.
3. Um segundo eminente sinal daqueles tempos, os tempos da vinda do Messias, nos é dado no terceiro capítulo da profecia de Malaquias: 'Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais; e o mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos' (Malaquias 3:1). Quão manifestamente foi isso cumprido, primeiro, pela vinda de João Batista; e, então, pelo nosso abençoado Senhor, 'vindo, de repente, ao seu templo!'. E que sinal poderia ser mais claro para esses que consideraram imparcialmente as palavras do profeta Isaias: (Isaías 40:3) 'Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai, no ermo, a vereda a nosso Deus'.
4. Porém, sinais ainda mais claros do que esses (se algum pode ser mais claro) foram as obras poderosas que ele realizou. Na verdade, ele mesmo declara: 'As obras que eu faço, elas me testificam'.E, para essas, ele explicitamente apela em sua resposta à pergunta de João Batista; (não proposta, como alguns têm estranhamente imaginado, de alguma dúvida que ele mesmo tivesse; mas de um desejo de confirmar seus discípulos, que possivelmente poderiam oscilar, quando seu Mestre fosse tirado do comando): ´'És tu que deverias vir', o Messias? Ou procuramos por outro?'. Não uma mera resposta verbal poderia ter sido tão convincente, como a que eles viram com seus próprios olhos. Jesus, entretanto, referiu-se a eles para esse testemunho: 'E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes: Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho' (Mateus 11:4-5)
5. Mas como é, então, que aqueles que eram tão perspicazes em outras coisas; que podiam 'discernir a face do céu', eram tão incapazes de discernir aqueles sinais que indicavam a vinda do Messias? Eles não puderam discerni-los, não pela falta de evidência – esta era completa e clara, -- mas pela necessidade de integridade em si mesmos; porque eles eram uma 'geração má e adúltera'; porque a perversidade de seus corações espalhou uma nuvem sobre o entendimento deles. Portanto, embora do Sol da Retidão brilhasse forte, ainda assim, eles eram insensíveis a ele. Eles não estavam dispostos a serem convencidos: Assim sendo, eles permaneceram na ignorância. A luz era suficiente; mas eles fecharam seus olhos, para que não pudessem vê-la: de modo que, não houve desculpa, até que a vingança veio ao extremo sobre eles.
II
1. Nós vamos, em Segundo lugar, considerar quais são os tempos que nós temos razão para acreditar, estão agora à mão? E como é que todos aqueles que são chamados cristãos não conseguem discernir os sinais desses tempos?
Os tempos que nós temos razão para acreditar que estejam à mão (se eles ainda não começaram) são os que muitos homens devotos denominaram de o tempo da 'glória dos últimos dias'; --- significando o tempo em que Deus iria gloriosamente dispor seu poder e amor, no cumprimento de sua graciosa promessa, para que 'o conhecimento do Senhor possa cobrir a terra, como as águas cobrem o mar'.
2. 'Mas existem, na Inglaterra, ou em qualquer parte do mundo, alguns sinais dos tempos se aproximando?'. Não faz muitos anos, que uma pessoa de considerável cultura, tanto quanto eminência na igreja (então, bispo de Londres), em sua carta circular à sua diocese, fez essa observação: 'Eu não posso imaginar o que as pessoas querem dizer, falando de uma grande obra de Deus nesse tempo. Eu não vejo qualquer obra de Deus agora, mais do que tem sido, em qualquer outro tempo!'. Eu creio: Eu creio que aquele grande homem não viu qualquer obra extraordinária de Deus. Nem ele, nem a generalidade dos cristãos, assim chamados, viram alguns sinais do dia gloriosos que se aproxima. Mas como isto deve ser considerado? Como é que aqueles que podem agora 'discernir a face do céu', que não são apenas grandes filósofos, mas grandes homens de Deus, tão eminentes quanto os saduceus; sim, quanto os fariseus sempre foram, não discernem os sinais daqueles tempos gloriosos, que, se não começaram, estão quase à porta?
