Como Acreditou e Ensinou o Reverendo Sr. John Wesley (do ano de 1725 ao ano de 1777)
(Não deve ser entendido que os sentimentos do Sr. Wesley, relativo a Perfeição Cristã, estavam, em qualquer medida, mudados depois do ano 1777. Esta área sofreu várias revisões e acréscimos, durante o tempo de vida dele; e, em toda edição sucessiva, foi especificada a data da mais recente revisão. A última revisão parece ter sido feita, no ano de 1777; e, desde aquele período, esta data foi continuada, geralmente, na página-título das várias edições do folheto).
*****
1. O que eu proponho, nos papéis que se seguem, é dar um relato claro e distinto, dos passos, pelos quais eu fui levado, durante um curso de muitos anos, a abraçar a doutrina da Perfeição Cristã. Isto, eu devo à parte séria do gênero humano; esses que desejam saber toda “a verdade, como ela está em Jesus". E esses que só estão preocupados com questões desse tipo. A esses, eu iria, cruamente, declarar a coisa como ela é; esforçando-me, durante todo o tempo, para mostrar, de um período a outro, o que eu pensei, e porque eu pensei dessa forma.
2. No ano 1725, estando com vinte e três anos de idade, eu me encontrei com o livro do Bispo Taylor, “Regra e Exercícios de Viver e Morrer Santo". Lendo várias partes deste livro, eu fui, sumamente, afetado, por aquela, em particular, que relaciona a pureza de intenção. Imediatamente, eu decidi dedicar toda a minha vida a Deus, todos os meus pensamentos, palavras, e ações; estando convencido, completamente, que não havia meio termo: ou cada parte de minha vida (não algumas apenas) deveria ser um sacrifício para Deus, ou seria dedicada a mim mesmo; ou seja, de fato, para o mal.
Pode alguma pessoa séria duvidar disso, ou encontrar meio termo, entre servir a Deus e servir ao Diabo?
3. No ano de 1726, eu me encontrei com o livro de Kempis, “Modelo Cristão”. A natureza e a extensão da religião interior; a religião do coração, agora, aparecia para mim, como uma luz forte, que eu nunca tinha sentido anteriormente. Eu vi que dedicando toda minha vida a Deus — supondo que fosse possível fazer isso, e não ir mais longe, não me traria benefício algum, a não ser que eu desse meu coração; sim, todo meu coração para ele. Eu vi que 'a simplicidade de intenção e a pureza de afeição' — uma, destinando-se a tudo o que for falado ou feito; e a outra, destinando-se a todo nosso temperamento, eram realmente 'as asas da alma', sem as quais, ela nunca ascende para o monte de Deus.
4. Um ano ou dois depois, os livros do Sr. Law, “Perfeição Cristã”, e “Chamado Sério”, me foram colocados em mão. Esses me convenceram, mais do que nunca, da absoluta impossibilidade de se ser meio cristão; e eu determinei, através de Sua graça, (a necessidade absoluta da qual eu estava, profundamente, sensibilizado a respeito); de estar todo devotado a Deus; a dar a Ele toda minha alma, meu corpo, e minha essência.
Poderá qualquer homem considerado dizer que isso está levando o assunto para muito longe? Ou que alguma coisa menos é devida a Ele, que tem dado a si mesmo por nós, do que dar a nós mesmos, tudo o que temos, e tudo que somos?
5. No ano de 1729, eu comecei, não apenas a ler, mas também a estudar a Bíblia, como a única; o único padrão de verdade, e o único modelo da religião pura. Daqui, eu vi, em uma luz, cada vez mais clara, a indispensável necessidade de ter 'a mente, que está em Cristo', e de 'caminhar, como Cristo também caminhou'; tendo, sempre, não apenas algumas partes, mas toda a mente que estava nele; e caminhar como ele caminhou, não apenas em muitas, ou, na maioria das circunstâncias, mas em todas as coisas.
E essa era a luz, em que eu, naquele momento, por via de regra, considerei religião, como um seguir uniforme de Cristo; uma inteira conformidade, interior e exterior, para com nosso Mestre. Nem eu estava com medo de coisa alguma, do que subjugar essa regra à minha própria experiência; ou a de outro homem; de permitir a mim mesmo, em qualquer uma das últimas desconformidades para com nosso grande Exemplo.
6. Em 1o de Janeiro de 1733, eu preguei, diante da Universidade, na Igreja de St. Mary, sobre “A Circuncisão do Coração”, um relato do qual eu dei nessas palavras:
“É aquela disposição habitual da alma, na qual, nos escritos sagrados, é denominado, santidade; e que, diretamente, implica, estar limpo do pecado – de toda sordidez, do corpo e do espírito -; e, por conseqüência, estar dotado daquelas virtudes, que estavam, em Cristo Jesus; estar, assim, renovado na imagem de nossa mente, como ser perfeito, como nosso Pai, nos céus, é perfeito”.
No mesmo sermão, eu observei que O amor é o executor da lei, a finalidade dos mandamentos. Ele não é apenas o primeiro e o grande mandamento, mas todos os mandamentos em um. Por mais que as coisas sejam justas; por mais que as coisas sejam puras, se houver alguma virtude, se houver algum louvor, eles são todos comprimidos nessa única palavra, amor. Nisso há perfeição, e glória, e felicidade.
A lei real dos céus e terra é essa: 'Ames ao Senhor teu Deus com todo teu coração, e com toda tua alma, e com toda tua mente, e com todas as tuas forças'. Que o bem mais perfeito seja sua finalidade única. Uma coisa você deve desejar para seu próprio bem --- o usufruto Dele, que é tudo, em tudo. Uma única felicidade deve ser o propósito para sua alma: sempre a união com Ele que a fez, tendo cordialidade com o Pai, e com o Filho, sendo unido ao Senhor em um só espírito.
Um objetivo você deve perseguir, até o fim dos tempos: o regozijar-se com Deus, no tempo, e na eternidade.
E desejar outras coisas, tão longe quanto elas se inclinem nessa direção; amar a criatura, como conduz ao Criador. Mas, em todos os passos que você der, seja esse o ponto glorioso que divisa sua visão. Deixe toda afeição, e pensamento e palavra, e ação estarem subordinados a isso. O que quer que você deseje ou teme; o que quer que você busque ou evite; o que quer que você pense falar, ou fazer, seja com o objetivo da sua felicidade em Deus, a felicidade exclusiva, tanto quanto a fonte da sua existência.
Eu concluo nessas palavras: Aqui está a somatória da lei perfeita, a circuncisão do coração. Deixe o espírito retornar para Deus que o deu, com toda a série dessas afeições. – Outros sacrifícios de nós, ele não quer, mas o sacrifício vivo do coração, ele tem escolhido. Deixe isso ser continuamente oferecido a Deus, através de Cristo, em chamas do amor santo. Que a nenhuma outra criatura seja permitido dividir com ele; Ele é um Deus ciumento. Seu trono Ele não dividirá com outro; Ele irá reinar, sem um rival. Que nenhum modelo, ou desejo seja admitido lá, mas o que tem Deus, para seu objetivo final. Esse é o caminho, onde aqueles filhos de Deus, uma vez, caminharam; os quais, sendo mortos, ainda falam para nós:
'Desejem, não viver, mas louvar seu nome; deixem todos os seus pensamentos, palavras e obras tenderem para a Sua Glória. Deixem sua alma ser cheia com tal amor integral a Ele, que você não poderá amar nada, a não ser por amor a Ele. Tenha uma pura intenção de coração, uma consideração firme para a glória Dele, em todas as suas ações'. Para que, então; e, não, até que, então, seja aquela mente em nós, a que também era em Cristo Jesus; quando em todo movimento de nosso coração; em toda palavra de nossa língua; em cada trabalho de nossas mãos, nós procuremos nada, a não ser, em relação a Ele, e em subordinação ao Seu prazer; quando nós também, não pensamos, nem falamos, nem agimos, para satisfazer a nossa própria vontade, mas a vontade Dele que nos enviou; quando o que quer que comamos ou bebamos, ou o que quer que façamos, façamos tudo para a glória de Deus!
Pode ser observado que esse sermão era composto do primeiro de todos os meus escritos que foram publicados. Essa era a visão da religião que eu, então tinha, no qual, mesmo assim, eu não hesitei em denominar perfeição. Essa é a visão que eu tenho dele agora, sem adição ou diminuição de qualquer material.
E o que há aqui, que qualquer homem de discernimento, que acredita na Bíblia, pode objetar? O que ele pode negar, sem, absolutamente, contradizer a Escritura? O que restringir, sem falar da palavra de Deus?
7. No mesmo sentimento, meu irmão e eu remanescemos (com todos aqueles jovens cavalheiros, em derrisão, denominados Metodistas), até nós embarcarmos para a América, no final do ano de 1735. Foi no ano seguinte, enquanto eu estava em Savannah, que eu escrevi essas linhas que se seguem: 'Existe alguma coisa, debaixo do sol, que se esforce para compartilhar meu coração contigo? Ah! Arranque-a dali, e reine sozinho, o Senhor que o movimenta!'.
No começo do ano de 1738, quando eu estava retornando de lá, o clamor de meu coração era: 'Oh! Conceda que nada, na minha alma, possa habitar, a não ser o amor puro somente! Oh! Possa teu amor possuir-me por completo: minha alegria, meu tesouro, minha coroa! Removas as chamas estranhas de meu coração; toda minha ação, palavra e pensamento, sejam amor!'.
Eu nunca ouvi que qualquer um objetasse isso. E, realmente, alguém pode? Não é essa a linguagem, não apenas de todo crente, mas também de todo aquele que está, verdadeiramente, acordado? Mas o que eu tenho escrito, para esses dias, que é tanto mais forte quanto mais claro?
8. No mês de Agosto, seguinte, eu tive uma longa conversa com Arvid Gradin, na Alemanha. Depois de ele ter-me dado um relato das suas experiência, eu lhe pedi que me desse por escrito, uma definição da 'garantia total da fé', que ele fez, nas seguintes palavras:
“Descanse no sangue de Cristo; na confiança firme em Deus, e convença-se da sua generosidade; da suprema tranqüilidade, serenidade e paz na mente, com a libertação de todo desejo mundano, e a cessação de todos, mesmo dos pecados internos”.
Esse foi o primeiro relato que eu ouvi de um homem vivente, que eu mesmo tinha aprendido dos profetas de Deus, e orado por ele (com a pequena companhia de meus amigos), e esperado, por diversos anos.
9. Em 1739, meu irmão e eu publicamos um volume de “Hinos e Poemas Sagrados”. Em muitos deles, nós declaramos, fortemente e explicitamente, nossos sentimentos:
'Muda o fluxo corrente da maré natural; Permita que nossas ações conduzam a ti, seus propósitos; Que teu amor seja o guia; Tua glória, a finalidade; Que a Terra seja então, uma escala para os céus; Que a sabedoria mostre a estrada; Que todas as criaturas sejam conduzidas a Ti; E que tudo o que provarmos seja Deus. Novamente, --- Senhor, fortalece-me com a força de Teu Espírito, desde que sou chamado pelo Teu grande nome: Teu amor me socorra em todos os meus dias; e minha única tarefa seja teu louvor. Novamente, --- Ansioso por Ti, eu questiono e arquejo; tão forte o divino princípio; conduze-me com constrangimento doce, até que minha alma sagrada seja Tua; imerso, no mar profundo da Divindade; e perdido em Tua imensidade. Uma vez mais, -- Adão celeste, divina vida, muda minha natureza em ti; Move e propaga minha alma, impulsiona e completa o todo'.
Seria fácil citar muitas mais passagens para o mesmo efeito. Mas esses são suficientes, para mostrar, acima de contradição, quais eram nossos sentimentos.
10. O primeiro artigo que eu escrevi, expressamente, sobre esse assunto foi publicado, no final desse ano. Para que ninguém fosse preconceituoso, antes de lê-lo, eu dei a ele o título indiferente de “O Caráter de um Metodista”. Nele, eu descrevo o cristão perfeito, colocando na frente: 'Não como se eu já tivesse alcançado'. Parte disso eu anexei, sem qualquer alteração:
“Um Metodista é alguém que ama o Senhor seu Deus, com todo seu coração, com toda sua alma, e toda sua mente, e com todas as suas forças. Deus é a alegria de seu coração, e desejo de sua alma, que está continuamente clamando: Quem mais eu tenho, nos céus, a não ser a Ti? E não há ninguém sobre a terra a quem eu deseje além de Ti! Meu Deus e meu tudo! Tu és a força de meu coração, e a minha porção para sempre. Ele é, entretanto, feliz em Deus; sim, sempre feliz, como tendo nele um poço de água, brotando para a vida eterna, e transbordando sua alma com paz e alegria. Amor perfeito vivendo, agora, fora do medo, ele se regozija sempre mais. Sim, sua alegria é completa, e todos os seus ossos clamam: Bendito seja Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quem, de acordo com sua misericórdia abundante, tem me recriado, para a esperança viva da herança incorruptível e inviolada, reservada para mim nos céus”.
“E ele, que tem essa esperança - tão cheia da imortalidade - em tudo dá graças, como sabendo que isto (o que quer que seja) é da vontade de Deus, em Cristo Jesus, concernente a ele. Por esta razão, agradavelmente, recebe tudo, Dele, dizendo: Boa é a vontade do Senhor. O que ele dê ou tire, igualmente, dá graças ao nome do Senhor. Tanto no bem-estar físico, quanto na dor; na doença ou na saúde; na vida e na morte, ele agradece, do fundo de seu coração, a Ele que ordena isso para o bem; em cujas mãos ele tem confiado, completamente, seu corpo e sua alma, como nas mãos do Criador fiel. Ele já não se preocupa com nada, como tendo colocado todas suas preocupações Nele, que se preocupa por ele; e em todas as coisas descansa Nele, depois fazendo seu pedido conhecido a Ele com ação de graças.
“Porque ele, realmente, ora, sem cessar; em todos os momentos, a linguagem de seu coração é essa: Para ti é minha boca, mesmo, sem a voz; e meu silêncio fala para Ti. Seu coração ergue-se para Deus, em todos os momentos, e em todos os lugares. Nisso, ele nunca é obstruído, muito menos, interrompido, por qualquer pessoa, ou coisa. Só, ou acompanhado; nos momentos de lazer, trabalho ou conversas, seu coração é sempre com o Senhor. Se ele se deita, ou se levanta, Deus está em todos seus pensamentos: Ele caminha com Deus, continuamente; tendo os amorosos olhos de sua alma fixados Nele, e em todo lugar, buscando a Ele que é invisível”.
"E amando a Deus, ele ama seu próximo como a si mesmo; ele ama cada homem como sua própria alma. Ele ama seus inimigos, sim, e os inimigos de Deus. E se isso não está em seu poder fazer o bem para aqueles que o odeiam, sim, ele não cessa de orar por eles, embora eles rejeitem seu amor, e ainda, não obstante, completamente, usem-no e o persigam”.
'Porque ele é puro de coração. O amor tem purificado seu coração da inveja, malícia, ira, e todo temperamento descortês. Ele está limpo de seu orgulho, o qual apenas cometia contenda; mas agora tem colocado entranhas de misericórdia, bondade, humildade de mente, brandura e longanimidade. E, realmente, toda possível raiz para contenda, de sua parte, é cortada fora. Porque ninguém pode tirar dele o que ele deseja, vendo que ele não ama o mundo, nem qualquer uma das coisas do mundo; mas todo seu desejo é para Deus, e na recordação de Seu nome”.
“Aprazível com isso, seu único desejo é o objetivo único de sua vida; isto é, fazer, não a sua vontade, mas a vontade Dele que o enviou. Sua única intenção, em todos os momentos, e em todos os lugares, é não agradar a si mesmo, mas a Ele, que ama a sua alma. Ele tem um só olhar; e, porque seu olhar é único, todo seu corpo é cheio de luz. O todo é luz, como quando a luz brilhante da vela ilumina a casa. Deus reina sozinho; tudo que é na alma é santidade para o Senhor. Não existe um movimento no seu coração, a não ser o de acordo com a Sua vontade. Cada pensamento que se ergue aponta para Ele, e está em obediência à Lei de Cristo!”.
“E a árvore é conhecida por seus frutos. Porque, como ele ama a Deus, então, ele guarda seus mandamentos; não apenas alguns, ou a maioria deles, mas todos, do menor ao maior. Ele não está contente em manter toda a lei e transgredir, em um ponto, mas tem, em todos os pontos, uma consciência isenta de ofender no que concerne a Deus e ao homem. O que quer que Deus tenha proibido, ele evita; o que quer que Deus tenha prescrito, ele faz. Ele anda no caminho dos mandamentos de Deus, agora Ele libertou seu coração. É sua glória e alegria; é sua coroa diária de regozijo fazer a vontade de Deus na terra, como ela é feita nos céus!”.
“Todos os mandamentos de Deus, ele, concordantemente, mantém, com toda sua força; porque sua obediência é em proporção ao seu amor; é a fonte, de onde ele flui. E, conseqüentemente, amando a Deus, com todo seu coração, ele serve a Ele, com todo seu vigor; ele, continuamente, apresenta sua alma e corpo, em um sacrifício vivo, santo e aceitável a Deus; inteiramente, e sem reserva, devotando a Ele tudo o que tem, tudo o que é, toda sua glória. Todos os talentos que ele tem, ele emprega, constantemente, de acordo com a vontade de seu Mestre; cada poder e faculdade de sua alma, todo o membro de seu corpo”.
“Em conseqüência, o que quer que ele faça, é tudo para a glória de Deus. Em todos os seus empreendimentos, de toda a sorte; ele não apenas visa a isso, o qual está subentendido ter um olho único, mas também, realmente, alcançá-lo; seu trabalho e seu refrigério, tanto quanto suas orações, tudo serve à grande finalidade. Tanto ele fique em casa, ou caminhe pela rua, tanto ele se deite ou se levante, ele está fomentando, em tudo o que ele fale ou faça, o único trabalho de sua vida. Tanto ele coloque seus adornos, ou trabalhe, ou coma, ou beba, ou se distraia, também, do trabalho debilitante, tudo tende à vantagem da glória de Deus, pela paz e boa-vontade entre os homens. Sua regra constante é: O que quer que eu faça, em palavra ou ação, faça tudo em nome de Nosso Senhor Jesus, agradecendo a Deus; sempre, ao Pai, através dele”.
“Nem o comportamento do mundo, afinal, impeça-o de seguir o decurso da vida, que está estabelecido diante dele. Ele não poderá, entretanto, deitar tesouros na terra, não mais do que ele por fogo em seu peito. Ele não poderá falar mal de seu vizinho, não mais do que ele possa mentir tanto a Deus, quanto ao homem. E não poderá proferir uma palavra indelicada a qualquer um; por amor, manterá a boca fechada. Ele não poderá falar palavras vãs; nem conversa corrupta saia de sua boca; como tudo isso não é bom para o uso da edificação, nem adequado para ministrar graça para os ouvintes. Mas, por mais que as coisas sejam puras; por mais que as coisas sejam amáveis; por mais que as coisas sejam, justamente, de boa reputação, ele pensa, fala e age, adornando a doutrina de Deus nosso Salvador em todas as coisas”.
Essas são as mesmas palavras, onde eu, largamente, declarei, pela primeira vez, meus sentimentos da Perfeição Cristã.
E não é fácil ver:
1) Que é esse o mesmo ponto o qual eu almejo, todo o tempo, desde o ano de 1725; e mais, determinantemente, desde o ano de 1730, quando eu comecei a ser 'um homem de um só livro', de preferência nenhum, comparativamente, a não ser a Bíblia?
E não é fácil ver:
2) Que essa é a mesma doutrina, a qual eu acredito e ensino até esse dia; não adicionando um ponto, tanto para a santidade interna como externa, a qual eu tenho preservado, há trinta e oito anos? E é a mesma a qual, pela graça de Deus, eu tenho continuado a ensinar, desde aquele tempo até agora; como irá aparecer para cada pessoa imparcial dos extratos anexados abaixo?
11. Eu não sei se algum escritor fez qualquer objeção contra esse tratado em nossos dias; e por algum tempo, eu não encontrei muita oposição, pelo menos, não das pessoas sérias. Mas, depois de um tempo, um clamor levantou-se, e, o que me surpreendeu um pouco, é que foi entre os homens religiosos, que afirmaram, não que eu declarei a perfeição de maneira errada, mas que não existe perfeição na terra; não, e caíram, veementemente, sobre meu irmão e eu, por afirmarmos o contrário.
Nós, escassamente, esperávamos um ataque tão áspero deles; especialmente, porque fomos claros na Justificação Pela Fé, e, cuidadosamente, descrevemos a salvação total pela mera graça de Deus. Mas o que mais nos surpreendeu, foi dizer que nós desonrávamos Cristo, afirmando que Ele salvou o absoluto, mantendo-o reinando em nossos corações, sozinho, e conquistando todas as coisas para ele mesmo.
12. Eu penso que foi no final do ano de 1740, quando eu tive uma conversa com o Dr. Gibson, então, Bispo de Londres, em Whitehall. Ele me perguntou o que eu queria dizer com perfeição. Eu disse a ele, sem qualquer dissimulação ou reserva. Quando acabei de falar, ele respondeu:
'Sr. Wesley, se isso é o que você quer dizer, publique isso para o mundo. Se ninguém então pode confutar o que você diz, a mentira pode ter permissão livre. Eu disse: Meu senhor, eu irei, e de acordo, escrevi e publiquei o sermão sobre Perfeição Cristã'.
Nele eu me esforço para mostrar (1) Em que sentido os cristãos não são. (2) Em que sentido eles são perfeitos.
(1) - Em que sentido eles não são:
Eles não são perfeitos em conhecimento: Eles não estão livres da ignorância; não, nem do erro. Nós não esperamos que algum homem seja mais infalível, do que onisciente.
Eles não estão livres das debilidades, como as fraquezas ou a vagareza de entendimento; velocidade irregular ou indolência de imaginação: Tais, em outro tipo, são impropriedades da linguagem, falta de graça da pronunciação; para o qual alguém poderia acrescentar milhares de defeitos inomináveis; tanto na conversa quanto no comportamento. Para tais debilidades - como essas - ninguém está perfeitamente liberto, até que seu espírito retorne a Deus; nem podemos esperar, até então, sermos completamente livres da tentação; porque o servo não está acima de seu mestre. Mas nem nesse sentido há qualquer perfeição absoluta na terra. Não existe perfeição de graus, nenhuma a qual não admita crescimento contínuo.
(2) Em que sentido eles são perfeitos?
Observe, que nós não estamos agora falando de bebês em Cristo, mas de adultos cristãos. Mas, mesmo os bebês em Cristo estão tão longe da perfeição, quanto não estão de cometer pecado. Isto João afirma expressamente; e isto não pode ser refutado pelos exemplos do Velho Testamento. E para que, se o mais santo dos anciãos judeus, algumas vezes, cometeram pecado? Nós não podemos inferir disso que todos os cristãos cometem e devem cometer pecados, o quanto tempo eles viverem. Mas a Escrituras dizem que um homem justo pode pecar sete vezes por dia? Isso ela não diz. Realmente, ela diz que um homem justo pode cair sete vezes. Mas isso é outra coisa; porque, as palavras, por dia, não estão no texto. Em segundo lugar, aqui não é mencionado cair no pecado, afinal. O que é mencionado aqui, é cair em aflições temporais.