3. Nós compreendemos que, de fato, em todas as épocas da igreja, 'o reino de Deus não veio com contemplação', com esplendor e pompa, ou com algumas das circunstâncias exteriores, que usualmente atendem aos reinos desse mundo. Nós compreendemos que esse 'reino de Deus está dentro de nós'; e que, conseqüentemente, quando ele começa, tanto em um indivíduo, quanto em uma nação, ele 'é como a semente do grão de mostarda', que, primeiro, 'é a menor das sementes', mas, não obstante, gradualmente aumenta, até que se 'torna uma árvore grande'. Ou, para usar de outra comparação de nosso Senhor, em (Mateus 13:33) 'O reino dos céus é semelhante ao fermento, que uma mulher toma e introduz em três medidas de farinha, até que tudo esteja levedado'.
4. Mas, não pode ser perguntado, 'Existem alguns sinais agora, de que o dia do poder de Deus esteja se aproximando?'. Eu apelo a toda pessoa lúcida e sem preconceito, se nós não podemos, nesse momento, discernir todos esses sinais, (entendendo as palavras em um sentido espiritual), aos quais nosso Senhor se referiu aos discípulos de João?
'Os cegos recebem o sinal deles': Aqueles que eram cegos de nascença, incapazes de verem seus próprios estados deploráveis, e muito mais de verem a Deus, e o remédio que Ele preparou para eles no Filho do Seu amor, agora vêem a si mesmos; sim, e vêem 'a luz da glória de Deus, na face de Jesus Cristo'. Os olhos do entendimento deles, estando agora abertos, eles vêm todas as coisas claramente. --
'Os surdos ouvem': Aqueles que eram antes extremamente surdos para todos os chamados exteriores e interiores de Deus, agora ouvem; não apenas seus chamados providenciais, mas também os sussurros de Sua graça. –
'Os coxos andam: Aqueles que nunca antes se ergueram da terra, ou deram um passo, em direção aos céus, agora caminham em todos os caminhos de Deus: sim; 'correndo a corrida que se coloca diante deles' --
'Os impuros são limpos': Aqueles que estavam mortalmente sujos pelo pecado, que eles trouxeram consigo para o mundo, e que nenhuma façanha do homem pode curar, é agora limpo completamente. E certamente nunca, em qualquer época ou nação, desde os Apóstolos, essas palavras foram tão eminentemente cumpridas, 'Os pobres têm o Evangelho pregado a eles', como nesses dias. Nesses dias, a levedura do Evangelho, a fé operada pelo amor, -- santidade interior ou exterior, -- ou (para usar o termo de Paulo), 'retidão, paz e alegria no Espírito Santo',-- tem se espalhado tanto, em várias partes da Europa, particularmente, na Inglaterra, Escócia, Irlanda, nas ilhas, no norte s sul, da Geórgia, à Nova Inglaterra, e Terra Nova, que os pecadores têm se convertido verdadeiramente para Deus; completamente mudados no coração e na vida; não através de dezenas, ou centenas, mas através de milhares, sim, miríades! O fato não pode ser negado: nós podemos indicar as pessoas, com seus nomes e lugares de moradia. E, ainda assim, os homens sábios do mundo, os homens de eminência, os homens de aprendizado e renome, 'não podem imaginar o que nós queremos dizer, por falarmos de alguma obra extraordinária de Deus!'. Eles não podem discernir os sinais desses tempos! Eles não podem ver sinal algum, afinal, de Deus se levantando, para manter sua própria causa, e estabelecer seu reino sobre a terra!
5. Mas como isto pode ser levado em conta? Como é que eles não podem discernir os sinais desses tempos? Nós podemos considerar a vontade de discernimento deles sobre o mesmo princípio que nós consideramos aquele dos fariseus e saduceus; ou seja, que eles são, igualmente, o que aqueles eram, uma 'geração adúltera e pecadora'. Se os olhos deles fossem puros, todo o corpo deles seria cheio de luz: mas supondo-se que os olhos deles sejam maus, todo o seu corpo deverá ser cheio de escuridão. Todo temperamento mau escurece a alma; toda paixão má anuvia o entendimento. Como, então, podemos esperar que, os que estão cheios de toda paixão desordenada, e escravos de todo temperamento pecaminoso, sejam capazes de discernir os sinais dos tempos?