Mas, em outro lugar Salomão diz: 'Não existe um homem que não peque'. Sem dúvida, isso era nos dias de Salomão; sim, e de Salomão até Cristo, não havia, então, homem algum que não tivesse pecado. Mas, qualquer que fosse o caso daqueles que estavam debaixo da lei, nós podemos seguramente afirmar com João, que, desde que o Evangelho foi dado, mente, aquele que é nascido de Deus não pecou.
Os privilégios do cristão são, de modo algum, para serem medidos pelo que o Velho Testamento relata concernente àqueles que estão debaixo da isenção judaica; vendo que a plenitude do tempo chegou, o Espírito Santo é agora dado; a grande salvação de Deus é agora trazida aos homens pela revelação de Jesus Cristo. O reino dos céus é agora estabelecido na terra, concernente ao que o Espírito de Deus declarou no passado, (tão longe está Davi de ser o modelo ou padrão da Perfeição Cristã): (Zacarias 12:8) “Naquele dia, o Senhor protegerá os habitantes de Jerusalém; e o mais fraco dentre eles, naqueles dias, será como Davi, e a casa de Davi será como Deus, como o anjo do Senhor diante deles”.
Mas os Apóstolos, eles mesmos, cometeram pecado; Pedro por dissimular; Paulo por sua afiada contenda com Barnabé. Supondo-se que eles cometeram, você poderá argumentar assim: Se dois dos Apóstolos, uma vez, pecaram, então todos os outros cristãos, em todos os tempos, podem e devem cometer pecados, enquanto viverem? Não! Deus proíbe que falemos assim! Nenhuma necessidade de pecado foi colocada sobre eles; a graça de Deus era, certamente, suficiente para eles. E é suficiente para nós em nossos dias.
Mas Lucas diz: Em muitas coisas nós ofendemos a todos. Verdade. Mas quais são essas pessoas, das quais ele aqui fala? Porque aqueles muitos mestres ou professores, os quais Deus não tem enviado; não são os próprios Apóstolos, nem qualquer cristão real. Que a palavra nós, usada como figura de linguagem, comum em todos os outros, tanto quanto nos escritos inspirados, o Apóstolo não poderia, possivelmente, ter incluído a si mesmo, ou qualquer outro crente verdadeiro, como aparece:
1) No verso nono: Com isso, damos nós graças a Deus; e com isso, nós amaldiçoamos aos homens. Certamente, não, nós Apóstolos! Não, nós crentes!
2) Nas palavras que precedem o texto: Meus Irmãos, não sejam muitos mestres, ou professores, sabendo que nós devemos receber a condenação maior. Porque, em muitas coisas, nós ofendemos todos. Nós! Quem? Não os Apóstolos, nem os crentes verdadeiros, mas eles que estavam para receber a condenação maior, por causa das suas muitas ofensas.
3) Não! O verso, por si mesmo, prova que nós ofendemos todos, não pode ser falado - tanto de todos os homens - quanto de todos os cristãos. Porque, nele, imediatamente, segue-se a menção de um homem que não ofende, como o nós, primeiro mencionado, fez; de quem, ele é, por conseguinte, declaradamente, distinguido por contraste, e pronunciado um homem perfeito.
Mas João diz: Se nós dizemos que não pecamos, nós iludimos a nós mesmos; e se nós dizemos que nós não temos pecado, nós fazemos a Ele um mentiroso, e Sua palavra não está em nós. Eu respondo:
1) O décimo verso fixa o sentido do oitavo: Se nós dizemos que nós não pecamos, no verso anterior, sendo explicado por: se nós dizemos que não temos pecado, no verso posterior.
2) O ponto a ser considerado não é, se nós temos, ou não temos pecado antes; e nem esses versos declaram que nós pecamos, ou cometemos pecado agora.
3) O nono verso explica, tanto o oitavo, quanto o décimo: se nós confessamos nossos pecados, ele é consciencioso e justo para perdoar-nos nossos pecados, e limpar-nos de toda iniqüidade. Se ele tivesse dito: Eu tenho antes afirmado, o sangue de Cristo nos limpou de todos os pecados. E nenhum homem pode dizer: Eu não preciso disso; eu tenho 110 pecados para serem limpos. Se nós dizemos que nós não pecamos, que nós não temos pecado, nós iludimos a nós mesmos, e fazemos Deus um mentiroso: Mas, se nós confessamos nossos pecados, ele é consciencioso e justo, não apenas, para perdoar-nos nossos pecados, mas também, para nos limpar de toda iniqüidade, de maneira que nós podemos ir e não pecar mais! Por conseguinte, tanto a doutrina de João, e todo o teor do Novo Testamento, nós fixamos nessa conclusão:
Um cristão é tão perfeito, quanto não comete pecado.
Esse é o privilégio glorioso de todo cristão; sim, embora ele seja apenas um bebê em Cristo. Mas é somente dos cristãos adultos que pode ser afirmado que eles são de tal forma perfeitos, como, secundariamente, para serem libertos dos pensamentos e temperamentos maus. E, primeiramente, do mal ou pensamentos pecaminosos. Entretanto, de onde eles se originam? Fora do coração do homem, se, afinal, derivam-se os pensamentos maus; se, por conseguinte, o coração não for mais mau, então os pensamentos maus não se derivam fora dele: porque uma boa árvore não dá frutos maus.
E como eles estão livres dos pensamentos pecaminosos, então, igualmente, estão livres dos temperamentos. Cada um desses pode dizer com Paulo: 'Eu estou crucificado com Cristo; não obstante eu viva; ainda não sou eu, mas Cristo vive em mim'; - palavras que, manifestamente descrevem o livramento dos pecados internos tanto quanto dos externos. Isso é expresso negativamente: Eu não vivo, minha natureza pecadora - o corpo do pecado - é destruída; e positivamente: Cristo vive em mim, e, portanto, tudo isso é santo, e justo, e bom. Entretanto, ambos esses, Cristo vive em mim, e, Eu não vivo, são inseparavelmente conectados. Para o que a comunhão tem luz com a escuridão, ou Cristo com Belial?
Ele, por conseguinte, que vive nesses cristãos tem purificado o coração deles pela fé, de tal maneira, que cada um que tem Cristo, nele a esperança da glória, purifica-se da mesma forma como ele é puro! Ele é purificado do orgulho; porque Cristo era humilde de coração. Ele é purificado da vontade-própria; porque Cristo desejou apenas fazer a vontade de seu Pai: E ele é puro da ira, no bom-senso da palavra; porque Cristo era manso e gentil. Eu digo no bom-senso da palavra; porque ele é irado com o pecado, quando é afligido pelo pecador. Ele sente o deslocamento em toda ofensa contra Deus, mas apenas oferece compaixão ao ofensor.
Assim, Jesus salva o seu povo do pecados deles; não apenas dos pecados exteriores, mas dos pecados de seus corações. Verdade, dizem alguns, mas não da morte, não nesse mundo. Não, João diz, Nesse lugar está nosso amor feito perfeito, para que possamos ter coragem, no dia de nosso julgamento; porque como ele é, assim nós somos nesse mundo. O Apóstolo aqui, acima de qualquer contradição, fala de si mesmo, e outros cristãos viventes, dos quais ele afirma, de modo plano que, não apenas na, ou depois da morte, mas nesse mundo, eles são como o Mestre deles.
Exatamente de acordo com isto são suas palavras, no capítulo primeiro. 'Deus é luz, e nele não há escuridão, afinal. Se nós caminhamos na luz, como ele está na luz, nós temos companheirismo, um com o outro, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, purifica-nos de todos os pecados'. E novamente: 'Se nós confessamos nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar de nossos pecados, e purificar-nos de toda iniqüidade'. Agora, isso é evidente, o Apóstolo aqui fala de uma libertação forjada nessas palavras: porque ele não diz, o sangue de Cristo irá purificar (na hora da morte, ou no dia do julgamento), mas ele purificará, no momento presente, a nós cristãos viventes de todo o pecado. E é igualmente evidente que, se qualquer pecado permanecer, nós não seremos limpos de todo o pecado. Se alguma iniqüidade permanecer na alma, ela não será purificada de toda iniqüidade. Nem permita alguém dizer que isso se relaciona à justificação apenas, ou à purificação de nossa culpa do pecado:
Primeiro, porque isto, misturando o que o Apóstolo claramente distingue, e que menciona, primeiro, perdoar-nos de nossos pecados, e, então, purificar-nos de toda iniqüidade. Segundo, porque isto está afirmando justificação pelas obras, no sentido mais forte possível; isto está fazendo tudo interior, tanto quanto tudo exterior; santidade, necessariamente, antecede a justificação. Porque se a purificação, aqui falada, é nada mais do que nossa purificação da culpa do pecado, então, nós não somos purificados da culpa, ou seja, não justificados; a não ser, na condição de caminhar na luz, como ele está na luz. Permanece, então, que os cristãos são salvos, nesse mundo, de todo pecado, de toda iniqüidade; que eles são, de tal forma, perfeitos, como para não cometerem pecado, e para estarem livres de pensamentos e temperamentos pecaminosos.
Não deveria ser, mas um discurso desse tipo, que, diretamente, contradiga a opinião favorita de muitos, os que foram avaliados por outros, e, possivelmente, avaliados por eles mesmos, alguns dos melhores dos cristãos, (considerando que, se essas coisas eram assim, eles não eram cristãos, afinal), daria nenhuma ofensa pequena. Muitas respostas ou advertências, entretanto, eram esperadas; mas eu fui, agradavelmente, desapontado. Eu não soube de qualquer um que apareceu; então eu segui, quietamente, em meu caminho.
13. Não muito tempo depois, na primavera de 1741, nós publicamos o segundo volume dos Hinos. Como a doutrina estava ainda muito mal interpretada, e, conseqüentemente, mal representada, eu julguei necessário explicar, ainda um pouco mais em cima do título; o que foi feito no prefácio, como segue:
"Esse grande dom de Deus, a salvação de nossas almas, não é outro, senão a imagem de Deus recém estampada em nossos corações. É a renovação dos crentes, no espírito de suas mentes, depois da semelhança Dele que os criou. Deus agora deitou o machado na raiz da árvore, purificando seus corações pela fé, e, limpando todos os pensamentos de seus corações pela inspiração do seu Espírito Santo. Tendo essa esperança, de que possam ver Deus, como Ele é, eles se purificam, ao mesmo tempo em que Ele é puro; e são santos, como Ele que os chamou é santo; em toda forma de relação. Não que eles já tenham conseguido tudo o que eles devem conseguir; nem são, sob esse aspecto, perfeitos. Mas eles diariamente seguem em frente de força para força; observando, agora, como em um espelho, a glória do Senhor, eles mudaram para a mesma imagem, da glória para a glória, pelo Espírito do Senhor".
"E onde o Espírito de Deus está, há liberdade; tal liberdade da lei do pecado e da morte, como os filhos do mundo não poderão acreditar, embora um homem declare isso para eles. O Filho fez livres da grande raiz do pecado, crueldade, e soberba os que são assim nascidos de Deus. Eles sentem que toda a aptidão deles é de Deus; e que é Ele apenas quem está em todos os seus pensamentos, e os forja para desejarem e fazerem o que é do Seu agrado. Eles sentem que não são eles que falam, mas o Espírito do Pai que fala neles, e o que quer que seja feito pelas mãos deles, é o Pai quem está nelas; é Ele quem faz as obras. De modo que, Deus é para eles todos, em tudo, e eles não são nada, por si mesmos".
Eles são libertos da vontade própria, desejando mais nada a não ser a santa e perfeita vontade de Deus; não desejos materiais, não alívio do sofrimento, (isto é muito forte. Nosso Senhor, ele próprio, desejou alívio do sofrimento. Ele pediu por ele, mas com submissão: Não como eu desejo, eu peço, mas como Tu desejas). Nem vida ou morte, ou qualquer criatura; mas, continuamente, clamando, no mais profundo de sua alma: Pai, que a tua vontade seja feita.
Eles são libertos dos pensamentos maus, de maneira que eles não podem entrar neles; não, nem por um momento. Anteriormente, quando eles tinham um pensamento mau, eles se ligavam ao alto e ele desaparecia. Mas, agora, ele não entra, não existe lugar, para ele, na alma daquele que é cheio de Deus.
Eles estão livres dos desvios na oração. Quando quer que eles despejem seus corações, imediatamente, diante de Deus, eles não têm pensamento de qualquer coisa passada, (isto é bem mais forte. Veja o sermão - Os Pensamentos Errantes), ou do que está ausente, ou do que está por chegar, a não ser de Deus somente. Nos tempos passados, eles tiveram pensamentos errantes que lhes foram arremessados, e que ainda desapareceram como fumaça; mas agora aquela fumaça não se ergue, afinal.
Eles não têm medo ou dúvida, assim como seu estado geral, ou em qualquer ação particular. (Freqüentemente, esse é o caso; mas apenas por um tempo) A unção do Espírito Santo os ensina a toda hora o que eles devem fazer, o que eles devem dizer; (por um tempo, pode ser assim; mas não sempre), nem, entretanto, eles têm alguma razão para discutir concernente a isso. (Algumas vezes, eles não precisam; em outras, eles sim).
Eles estão, em um sentido, livres das tentações; porque, embora inúmeras tentações estejam ao seu redor, ainda assim, eles não se preocupam com elas. (Algumas vezes, isso não ocorre; de outras ocorrem, e gravemente). A todo tempo, suas almas estão equilibradas e calmas; seus corações estão firmes e imóveis. Sua paz, fluindo como um rio; passando todo entendimento, e eles regozijam-se, com alegria inexplicável, e cheios de glória. Porque eles foram selados pelo Espírito para o dia da redenção, sendo testemunhas neles mesmos, que está guardada para eles a coroa da retidão, a qual o Senhor dará a eles, naquele dia. (Não a todos que foram salvos do pecado; muitos deles não a alcançaram ainda).
Não que todos sejam filhos do diabo, até que eles sejam assim renovados no amor. Pelo contrário, quem tiver a confiança segura em Deus, de que, através dos méritos de Cristo, todos seus pecados foram perdoados, ele é um filho de Deus; e, se ele permanece Nele, como um herdeiro de todas as promessas. Nem ele deve desperdiçar, prudentemente, sua confiança, ou negar a fé que ele tem recebido, porque isso é fraqueza, ou porque isso está tentado com fogo, já que sua alma está em aflição, pelas múltiplas tentações.
Nem nos atrevemos afirmar, como alguns têm feito, que toda essa salvação é dada, imediatamente. Existe, realmente, um instantâneo, tanto quanto gradual trabalho de Deus, em Suas crianças; e nesse lugar, não necessita; nós sabemos, um grande número de testemunhas, que tenham recebido, em um só momento, tanto o claro senso do perdão de seus pecados, quanto do testemunho permanente do Espírito Santo. Mas não conhecemos uma instância singular, em qualquer lugar, do recebimento da pessoa, em um, ou no mesmo momento, da remissão dos pecados, da testemunha permanente do Espírito, e de um novo, e limpo coração.
Entretanto, como Deus pode trabalhar, nós não podemos dizer; mas, de uma maneira geral, onde ele trabalha é assim: Aqueles que, uma vez, confiaram, em si mesmos, que eles eram retos, e que eram ricos e cresceram em bens, e não precisavam de mais nada, são, pelo Espírito Santo de Deus, aplicando Sua Palavra, convencidos que eles são pobres e nus. Todas as coisas, que eles têm feito, são trazidas à lembrança deles, e exibidas diante deles, de modo que eles vêem a ira de Deus dependurando-se sobre suas cabeças, e sentem que são merecedores da condenação do inferno. Nas suas aflições, eles clamam ao Senhor, e Ele mostra a eles que Ele removeu deles o pecado, e abre o reino dos céus em seus corações, retidão, e paz, e alegria neles. Sabendo que são justificados, livremente, através da fé em Seu sangue, eles têm paz com Deus através de Jesus Cristo; eles se regozijam, na esperança da glória de Deus; e o amor de Deus está espalhado por todo o coração deles.
Nessa paz, eles permanecem por dias, ou semanas, ou meses; e, comumente, eles supõem que eles não conhecem mais a guerra; até que alguns de seus velhos inimigos, ou seus pecados familiares, ou os pecados que muito facilmente os assaltaram, (talvez ira ou desejo), os assaltem, novamente, e os apunhalem dolorido, de maneira que eles podem cair. Então, o medo, que eles pensaram não permanecer até o fim, ergue-se; e, freqüentemente, a dúvida, quer Deus os tenha perdoado, ou quer eles não se iludam, em pensar que seus pecados foram perdoados. Sob essas nuvens, especialmente, se eles raciocinam com o diabo, eles murmuram o dia inteiro. Mas, raramente, é muito, até que seu Senhor responde, por sua própria conta, enviando a eles o Espírito Santo para confortá-los, para dar testemunho, continuamente, com o espírito deles de que eles são filhos de Deus.
Eles são, realmente, mansos, gentis, e educáveis; até mesmo como uma criancinha. Eles vêem o fundo de seus corações; (não é de se surpreender que, durante a existência desse livro (ele foi publicado há vinte e quatro anos), qualquer um pudesse suster com audácia que essa é uma nova doutrina, e que eu nunca a ensinei antes. – [Essa nota foi, primeiro, publicada, no ano de 1765]), o que Deus, antes, não poderia ter exposto para eles, a fim de que a alma não pudesse fracassar diante dele, nem o espírito que ele fez.
Agora eles vêem todas as abominações escondidas lá, a impenetrabilidade do orgulho, a vontade própria, e o inferno; ainda levando o testemunho em si mesmos. Tu és um herdeiro de Deus, um herdeiro comum com Cristo, mesmo no meio dessa experimentação veemente; que, continuamente, alimenta tanto o forte senso que eles, então, têm da sua inabilidade de ajudar a si mesmos, e o desejo inexprimível que eles sentem, depois de uma renovação total, em sua imagem, na retidão e verdadeira santidade. Então, Deus é carinhoso do desejo deles que O temem, e lhes dá um olho único, e um coração puro; Ele os identifica para si mesmos, à Sua própria imagem e endereço; Ele os cria, novamente, em Cristo Jesus; Ele vem até eles com Seu Filho e Espírito santificado, e, fixando seu domicílio em suas almas, trouxe-lhes o descanso o qual persiste para as pessoas de Deus.
Aqui eu não posso deixar de comentar:
(1) - Este é o mais forte relato que nós demos sobre a Perfeição Cristã; realmente, muito forte, em mais do que uma particularidade, como é observado nas notas anexas.
(2) - Que não há nada que nós tenhamos adiantado, alguma vez, para o assunto, tanto em verso ou prosa, o qual não é nem direta, nem indiretamente contido nesse prefácio. De maneira que, se nossa doutrina é certa ou errada, é, de qualquer modo, o mesmo que nós ensinamos desde o começo.
14 - Eu preciso dar provas adicionais disso, por múltiplas citações do volume. Pode ser suficiente, citar um hino, apenas o último, nesse volume:
Senhor, eu acredito que o repouso permanece,
Para todas as pessoas conhecidas de Ti;
O repouso, onde a alegria pura reina,
E Tu és amado sozinho;
O repouso, onde todo o nosso desejo de alma,
É fixado nas coisas acima;
Onde dúvida, e dor, e medo expiram,
Banidos pelo amor perfeito.
De todo movimento mau, liberto,
(O Filho, livres, nos tem feito)
Em todos os poderes do inferno nós pisamos, na liberdade gloriosa.
Salvos, no caminho da vida, acima da Morte, terra e inferno, nos levantamos;
Nós encontramos, quando perfeitos, no amor,
Nosso longo paraíso procurado.
Ó, que eu agora o repouso conheça,
Acredite, e ingresse!
Agora, Salvador, agora o poder conceda,
E permita-me cessar do pecado!
Remove essa resistência do meu coração,
Essa descrença remova:
Para mim, o repouso da fé conceda,
O dia de descanso de Teu amor.
Vem, O, meu Salvador, entra em minha alma, desce!
Não fiques, muito tempo, longe de Tua criatura,
Meu Criador e meu fim.
O êxtase Tu tens, para mim, preparado,
Não demorará muito:
Vem, minha recompensa maior,
Por quem eu primeiro fui feito.
Vem, Pai, Filho e Espírito Santo, e sela-me Tua moradia!
Permita que tudo que eu sou, em Ti seja perdido:
Permita tudo ser perdido em Deus!
Pode alguma coisa ser mais clara, do que saber:
1) - Que aqui também está a tão completa e elevada salvação, da qual nós temos falado sempre?
2) - Que temos falado que ela é aceitável pela mera fé, e obstruída apenas pela incredulidade?
3) - Que essa fé, e, conseqüentemente, salvação, que ela traz, é falada e dada, imediatamente?
4) - Que se supõe que esse imediatamente pode ser agora? Que nós não precisamos de um outro momento? E que esse mesmo agora, é o tempo aceito? Agora é o dia da completa salvação? E que, por fim, se alguém fala de outra forma, ele é a pessoa que está trazendo uma nova doutrina entre nós?
15 - Por volta de um ano depois, isto é, no ano de 1742, nós publicamos um outro volume dos Hinos. A disputa - sendo agora à altura - nós falamos, em cima do título, mais largamente, do que fizemos antes. De fato, a abundância de hinos, nesse volume, trata, expressamente, desse assunto. E assim, como o prefácio, que, sendo breve, não será impróprio inseri-lo, por inteiro.
(1) - Talvez, o preconceito geral contra a Perfeição Cristã possa surgir, principalmente, do equívoco sobre sua natureza. Nós, de boa-vontade, permitimos, e, continuamente, declaramos, que não há tal perfeição nessa vida, que tanto implique na dispensa das boas obras, e atendimento de todas as ordenanças de Deus, quanto na liberdade da ignorância, equívoco, tentação e milhares de enfermidades, necessariamente, conectadas com a carne e o sangue.
(2) - Primeiro. Nós não apenas não permitimos, mas combatemos, completamente, que não há perfeição nessa vida, que implique alguma dispensa de atender todas as ordenanças de Deus, ou de fazer as boas obras, para todos os homens, enquanto temos tempo, e, especialmente, para a moradia da fé. Nós acreditamos que, não apenas, as criancinhas em Cristo, que, recentemente, encontraram redenção em Seu sangue, mas também aqueles que estão se tornando homens perfeitos, são, indispensavelmente, obrigados, tão freqüentemente, quanto eles têm oportunidade, de comer o pão e beber o vinho, em memória a Ele, e de buscar as Escrituras, pelo jejum, tanto quanto pela temperança, e manter e trazer seus corpos, debaixo dessa submissão; e, sobretudo, espalhar suas almas em oração, tanto, em particular, quanto na grande congregação.
(3) - Segundo. Nós acreditamos que não existe tal perfeição nessa vida, que implique no inteiro livramento, tanto da ignorância, quanto do equívoco, nas coisas não essenciais para salvação, ou das múltiplas tentações, ou das enfermidades numerosas, por meio da qual o corpo corruptível, mais ou menos, comprime a alma. Nós não podemos encontrar qualquer fundamento na Escritura para supor que qualquer ser humano seja, completamente, isento tanto das enfermidades do corpo, quanto da ignorância de muitas coisas; ou para imaginar alguém é incapaz do equívoco ou de cair nas várias tentações.