Mas este é realmente o caso. Eles estão cheios de orgulho: Eles pensam em si mesmos, muito mais além do que deveriam pensar. Eles são vãos: Eles 'buscam a honra um do outro, e não a honra que vem de Deus apenas'. Eles afagam o ódio e a malícia em seus corações: eles dão lugar à ira, à inveja e à vingança: Eles pagam o mal com o mal, e ódio com ódio. Eles não têm escrúpulos em pleitear olho por olho, dente por dente, em vez de sobrepujarem o mal com o bem. Eles 'saboreiam não as coisas que são de Deus, mas as coisas que são de homens'. Eles estabelecem suas afeições, não nas coisas acima, mas nas coisas que estão na terra. Eles 'amam a criatura mais do que o Criador'. Eles são 'amantes do prazer, mais do que amantes de Deus'. Como, então, eles deveriam discernir os sinais dos tempos? O deus desse mundo, a quem eles servem, tem cegado seus corações, e coberto suas mentes com o véu espesso da escuridão. Ai de mim! O que essas 'almas de carne e sangue' (como alguém fala) têm a ver com Deus, ou com as coisas de Deus?
6. João afirma essa mesma razão para os judeus não entenderem as coisas de Deus, ou seja, que em conseqüência de seus pecados precedentes, e de terem terrivelmente rejeitado a luz, Deus os entregou a satanás, que os cegou, sem esperança. Repetidas vezes, quando eles poderiam ter visto, eles não puderam; eles fecharam seus olhos à luz: e, agora, eles não podem ver, já que Deus os entregou a uma mente sem discernimento: portanto, eles não acreditaram, pelo que Isaias disse (ou seja, por causa da razão dada naquele dizer de Isaias) 'Ele tem cegado seus olhos, e endurecido seus corações de modo que eles não podem ver com seus olhos, nem entender com seus corações, e serem convertidos, e eu possa curá-los'. (Isaías 44:18) – 'Nada sabem, nem entendem; porque tapou os olhos para que não vejam, e os seus corações para que não entendam'. O significado claro é que Deus não fez isto através de seu próprio poder imediato – seria uma blasfêmia vulgar dizer que Deus, nesse sentido, endurece algum homem; mas seu Espírito não mais se empenha com eles, e, então, Satanás os endurece efetivamente.
7. E, como foi com eles, nos tempos antigos, assim é, com a presente geração. Milhares daqueles que carregam o nome de Cristo, estão agora entregues a uma mente sem discernimento. O deus do mundo tem cegado tanto seus olhos, que a luz não pode brilhar sobre eles; de modo que eles não podem discernir os sinais dos tempos, não mais do que os fariseus e saduceus puderam no passado. Um exemplo maravilhoso dessa cegueira espiritual, dessa total inabilidade de discernir os sinais dos tempos, mencionados nas Escrituras, nos é dado no mesmo trabalho célebre de um recente escritor eminente, que supõe que a Nova Jerusalém desceu dos céus, quando Constantino, o Grande, chamou a si mesmo de cristão. Eu digo, chamou a si mesmo de cristão; porque eu não me atrevo a afirmar que ele foi um; não mais do que Peter, o Grande. Eu não posso deixar de acreditar, que ele teria chegado perto disto, se tivesse dito que foi no tempo, quando uma nuvem enorme de enxofre infernal e fumaça saiu do abismo sem fim! Porque, certamente, nunca houve um tempo, em que satanás teve tão fatal vantagem sobre a Igreja de Cristo, quando tal inundação de ricos, honrados e poderosos irrompeu, particularmente, no Clero!