(4) - Mas de quem, então, você fala quando se refere por aquele que é perfeito? Nós estamos falando daquele que tem a mente que estava em Cristo, e que, então, caminhou como Cristo também caminhou; um homem que tem as mãos limpas e o coração puro, ou que está limpo de todas as sujidades do corpo e do espírito; aquele, em quem não há oportunidade de deslizes, e que, de fato, não comete pecado. Para declarar isso, de modo mais particular: Nós entendemos por essa expressão evangélica, um homem perfeito, como sendo aquele que Deus tem preenchido com Sua Palavra fiel: “De toda a sua sordidez e de todos os seus ídolos, eu limparei você: Eu também o salvarei de todas as suas sujeiras”. Nós compreendemos, por esse meio, aquele a quem Deus santificou o corpo, alma e espírito, completamente, e quem caminhou na luz, como Ele está na luz, em quem não existe escuridão, afinal; o sangue de Jesus Cristo, seu Filho limpou-o de todos os seus pecados.
(5) - Esse homem pode agora testificar para toda humanidade, eu estou crucificado com Cristo: não obstante, eu viva; ainda assim, não serei eu, mas Cristo vive em mim. Ele é santo, como Deus que o chamou é santo, tanto no coração, como naquilo que fala. Ele ama o Senhor seu Deus, com todo seu coração, e o serve, com todas as suas forças. Ele ama seus vizinhos; todos os seres humanos, como ele mesmo; sim, como Cristo nos amou; aqueles, em especial, que, maliciosamente, o usaram e o perseguiram, porque eles não conhecem o Filho, nem o Pai. De fato, sua alma é repleta de amor, cheia com entranhas de misericórdia, bondade, brandura, gentileza, e longanimidade. E sua vida está de acordo com isso; cheia da obra da fé, da paciência da esperança, do trabalho do amor. E o que quer que ele faça, em palavra ou obra, ele faz tudo no nome, no amor e no poder de Nosso Senhor Jesus. Na palavra, ele faz a vontade de Deus na Terra, como é feita nos céus.
(6) - Esse é para ser o homem perfeito; para ser santificado por completo, mesmo, para ter um coração tão flamejante com o amor de Deus, (para usar as palavras do Arcebispo Usher), como, continuamente, oferecendo, ao alto, cada pensamento palavra e obra, como um sacrifício espiritual, aceitável para Deus, através de Cristo. Em cada pensamento de nossos corações, em cada palavra de nossas línguas, em cada trabalho de nossas mãos, para mostrar adiante seu louvor, quem nos chamou para fora da escuridão, para Sua luz maravilhosa.
Oh! Que nós e todo aquele que busca o senhor Jesus, com sinceridade, possamos, assim, tornarmo-nos perfeitos em um!
Essa é a doutrina que nós pregamos, no início, e a qual nós pregamos até hoje. De certo, analisando-a, em cada ponto, e a comparando, várias vezes, com a Palavra de Deus, de um lado, e a experiência dos filhos de Deus, por outro, nós vimos mais além, dentro da natureza e propriedades da Perfeição Cristã. Mas ainda não há contrariedade, afinal, entre nossos primeiros e nossos últimos sentimentos. Nossa primeira concepção dela era que deveria haver a mente a qual estava em Cristo, e caminhar como Ele caminhou; ter toda a mente que estava Nele, e sempre caminhar como ele caminhou: Em outras palavras, ser internamente e externamente devotado a Deus; todo devotado no coração e na vida. E nós temos a mesma concepção dela agora. Sem qualquer adição ou diminuição.
16 - Os hinos concernentes a esse volume são demasiados numerosos para transcrever. Eu devo apenas citar uma parte de três:
Salvador do pecado, eu espero provar:
Que Jesus é Teu nome curador;
Para perder, quando perfeito no amor,
O que quer que eu tenha, ou possa, ou sou;
Eu permaneço na Tua palavra fiel:
“O servo deve ser como seu Senhor”.
Responde àquela finalidade graciosa em mim,
Pela qual Tua vida preciosa foi dada;
Redime-me de toda iniqüidade,
Restaura-me, e faz-me apropriado para o céu.
A menos que Tu purifiques minha própria mácula,
Teu sofrer e minha fé são em vão.
Tu não morreste para que eu pudesse viver, não mais para eu mesmo, mas para Ti?
Pode o corpo, alma e espírito serem dados a Ele, que deu a si mesmo por mim?
Vem, então, meu Mestre e meu Deus,
Toma a aquisição preciosa de Teu sangue.
Teu próprio servo comum clama,
Por causa de Tua própria verdade, e por causa de Tua misericórdia;
Consagra em mim Teu glorioso nome;
De mim, para Ti mesmo, esse momento, toma;
E muda e purifica totalmente;
Para Ti apenas possa eu viver e morrer.
Escolhe do mundo, se agora eu fico,
Adornado com a divina retidão;
Se, trazido à terra prometida, eu justamente chamo o Salvador meu;
O Espírito santificado derrama,
Para saciar minha sede e deixar-me limpo,
Agora, Salvador, permite que o banho gracioso.
Desça, e torna-me puro do pecado.
Purifica-me de toda mácula pecadora:
Meus ídolos todos sejam jogados de lado:
Limpa-me de todo pensamento mau,
De toda imundície dos interesses próprios e orgulho.
A mente odiosa e carnal,
Fora da minha carne, imediatamente, remove:
Dá-me um coração terno, resignado,
E puro, e desaguando de fé e amor.
Oh! Que eu, agora, liberto do pecado,
Tua palavra possa, ao extremo provar,
Entrar em Tu descanso prometido;
O Canaã de Teu amor perfeito!
Agora, permite-me ganhar a perfeição do alto!
Agora, permite-me, no nada, cair;
Ser menos do que nada em minha vista,
E sentir que Cristo é tudo em tudo.
Senhor, eu acredito,
Tua obra, na graça,
É perfeita na alma;
Seu coração é em ver Tua face,
Seu espírito é completo.
De toda doença, pela Tua Palavra,
De toda enfermidade tola,
Salvou, e para a saúde perfeita restaurou,
Para a santidade perfeita:
Ele caminha em liberdade gloriosa,
Para o pecado, inteiramente, morto:
A Verdade, o Filho o tem feito livre,
E ele é liberto, realmente.
Através de sua alma,
Tuas glórias brilham,
Sua alma é toda renovada,
E coberta na divina retidão,
E vestido e suprido com Deus.
Esse é o descanso, a vida e a paz,
A qual todas as Tuas pessoas provam.
Amor é o bônus da perfeição, e toda a alma delas é amor.
Oh! Jubiloso som da graça evangélica!
Cristo deve aparecer, em mim;
Eu, mesmo eu, devo ver Sua face,
Eu devo ser santo aqui! Ele visita agora a casa da argila,
Ele sacode sua futura casa; —
Oh! Possas Tu, Senhor, nesse dia feliz, no Teu templo vir! Vem,
Oh! Meu Senhor, a ti mesmo revelar,
Completar toda essa lacuna poderosa;
Tu, somente, podes meu espírito preencher:
Vem, Oh! Meu Deus, meu Deus!
Satisfaze meus desejos maiores,
Maiores como o infinito!
Dá, dá-me tudo que minha alma requer,
Tudo, tudo que está em Ti!
17 - Na segunda-feira, 25 de Junho de 1744, nossa Primeira Conferência começou; seis clérigos e todos nossos pregadores estando presentes. Na manhã seguinte, nós consideramos, francamente, a Doutrina da Santificação ou Perfeição. As questões concernentes a ela, e a essência das respostas dadas, estão como seguem:
1) - O que é ser santificado?
É ser renovado na imagem de Deus em retidão e santidade verdadeira.
2) - O que implica ser um cristão perfeito?
Amar a Deus com todo nosso coração, e mente, e alma. (Deut. 6:5)
3) - E ela implica que todos os pecados internos são levados embora?
Indubitavelmente; ou como podemos dizer que “somos salvos de todas as nossas iniqüidades? (Ezeq. 36:29) – “Livrar-vos-ei de todas as vossas imundícias; farei vir o trigo, e o multiplicarei, e não trarei fome sobre vós”.
Nossa Segunda Conferência começou em 1o. de Agosto de 1745. Na manhã seguinte, nós falamos sobre santificação como segue:
1) - Quando a santificação interna começa?
No momento em que o homem é justificado. (Ainda permanece o pecado nele, sim, a semente de todo o pecado, até que ele seja totalmente santificado). A partir desse momento, o crente, gradualmente, morre para o pecado, e cresce na graça.
2) - É ela dada, comumente, até um pouco antes da morte?
Não, para aqueles que a esperam antes.
3) - Mas nós podemos esperar para antes?
Por que não? Porque, apesar de nós admitirmos:
(1) - Que a generalidade dos crentes, que nós temos conhecido, até agora, não estavam, então, santificados, até perto da morte;
(2) - Que poucos deles, para os quais Paulo escreveu suas Epístolas, estavam, então, até aquele momento; nem,
(3) - Ele mesmo, no momento em que escreveu suas Epístolas anteriores; ainda que, tudo isso não prove que nós não podemos estar, assim, hoje.
4) - De que maneira nós podemos pregar santificação?
Dificilmente àqueles que não estão sendo pressionados adiante: Àqueles que estão, sempre através do caminho das promessas; sempre puxando, em vez de dirigindo.
Nossa Terceira Conferência começou na terça-feira, 13 de Maio de 1746. Nela, nós cuidadosamente lemos sobre as Atas das duas Conferências precedentes, para observar, se alguma coisa, contida nela, poderia ser reduzida ou alterada, para uma consideração mais amadurecida. Mas não vimos o caso de alterar em qualquer respeito o que nós tínhamos afirmado anteriormente.
Nossa Quarta Conferência começou na terça-feira, 16 de Junho de 1747. Como diversas pessoas presentes não acreditavam na Doutrina da Perfeição, nós concordamos em examiná-la desde a fundação. Nessa ordem foi perguntado:
1) - Quanto é permitido pelos nossos irmãos que diferem do diz respeito à santificação inteira?
Eles concordam:
(1) - Que qualquer um deve ser inteiramente santificado no artigo da morte.
(2) - Que, até então, um crente que, diariamente, cresce em graça, vem mais e mais perto da perfeição.
(3) - Que nós devemos ser continuamente pressionados nisso, e exortar todos os outros a fazerem o mesmo.
2) - O que nós permitimos a eles?
Nós concordamos:
(1) - Que muitos daqueles que morreram na fé; sim, a grande parte daqueles que conhecemos, não eram perfeitos no amor, até um pouco antes de suas mortes.
(2) - Que o termo santificado é continuamente aplicado por Paulo para todos que eram justificados.
(3) - Que por esse termo apenas, ele, raramente, se, alguma vez, quis dizer, salvo de todo o pecado.
(4) - Que, conseqüentemente, não é apropriado usar isso, nesse sentido, sem acrescentar a palavra, totalmente, inteiramente, ou o similar.
(5) - Que os escritores inspirados quase, continuamente, falam de ou para aqueles que eram justificados, mas, muito raramente, de ou para aqueles que foram santificados completamente. (isto é, apenas para esses, separados de outros; mas eles falam para eles, conjuntamente, com outros, quase, continuamente).
(6) - Que, conseqüentemente, nós falamos quase, continuamente, no estado da justificação; mas, mais, raramente, (muito raramente, eu concordo; ainda que, em alguns lugares, muito freqüentemente, fortemente, e explicitamente), pelo menos, de maneira completa e explícita, concernente à santificação inteira.
3) - Qual é, então, o ponto onde nós divergimos?
É esse: Podemos esperar sermos salvos de todo o pecado, antes do artigo da morte?
4) - Há alguma promessa clara disso nas Escrituras — de que Deus nos salvará de todos os pecados?
Existe. (Salmos 130:8) “E Ele quem redime a Israel de todas as suas iniqüidades”.
Isso é mais largamente expresso na profecia (Ezequiel 36:25, 29) “Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo, tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos; guardeis os meus juízos, e os observeis. Habitareis na terra que eu dei a vossos pais; vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus. Livrar-vos-ei de todas as vossas imundícias, farei vir o trigo, e o multiplicarei, e não trarei fome sobre vós”.
E para esse o Apóstolo, plenamente, se refere nesta exortação: (II Cor. 7:1) “Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus”.
Igualmente clara e expressa é esta promessa antiga: (Deut. 30:6) “O Senhor, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua descendência, para amares o Senhor, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas”.
5) - Mas alguma afirmação respondível a isso ocorre no Novo Testamento?
Ocorre, e ela afirma de maneira clara, em (I João 3:8) “Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o filho de Deus: para destruir as obras do diabo”.
As obras do diabo, sem qualquer limitação ou restrição; mas todo pecado é obra do diabo. Paralelo a isto é a afirmação de Paulo em (Efésios 5:25-27) “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito”.
E para o mesmo efeito está essa afirmação em (Rom. 8:3, 4) “Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e, no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado, a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito”.
6) - E o Novo Testamento proporciona algum argumento além, para se esperar ser salvo de todo o pecado?
Sem dúvida! Tanto em suas orações e leis, os quais são equivalentes às afirmações mais fortes.
7) - De quais orações você fala?
Orações para a santificação inteira; as quais, não houvesse tais coisas, seria meramente escárnio de Deus. Tais, em particular, são:
(1) - Livre-nos do mal. Agora, quando isso é feito, quando somos livres do mal, então, não pode haver pecado remanescente.
(2) - (João 17:20-23) “Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vieram a crer em mim, por intermédio da Tua Palavra; a fim de que todos sejam um; e como Tu és, em mim; e eu, em Ti; também sejam eles em nós; para que o mundo creia que Tu me enviaste. Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, com como nós o somos; eu neles; tu em mim, a fim de que, aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que Tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim”.
(3) - (Efésios 3:14-19) “Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra, para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior; e assim, habite Cristo no vosso coração. Pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus”.
(4) - (I Tess. 5:23) “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”.
8) - Que lei existe lá com esse mesmo efeito?
(1) - (Mateus 5:48) “Portanto, sede vós perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celeste”.
(2) - (Mateus 12:37) “Porque, pelas tuas palavras, serás justificado, e pelas tuas palavras, serás condenado”.
Mas, se o amor de Deus preencher todo o coração, não haverá pecado ali!
9) - Mas como aparece que isto será feito antes do artigo da morte?
(1) - Pela própria natureza da lei, a qual não é dada para o morto, mas para o vivo. Entretanto, Tu deves amar a Deus, com todo seu coração, não pode significar, Tu faças isso quando tu morreres; mas, enquanto vives!
(2) - Dos textos expressos das Escrituras:
(Tito 2:11-14) “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança, e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade, e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras”.
(Lucas 1:69-75) “E nos suscitou plena e poderosa salvação na casa de Davi, seu servo, como prometera, desde a Antigüidade, por boca dos seus santos profetas, para vos libertar dos nossos inimigos e das mãos de todos os que nos odeiam, para usar de misericórdia com os nossos pais, e lembrar-se da sua santa aliança e do juramento que fez a Abrão, o nosso pai, de conceder-nos que, livres das mãos de inimigos, o adorássemos sem temor, em santidade e justiça perante ele. Todos os nossos dias”.
10) - E existe algum exemplo nas Escrituras de alguma pessoa que tenha alcançado isso?
Sim; João, e todos os que ele mesmo disse em (João 4:17) “Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos nesse mundo”.
11) - Você pode mostrar em um tal exemplo, agora? Onde está ele que é assim perfeito?
Para alguns que fazem essa pergunta, alguém poderia responder, se eu conhecesse alguém aqui, eu não diria a você; porque você não inquire por amor. Você é como Herodes; você apenas busca a criança para matá-la.
Mas, mais diretamente, nós respondemos: Existem muitas razões, porque existem poucos exemplos incontestáveis, se houver algum! Quais inconveniências isso poderia trazer para a própria pessoa; colocar uma marca para todos atirarem! E quão inútil seria para os contraditores! Porque eles não ouviram nem Moisés e os Profetas, Cristo e seus Apóstolos, nem poderiam ser persuadidos que alguém se erguesse de entre os mortos!
12) - E você acredita que nós estamos aptos a ter uma aversão secreta por alguém que diga que ele foi salvo de todo o pecado?
É muito possível que sim; e por diversas razões; em parte, da preocupação, por causa dos bons de alma que podem ser feridos, se esses não são o que professam; em parte, por uma espécie de ciúme implícito por aqueles que falam de realizações mais altas, do que as nossas próprias; e, parcialmente, da nossa natural lentidão, e não prontidão do coração para acreditar nas obras de Deus.
13) - Por que não podemos continuar na alegria da fé, até que sejamos perfeitos no amor?
Por que realmente? Desde que a aflição santa não apague essa alegria; desde, até mesmo, enquanto debaixo da cruz; enquanto nós compartilhamos, profundamente, do sofrimento de Cristo, nós podemos nos regozijar com uma alegria inexprimível.
Desse resumo, inegavelmente, aparece, não apenas o que era julgamento meu e de meu irmão, mas o que era o julgamento de todos os pregadores em conexão conosco, nos anos de 1744 até 1747. Nem eu me lembro que, em qualquer uma dessas Conferências, nós tivéssemos tido uma voz dissidente; mas qualquer que fosse a dúvida que alguém tivesse, quando nos encontrássemos, elas eram todas removidas antes que partíssemos.
18 – No ano de 1749, meu irmão imprimiu dois volumes de “Hinos e Poemas Sagrados”. Como eu não os tinha visto, antes de serem publicados, existem algumas coisas neles, as quais eu não aprovo. Mas, eu aprovei plenamente o principal dos hinos em seu título; alguns versos, do qual, estão anexos:
Vem, Senhor, é manifesto aqui,
Destrói todas as obras más;
Apareça em mim, agora, que estou sem pecado,
E preenche-me com alegria eterna:
Exibe Tua face beatífica;
Tua presença é o dia perfeito.
Vem rápido para meu resgate,
Aproveite, para Ti mesmo, esse momento;
Junta meu espírito que vagueia para casa,
E mantém em paz perfeita.
Que não mais sofra e perambule sobre todos os arredores da terra,
Prende o prisioneiro do teu amor, e prende-me em Deus!
Liberta Teus prisioneiros,
Concede-nos tua paz;
E nossos pesares e pecados, imediatamente, cessarão,
Que esse momento seja agora!
Permite nosso pedido,
Tu és quem nos redime e conforta!
Liberta-nos desse pecado inato;
Deixa o jugo, Agora, ser quebrado;
Faze-me teu para sempre.
Companheiro de tua natureza perfeita;
Deixa-me ser Agora em ti,
Uma nova criatura sem pecado.
Muda-me, Senhor, e Muda-me Agora,
Para teu jugo meu espírito se curva;
Concede-me encontrar agora a pérola Da mente mansa e quieta.
Calma, Ó calma, meu peito angustiado;
Deixa-me ganhar o segundo descanso:
Das minhas obras para sempre faz cessar,
Perfeito na santidade.
Entra nessa hora aceitável,
Traze teu reino celeste para dentro!
Enche-nos com o poder glorioso;
Arrancando a semente do pecado.
Vem, tu, querido cordeiro, para os pecadores assassinos,
Traze a inundação limpadora;
Aplica Teu sangue eficaz, para lavar fora toda mácula.
Ó deixa isso mergulhar dentro de nossa alma,
Profundo como o pecado inato:
Faze inteiro cada espírito ferido,
E limpa todo morfético!
Prisioneiros da esperança ergam-se,
E vejam seu Senhor aparecer:
Vejam! Nas asas do amor ele voa,
E traz redenção próxima.
Redenção no seu sangue.
Ele o chama para receber:
“Vem, até mim, Ó Deus clemente: Acredite”, ele clama, “acredite”.
Jesus, para ti nós olhamos, até que salvos do pecado permaneçamos.
Rejeita o jugo tirano inato,
E joga fora suas algemas.
Nossa natureza possa não mais sobre nós ter domínio:
Pela fé, nós apreendemos o poder,
O qual deve ser para sempre salvo.
Jesus, nossa vida, em nós apareça,
Quem diariamente morre tua morte:
Revele a ti mesmo o finalizador;
Respira teu espírito acelerado!
Revele o mistério escondido,
Concede o segundo dom;
Revela teu glorioso si mesmo, em mim,
Em cada coração que espera.
Nele nós temos paz;
Nele nós temos poder!
Preservado pela sua graça,
Através da hora de escuridão,
Em todas nossas tentações,
Ele nos mantém, para provar sua salvação extrema,
Seu amor completo.
Pronuncia a palavra agradável,
E nos declara que somos livres!
Ah, tu tens, Senhor, a benção para mim?
A paz tu tens dado,
Esse momento concede,
E abra teu paraíso,
Ó Amor, em meu coração!
A segunda edição desses hinos foi publicada no ano de 1752; sem qualquer outra alteração, do que alguns poucos erros prosaicos.
Eu tenho sido o mais amplo nesses excertos, porque, daqui, ela parece, além de toda possibilidade de exceção, que para esse dia, tanto meu irmão e eu mantivemos:
(1) - Que a Perfeição Cristã é o amor a Deus e ao próximo, o qual implica livramento de todo pecado.
(2) - Que isso é recebido, meramente, pela fé.
(3) - Que é dado, instantaneamente, num só momento.
(4) - Que devemos esperar por isso, não para a morte, mas todo momento; que agora é o tempo aceitável; agora é o dia da salvação.
19 - Na Conferência de 1759, percebendo algum perigo de que a diversidade de sentimentos pudesse, insensivelmente, causar roubos entre nós, nós consideramos, novamente, e mais amplamente, essa doutrina; e logo depois eu publiquei “Pensamentos sobre Perfeição Cristã”, prefaciada com o seguinte comentário:
“O tratado seguinte, é, de nenhuma maneira designado a gratificar a curiosidade de qualquer homem. Ele não pretende provar a doutrina livremente, em oposição àqueles que a demolem e ridicularizam; não, nem para responder às numerosas objeções contra ela, que pode ser levantada até mesmo pelo homem sério. Tudo o que eu pretendo aqui, é simplesmente declarar quais são meus sentimentos nesse título; o que Perfeição Cristã inclui, de acordo com minha apreensão, e o que ela não inclui; e acrescentar algumas poucas observações práticas e direções relativas a esse assunto”.
Como esses pensamentos, a princípio, foram colocados juntos, na forma de perguntas e respostas, eu permiti que eles continuassem da mesma maneira. Elas são exatamente as mesmas que eu tenho considerado por mais de vinte anos.
1) - O que é Perfeição Cristã?
Amar a Deus, com todo nosso coração, mente, alma e forças. Isto implica que nenhum temperamento errado, nem amor contrário permanecem na alma; e que todos os pensamentos, palavras e ações são governados pelo amor puro.
2) - Você afirma que essa perfeição exclui todas as enfermidades, ignorância e erros?
Eu continuamente afirmo muito ao contrário, e sempre tenho feito assim.
3) - Mas como pode cada pensamento, palavra e obra serem governados pelo amor puro, e o homem estar sujeito, ao mesmo tempo, à ignorância e erro?
Eu não vejo contradição aqui: Um homem pode ser preenchido com o amor puro, e ainda estar sujeito ao erro. Realmente, eu não espero ser livre de erros atuais, até que esse mortal seja colocado na eternidade. Eu acredito que isto seja a conseqüência natural da morada da alma na carne e sangue. Porque nós não podemos agora pensar, afinal, a não ser pela mediação desses órgãos corporais, os quais têm sofrido igualmente com o resto de nosso corpo. E, daí, nós não podemos evitar, algumas vezes, de pensar errado, até que esse corpo corruptível possa ser colocado na incorrupção. Mas nós podemos, contudo, levar isso ainda mais longe.