8. Pela mesma regra, quais sinais esse escritor teria esperado da conversa similar dos pagãos? Ele teria, sem dúvida, esperado um herói, parecido com Charles da Suécia, ou Frederico da Prússia, para levar fogo, espada e Cristianismo, através de todas as nações imediatamente! E não pode ser negado, que, desde os tempos de Constantino, muitas nações têm sido convertidas dessa maneira. Mas pode ser dito, concernente a tais conversas como essas, que: 'O Reino dos céus não se aproxima com cautela?'. Certamente, todos podemos observar um guerreiro atravessando a terra, no comando de cinqüenta a sessenta mil homens! Mas é este o caminho, para se espalhar o Cristianismo, que o autor dele, o Príncipe da Paz, tem escolhido? Não. Não é dessa maneira, que a semente de um grão de mostarda se transforma numa grande árvore. Não é assim que um pouco de fermento levada toda a farinha. Antes, ele se espalha devagar, mais e mais, até que tudo esteja levedado. Nós podemos formar um julgamento do que irá acontecer, daqui a diante, através do que já temos presenciado. E este é o caminho, no qual, a verdadeira religião cristã, a fé que é operada pelo amor, tem sido espalhada, particularmente, através da Grã-Bretanha, e suas dependências, por meio século.
9. Da mesma maneira, ela continua a se espalhar, no momento presente, como facilmente pode parecer para todos aqueles cujos olhos estão cegos. Todos esses que experimentam, em seus corações, o poder de Deus, na salvação, irão, prontamente, perceber como a mesma religião que eles desfrutam, é ainda espalhada de coração para coração. Eles reconhecem a mesma graça de Deus, fortemente e suavemente, operando de todos os lados; e regozijam-se de encontrar um ou outro pecador, primeiro inquirindo, 'O que devo fazer para ser salvo?', – e, então, testificando, 'Minha alma exalta o Senhor, e meu espírito regozija-se em Deus, meu Salvador'. Sobre uma inquisição sincera e clara, eles se certificam, mais e mais, não apenas daqueles que tinham alguma forma de religião, mas daqueles que não tinham forma, afinal, e que eram pecadores dissolutos e abandonados, agora, inteiramente mudados, verdadeiramente temendo a Deus, e operando retidão. Eles observam, mais e mais, que, até mesmo esses pobres homens proscritos, estão mudados, interiormente e exteriormente; amando a Deus e seu próximo; vivendo na prática da justiça, misericórdia e verdade uniforme; e, quando têm tempo, fazendo o bem a todos os homens; tranqüilos e felizes em suas vidas, e triunfantes na morte.
10. Que desculpa, então, aquele que acredita que as Escrituras sejam a Palavra de Deus, tem para não discernir os sinais desses tempos, como preparatório para o chamado geral dos pagãos? O que Deus poderia ter feito, que ele ainda não fez, para convencer vocês de que o dia está chegando, que o tempo está à mão, quando Ele irá cumprir Suas gloriosas promessas; quando Ele se erguerá para manter sua própria causa, e estabelecer seu reino sobre toda a terra? O que, realmente, a menos que ele tivesse forçado vocês a acreditarem? E isto ele não faria, sem destruir a natureza que Ele deu a vocês: Já que Ele fez de vocês agentes livres, tendo um poder interior de autodeterminação, que é essencial para a natureza de si mesmos. E Ele dialoga com vocês, como agentes livres, do começo ao fim. Como tais, vocês podem fechar ou abrir seus olhos, como quiserem. Vocês têm suficiente luz brilhando ao redor de vocês; ainda assim, vocês não precisam vê-la, a menos que queiram. Mas estejam certos de que Deus não está feliz com o fato de vocês fecharem seus olhos, e dizerem, 'Eu não posso ver'. Eu aconselho vocês a fazerem um exame imparcial sobre todo o assunto. Depois de um claro questionamento sobre o problema, considerem profundamente, 'O que Deus tem feito?'. 'Quem poderá ver tal coisa? Quem poderá ouvir tal coisa?'. Terá a nação, como ela está, se 'formado em um só dia'? Quão rápido, assim como, quão profundo, e quão extensivo trabalho tem sido forjado na presente época! E, certamente, 'não pela força, nem pelo poder, mas através do Espírito do Senhor'. Porque quão extremamente inadequados foram os meios! Quão insuficientes foram os instrumentos para operar tal efeito; -- pelo menos, aqueles que agradou a Deus fazer uso nos domínios britânicos na América! Porém, quão inauspiciosos instrumentos Deus tem se agradado de operar desde o início! 'Alguns poucos obstinados', disse o bispo de Londres, 'o que eles podem pretender fazer?'. Eles pretenderam ser na mão de Deus, o que a caneta é na mão de um homem. Eles pretenderam, (e assim o fazem até hoje) fazer a obra para a qual eles foram enviados; fazer justo o que agrada a Deus. E, se é do Seu prazer, derrubar as muralhas de Jericó, as fortalezas de satanás, não através dos mecanismos da guerra, mas através do sopro de chifres de carneiros, quem deverá dizer junto a Ele,'O que tu fazes!'.