Um erro de julgamento pode possivelmente ocasionar um erro na prática. Por exemplo: O erro do Sr. Renty tocando a natureza da mortificação, surgindo do preconceito da educação, ocasionou este erro prático, ele usar um cinto de ferro. E mil dessas tais instâncias pode haver, mesmo naqueles que estão no estado da mais alta graça. Ainda, onde cada palavra e ação levantam-se do amor, tal erro não é propriamente um pecado. Entretanto, ele não pode suportar o rigor da justiça de Deus, mas precisa do sangue reconciliador.
4) - Qual foi o julgamento de todos nossos Irmãos que se encontraram em Bristol em Agosto de 1758, sobre esse assunto?
Ele foi expresso nessas palavras:
(1) - Todos podem cometer erros enquanto viverem.
(2) - Um erro de opinião pode ocasionar um erro na prática.
(3) - Todo tal erro é uma transgressão da lei perfeita.
(4) - Entretanto, todo tal erro, fosse ele não por causa do sangue da reconciliação, exporia à condenação eterna.
(5) - Segue-se que os mais perfeitos têm necessidade contínua dos méritos de Cristo, mesmo por causa das transgressões atuais deles, tanto quanto de seus Irmãos, Perdoar-nos nossas faltas.
Isto, facilmente, presta contas do que poderia, por outro lado parecer totalmente inexplicável; isto é, que aqueles que não ficam ofendidos, quando eu falo do mais alto grau de amor, ainda assim não irão ouvir de vida sem pecado. A razão é que eles sabem que todo homem está sujeito ao erro, e na prática, tanto quanto no julgamento. Mas eles não sabem, ou não observam que isso não é pecado, se o amor é o único princípio da ação.
5) - Mas ainda, se eles vivem sem pecado, isso não exclui a necessidade de um Mediador? Pelo menos, não está claro que eles continuam, não muito tempo, precisando de Cristo no serviço sacerdotal dele?
Muito longe disso. Ninguém sente a necessidade de Cristo como esses; ninguém tão inteiramente depende dele. Porque Cristo não deu vida para a alma em separado, mas em e com Ele mesmo. Conseqüentemente as palavras dele são igualmente verdade para todos os homens, em qual estado de graça eles estejam: Como o galho não pode suportar os frutos, sozinho, exceto, se se sustentar na videira; não mais pode você, exceto se você se sustentar em mim: Sem (ou separado de) mim você pode fazer nada!
Em todo estado precisamos de Cristo, no que diz respeito:
(1) - Qualquer que seja a graça que nós recebemos, é um dom gratuito Dele.
(2) - Nós a recebemos como sua aquisição, meramente, em consideração ao preço que Ele pagou.
(3) - Nós temos essa graça, não apenas de Cristo, mas Nele. Porque nossa perfeição não é como aquela da árvore, que floresce por causa da seiva derivada de sua própria raiz, mas, como eu disse, anteriormente, como aquele galho que, unido à videira, suporta o fruto; mas que, cortado dela, é seco e murcho.
(4) - Todas nossas bênçãos, temporal, espiritual e eterna dependem da Sua intercessão por nós, que é um galho de seu serviço sacerdotal, de quem, conseqüentemente, nós, igualmente, sempre precisaremos.
(5) - Os melhores dos homens ainda precisam de Cristo, em seu serviço sacerdotal, para expiar pelas omissões deles, suas negligências (não como alguns falam ofensivamente), seus erros em julgamento e prática, e seus defeitos de todas as espécies. Para esses são todos os desvios da lei perfeita, e, em conseqüência, precisam de reparação. Ainda que eles não sejam, propriamente, pecados, eles temem possa aparecer das palavras de Paulo em (Rom. 13:10) “O amor não pratica o mal contra o próximo, de sorte que o cumprimento da lei é o amor”. Agora, erros e qualquer que sejam as enfermidades, necessariamente, fluem do estado corruptível do corpo, e são, de maneira alguma, contrário ao amor; nem, portanto, no entendimento das Escrituras, pecado.
Para me explicar um pouco mais sobre esse assunto:
(1) - Não apenas o pecado, indevidamente, assim chamado, (que é uma transgressão involuntária da lei divina, conhecida ou desconhecida) precisa da reparação do sangue.
(2) - Eu acredito que não há tal perfeição nessa vida que exclua essas transgressões involuntárias, as quais eu compreendo como sendo, naturalmente, conseqüência da ignorância e enganos inseparáveis da mortalidade.
(3) - Entretanto, a perfeição, sem pecado, é uma frase que eu nunca uso, para que não pareça contraditório comigo mesmo.
(4) - Eu creio, que uma pessoa cheia com o amor de Deus é ainda sujeita a essas transgressões involuntárias;
(5) - Tais transgressões você pode chamar de pecado, se lhe agradar: eu, não, pelas razões acima mencionadas.
6) - Que conselho você daria àqueles que chamam essas transgressões de pecados, e os que não as chamam assim?
Deixar aqueles, que não as chamam pecados, nunca pensarem que eles mesmos, ou quaisquer outras pessoas estão, em tal estado, que os permita estar, diante da justiça infinita, sem um Mediador. Isso deve concordar tanto com a ignorância profunda, quando com a mais alta arrogância e presunção.
Deixar aqueles, que as chamam assim, tomarem cuidado já que eles confundem esses defeitos com pecados, propriamente, assim chamados.
Mas como eles poderão evitar isso? Como estas serão distinguidas daqueles, se eles são todos, promiscuamente, chamados pecados?Eu estou muito temeroso, se nós pudermos tolerar quaisquer pecados serem compatíveis com perfeição, alguns poderiam restringir a idéia para esses defeitos, concernentes ao qual, apenas a afirmativa pode ser verdadeira.
7) - Mas como alguém pode estar sujeito ao erro no que consiste ao amor perfeito? Não está a pessoa que é perfeita no amor, em todos os momentos, debaixo de sua influência? E como pode qualquer erro fluir do amor puro?
Eu respondo:
(1) - Muitos erros podem consistir com amor puro;
(2) - Alguns podem, acidentalmente, fluir dele: eu quero dizer, o amor somente pode nos inclinar ao erro. O amor puro ao nosso próximo, brotando do amor de Deus, não pensa no mal, acredita e espera todas as coisas. Agora, esse mesmo temperamento, sem malícia, pronto a acreditar, e a esperar, de todos os homens, o melhor, pode ocasionar de nós pensarmos que alguns homens são melhores do que eles realmente são. Aqui, então, está um erro manifesto, acidentalmente fluindo do amor puro.
8) - Como nós podemos evitar fixar perfeição tão elevada ou tão baixa?
Mantendo de acordo com a Bíblia, e fixando-a tão elevada como as Escrituras fazem. Não existe nada mais alto e nada mais baixo do que isso — o puro amor de Deus e homem; o amar a Deus com todo nosso coração e alma, e ao nosso próximo como a nós mesmos. É o amor governando o coração e a vida, percorrendo todo nosso temperamento, palavras e ações.
9) - Supondo-se que alguém tenha conseguido isso, você o aconselharia a falar disso?
Em princípio, talvez, ele fosse pouco capaz de se conter, uma vez que o fogo poderia ser muito quente dentro dele; e seu desejo seria declarar a bondade do Senhor, o levando como um temporal. Mas, mais tarde, ele poderia; e, então, seria aconselhável não falar disso para os que não conhecem a Deus; (é mais provável que isso pudesse apenas provocá-los a contradizer e blasfemar); nem para os outros, sem alguma razão particular, sem algum bem à vista. E, então, ele poderia ter um cuidado especial em evitar todo o aparecimento de ostentação; e falar com a mais profunda humildade e reverência, dando toda a glória a Deus.
10) - Mas não seria melhor ficar completamente calado, não falar sobre ela, afinal?
Pelo silêncio, ele poderia evitar muitas cruzes, as quais, naturalmente e necessariamente, resultariam, se ele simplesmente declarasse, mesmo entre os que crêem, que Deus tem forjado em sua alma. Se, entretanto, tal pessoa fosse conferir com carne e sangue, ele poderia ficar inteiramente em silêncio. Mas isso não poderia ser feito com uma consciência clara; porque, indubitavelmente, ele deveria falar. Os homens não devem esconder seus talentos; quanto menos, toda a sabedoria de Deus. Ele não erguerá tal monumento de seu poder e amor, escondendo isso de toda humanidade. É melhor, ele pretender isso como uma benção geral àqueles que são simples de coração.
Ele pretende, por meio disso, não somente a felicidade dessa pessoa, individualmente, mas animar e encorajar outros a buscar a mesma benção. Sua vontade é, que muitos possam vê-la, e regozijar-se; e colocar sua confiança no Senhor. Não existe nada debaixo dos céus que mais vivifique o desejo daqueles que estão justificados, do que conversar com aqueles que acreditam que eles experimentaram uma salvação ainda tão elevada. Isso coloca aquela salvação, em cheio na visão deles, e aumenta a fome e sede deles de a buscarem; uma vantagem, a qual seria inteiramente perdida, se essa pessoa, assim salva, se enterrasse em silêncio.
11) - Mas não existe algum modo para prevenir essas cruzes que usualmente caem sobre aqueles que falam de estarem assim salvos?
Parece que elas não podem ser prevenidas juntas, enquanto muito da natureza permanece, mesmo no que crêem. Mas alguma coisa pode ser feita, se o pregador, em cada lugar puder:
(1) - Falar livremente com todos que falam assim;
(2) - E trabalhar para prevenir o tratamento injusto e descortês daqueles, em favor dos que existem provas razoáveis.
12) - Qual é a prova razoável? Como nós podemos saber se alguém está salvo de todos os pecados?
Nós não podemos infalivelmente conhecer alguém que seja assim salvo (não; nem mesmo um que seja justiçado), a menos que isso agrade a Deus nos dotar com tal discernimento miraculoso de espíritos. Mas nós entendemos que aqueles seriam provas suficientes para qualquer homem razoável, e, como tal, eles deixariam pouco espaço para duvidar tanto da verdade quanto da profundidade da obra:
Se nós temos uma evidência clara de seu comportamento exemplar, por algum tempo, antes dessa mudança suposta. Isso nos daria motivo para acreditar que ele não estaria mentindo para Deus, mas falando, nem mais nem menos, do que ele sente;
Se ele desse um relato distinto do tempo e da maneira, no qual essa mudança foi forjada, com um discurso confiável, o qual não poderia ser reprovado;
E se isso tornasse aparente que todas as suas palavras e ações subseqüentes foram santas e irrepreensíveis.
O resumo do assunto é esse:
(1) - Eu tenho muita razão para acreditar que essa pessoa não irá mentir;
(2) - Que ela testifica perante Deus: Eu não tenho pecado, mas sou todo amor; eu oro, regozijo, e agradeço, sem parar; e eu tenho tanto um testemunho interior claro de que eu sou totalmente renovado, quanto de que eu sou justificado. Agora, se eu tenho nada para opor-me a esse testemunho franco, eu devo, por isso, acreditar nele.
Aproveita-se nada objetar: Mas eu sei diversas coisas, nas quais ele é completamente equivocado. Porque tem sido permitido que todos os que estão no corpo sejam sujeitos ao erro; e que um erro em julgamento pode, algumas vezes, ocasionar um erro na prática; embora muito cuidado deva ser tomado que nenhum mau uso seja feito nessa concessão. Por exemplo: Mesmo alguém que é perfeito no amor pode equivocar-se com respeito a outra pessoa, e pode pensar que ela seja, em um caso particular, mais ou menos imperfeita do que ela realmente é. E daí ele pode falar para ela com mais ou menos severidade do que a verdade requer. E, nesse sentido (embora não seja o significado principal de Tiago), em muitas coisas nós ofendemos todos. Isso, entretanto, não é prova, afinal, que a pessoa que fala não seja perfeita.
13) - Mas não é uma prova, se ele fica surpreso ou agitado por um barulho, uma queda, ou algum perigo repentino?