11. Nesse meio tempo, 'abençoados sejam seus olhos, porque eles vêm: muitos profetas e homens retos têm desejado ver as coisas que vocês vêem, e não têm visto, e ouvir as coisas que vocês ouvem, e não têm ouvido'. Vocês vêem e reconhecem o dia de sua visitação; tal visitação, como nunca vocês, nem seus antepassados conheceram. Vocês podem bem dizer, 'Este é o dia que o Senhor fez; Ele irá se regozijar e estar satisfeito nele'. Vocês vêem a alvorada daquele dia glorioso, do qual todos os profetas têm falado. E quão vocês deverão mais efetivamente melhorar esse dia de sua visitação?
12. O primeiro ponto é ver que vocês mesmos não receberam a bênção de Deus em vão. Comecem pela raiz, se vocês ainda não o fizeram. Agora se arrependam e acreditem no Evangelho! Se vocês têm acreditado, 'cuidem, para que não percam o que têm feito, mas para que receberam a recompensa completa! Estimulem o dom de Deus que está em vocês. Caminhem na luz, como Ele está na luz. E, enquanto vocês 'seguram firmes o que vocês obtiveram, sigam para a perfeição'. Sim, e quando vocês 'forem feitos perfeitos no amor', não obstante, 'esquecendo-se deles que estão atrás, pressionem para a marca, para o prêmio do alto chamado de Deus em Jesus Cristo'.
13. No próximo passo, cabe a vocês auxiliarem o seu próximo. 'Permitam que a luz de vocês brilhe, de tal maneira diante de homens, que eles possam ver suas boas obras, e possam glorificar seu Pai que está nos céus'. Quando tiverem tempo, façam o bem a todos os homens; mas, especialmente, àqueles que são familiarizados da fé. Proclamem as boas novas da salvação, prontas a serem reveladas, não apenas para aqueles de sua própria casa; não apenas para os seus parentes, amigos, e conhecidos, mas para todos que Deus, providencialmente, entrega em suas mãos! 'Sim', aqueles que já sabem em quem eles têm crido, 'que são o sal da terra'. Trabalhem para temperarem, com o conhecimento e amor de Deus, todos com os quais têm algum intercurso! 'Vocês são como a cidade, situada encima de uma colina'; vocês não podem, e não devem ser ocultados. Vocês são a luz do mundo: os homens não acendem a candeia e a colocam debaixo do alqueire' (Mateus 5:15); quanto menos, o Deus de toda sabedoria! Não; que ela brilhe para todos que estão na casa; todos que são testemunhas de sua vida e conversa. Acima de tudo, continuem em oração constante, por si mesmos, por toda a igreja de Deus, e por todos os filhos dos homens, para que eles possam se lembrar de si mesmos, e voltar para nosso Deus; para que eles possam igualmente alegrar-se no Evangelho, abençoando a terra, e a glória de Deus no céu!
[Editado por Amy Johnston, estudante da Northwest Nazarene College (Nampa, ID), com correções de George Lyons for the Wesley Center for Applied Theology.]
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