Não é; porque alguém pode sobressaltar-se, tremer, mudar de cor, ou ficar, por outro lado, desordenado no corpo, enquanto sua alma está calmamente em Deus, e permanece em perfeita paz. Não; a mente, por si mesma, pode estar profundamente aflita, pode estar excessivamente pesarosa, por estar perplexa e deprimida pelo peso e angústia, mesmo em agonia, enquanto seu coração é fiel a Deus, pelo amor perfeito, e a vontade está completamente resignada a Ele. Não é assim, mesmo com o próprio Filho de Deus? Alguma criança do homem suportaria a aflição, a angústia e afonia, a qual ele suportou? E ainda assim, ele não conheceu o pecado!
14) - Mas pode qualquer um que tenha o coração puro preferir alimento agradável ao desagradável; ou usar qualquer prazer do sentido que não seja estritamente necessário?
A diferença entre esses e os outros, em terem alimento que lhes dê prazer é:
(1) - Eles não precisam de nenhuma dessas coisas para os fazer felizes; porque eles têm uma fonte de felicidade dentro deles. Eles vêem e amam a Deus. Dali eles se regozijam mais e mais, e, em tudo dão graças.
(2) - Eles podem se utilizar deles, mas não os buscam.
(3) - Eles os usam, frugalmente, e não porque os buscam, por causa deles mesmos. Sendo previsto, nós respondemos diretamente — Tal pessoa pode usar alimento prazeroso, sem o perigo, o qual atende aqueles que não estão salvos do pecado. Eles podem preferi-lo aos desagradáveis, embora, alimento, igualmente, salutar, também signifique aumentar em agradecimento, com o olhar único a Deus, que deu a nós todas as coisas ricamente para nos alegrar. No mesmo princípio, ele pode sentir o cheiro de uma flor, ou comer um cacho de uvas, ou ter qualquer outro prazer, que não faz diminuir, mas aumentar seu prazer em Deus. Entretanto, nem nós podemos dizer que alguém perfeito no amor seja incapaz de se casar, e de exercer trabalho mundano: se ele fosse chamado para isso, ele poderia ser mais capaz do que nunca; como sendo capaz para todas as coisas, sem inquietação ou esmeros, sem qualquer distração do espírito.
15) - Mas se dois cristãos perfeitos têm filhos; como eles podem nascer no pecado, uma vez que não existe pecado em seus pais?
Essa é um caso possível, mas não provável; eu duvido, se alguma vez foi assim, ou alguma vez será. Mas, acenando para isso, eu respondo que o pecado está imposto a mim, não por uma geração imediata, mas pelo meu primeiro pai. Em Adão todos morremos; pela desobediência de uma pessoa, todos os homens foram feitos pecadores; todos os homens, sem exceção, que estavam em sua força geratriz, quando ele comeu do fruto proibido. Nós temos uma ilustração notável disso na jardinagem: uma planta enxertada, em “crab-stock” (planta que produz olhos para enxerto), ela produz excelentes frutos; mas espalhe a semente dessa fruta, e qual será o evento? Eles produzem os meros frutos que sempre foram comidos.
16) - O que alguém perfeito faz mais que os outros? Mais do que os crentes comuns?
Talvez, nada; de modo que a providência de Deus possa tê-lo resguardado, por causa das circunstâncias externas.
Talvez, não muito; embora ele deseje e espere usar e ser usado por Deus.
Pelo menos, não externamente: Ele nem fala muitas palavras, nem faz muitas obras. Como também nem o próprio nosso Senhor fala muitas palavras, ou faz muitas coisas; não, nem tão grandes obras, como alguns dos apóstolos. (João 14:12) “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores, ele fará, porque eu vou para junto do Pai”. Mas, e o que, então? Essa não é prova de que não tem mais graça; e por isto Deus mede as obras exteriores. Ouça o que Ele fala: Verdadeiramente, eu digo a você, essa pobre viúva tem participado mais do que eles todos. Verdadeiramente, esse pobre homem - com suas poucas e imperfeitas palavras - tem falado mais do que eles todos. Verdadeiramente, essa pobre mulher, que tem dado um copo de água fria, tem feito mais do que eles todos. Ó pare de julgar de acordo com a aparência, e aprenda a fazer julgamento reto!
17) - Mas essa não é uma prova contra ele - o fato de eu não sentir poder, tanto nas suas palavras, quanto nas suas orações?
Não é! Porque, talvez, seja nossa própria falta. Você não vai sentir, igualmente, qualquer poder dentro, se alguns desses estorvadores mentirem no caminho:
(1) - Seu próprio entorpecimento da alma. Os fariseus entorpecidos não sentiram poder, mesmo nas palavras Daquele que falou como nunca um homem falou.
(2) - A culpa de alguns pecadores não arrependidos mentindo para a consciência.
(3) - Preconceito através dele, de alguma forma.
(4) - Você descrer do estado a ser atingível dentro do que ele professa ser.
(5) - Má vontade para pensar ou reconhecer que ele alcançou isso.
(6) - Supervalorizar ou idolatrá-lo.
(7) - Supervalorizar a si mesmo, e seu próprio julgamento. Se qualquer um desses é o caso, que surpresa será que você não sinta poder em nada do que ele fale?
Mas os outros sentem isso? Se sentem, seu argumento cai por terra. E se não sentem, alguns desses estorvadores não estão mentindo em seus caminhos também? Você deve se certificar disso, antes de construir qualquer argumento depois disso; e mesmo então, seu argumento irá provar não mais do que aquela graça e dons nem sempre vêm juntos.
Mas ele não corresponde à minha idéia de cristão perfeito. E, talvez, ninguém tenha feito, alguma vez, ou irá fazer. Porque a sua idéia pode ir além, ou, pelo menos, perto do relato evangélico. Ela pode incluir mais do que a Bíblia inclui, ou, quem sabe, alguma coisa que ela não inclua. Perfeição bíblica é amor puro enchendo o coração e governando todas as palavras e ações. Se a sua idéia inclui alguma coisa mais ou qualquer outra coisa, não é bíblica; e, então, não surpreende que a perfeição cristã bíblica não corresponda a ela.
Eu temo muitos tropeços nesses obstáculos. Eles incluem tantos ingredientes quantos lhes agradam, não de acordo com as Escrituras, mas com a própria imaginação deles, na concepção deles do que seja perfeito; e, então, prontamente, negam quem quer que não possa responder àquela idéia imaginária.
O maior cuidado nós devemos tomar para manter o relato bíblico simples, continuamente, em nossos olhos. Amor puro, reinando sozinho em nosso coração e vida, — isso é a total perfeição bíblica.
18) - Quando uma pessoa pode julgar que ela mesma alcançou isso?
Quando, depois de ter sido, completamente, convencido do pecado inato, por uma convicção muito profunda e clara de que ele experimentou antes justificação; e, depois, de ter experimentado mortificação gradual dele, e experimentar a morte total do pecado, e uma renovação inteira no amor e imagem de Deus; então, regozijar-se sempre mais, orar, sem cessar, e em tudo dar graças. Não que sentir amor total e nenhum pecado é prova suficiente. Muitos têm experimentado, isso por um tempo, antes de suas almas estarem completamente renovadas. Ninguém, entretanto, deve acreditar que a obra é feita, até que seja acrescido do testemunho do Espírito Santo, presenciando sua santificação inteira, tanto quanto, claramente, sua justificação.
19) - Mas não será por esse motivo que alguns imaginam que eles são assim santificados, quando, na realidade, eles não estão?
É por essa razão; eles não julgam por todas as marcas precedentes, mas, tanto por parte delas, como por outras que são ambíguas. Mas eu não conheço alguma instância de uma pessoa atendendo a todas elas, e que continue ainda iludido nesse assunto. Eu acredito que não possa haver alguma no mundo. Se um homem está profundamente e completamente convencido, depois da justificação, do pecado inato; se ele, então, experimenta a mortificação gradual do pecado, e, depois disso, uma renovação inteira na imagem de Deus; se para essa mudança, imensamente maior do que aquela forjada quando ele foi justificado, for acrescentado um claro e direto testemunho de sua renovação; eu julgo tão impossível que esse homem possa ser enganado nesse lugar, quanto que Deus possa mentir. E, se alguém que eu conheço for um homem de testificar a veracidade dessas coisas para mim, eu não devo, sem alguma razão suficiente, rejeitar seu testemunho.
20) - É essa morte para o pecado, e renovação no amor, gradual ou instantânea?
Pudesse um homem morrer, por algum tempo; ainda assim, ele não morreria, propriamente falando, até o instante em que sua alma se separasse do corpo; e, naquele instante, ele vivesse a vida da eternidade. De igual maneira, ele pode estar morrendo para o pecado, por algum tempo; ainda que ele não esteja morto para o pecado, até que o pecado seja separado de sua alma; e, naquele momento, ele viva a vida cheia do amor. E como a mudança, a que se submete, quando o corpo morre, é de um tipo diferente, e infinitamente maior do que alguma que nós tenhamos conhecido antes, sim, como tal, até então, impossível de conceber; então a mudança forjada, quando a alma morre para o pecado, é de uma forma diferente, e infinitamente maior do que qualquer outra anterior, e do que alguma que possamos conceber, até que ele a experimente. Ainda que ele cresça na graça, no conhecimento de Cristo, no amor e imagem de Deus; e seja assim, não apenas até a morte, mas para toda a eternidade.
21) - Como devemos esperar por essa mudança?
Não, na indiferença descuidada, ou inércia indolente; mas na obediência vigorosa, universal, na observância zelosa de todos os mandamentos, na vigilância e aflição, negando a nós mesmos, e tomando nossa cruz diariamente; tanto quanto na oração sincera e jejum, e no atendimento restrito a todas as ordenanças de Deus. E se qualquer homem sonha em atender algum outro caminho (sim; e se mantê-lo, quando está atendendo, quando ele o tem recebido mesmo numa medida larga), ele ilude sua própria alma. É verdade, nós recebemos isso pela fé simples: mas Deus não fará, não dará essa fé, a menos que nós a busquemos, com diligência, no caminho o qual ele tem ordenado.
Essa consideração pode satisfazer esses que indagam, por que tão poucos têm recebido a benção. Indagam, quantos estão buscando por ela, desse modo; e você tem resposta suficiente.
Oração é, especialmente, esperada. Quem continua sem demora nisso? Quem luta com Deus por causa dessas mesmas coisas? Então, você não tem, porque você não pede; ou porque você pede de maneira errada, ou seja, que você pode ser renovado antes de morrer. Antes de morrer! Isto irá contentar você? Não! Mas peça isto e poderá ser feito agora. Hoje, enquanto é chamado hoje. Não clame por isso colocando um tempo a Deus. Certamente, hoje é o tempo dele, tanto quanto amanhã. Apressa-te, homem! Apressa-te! Deixa a alma romper-se em desejo forte; O êxtase perfeito provar; Teu coração ardente estar todo no fogo; Para ser dissolvido no amor!
22) - Mas não podemos continuar em paz e alegria até que estejamos perfeitos no amor?
Certamente que podemos, porque o reino de Deus não é dividido contra si mesmo; entretanto, não deixe os que crêem serem desencorajados de regozijarem-se sempre com o Senhor. E ainda que possamos ser sensivelmente afligidos pela natureza pecadora que ainda permanece em nós; é desejável, para nós, que tenhamos um penetrante senso disso, e desejo veemente de ser liberto dela. Mas isso deve apenas incitar-nos a mais zelosamente voar cada momento para nosso Socorro forte, a mais intensamente pressionar adiante, para o sinal, o prêmio pelo nosso grande chamado em Cristo Jesus. E, quando o senso de nossos pecados mais abundarem, o senso de Seu amor deverá abundar muito mais.
23) - Como devemos tratar aqueles que pensam que eles alcançaram?
Examine-os, imparcialmente, e os exorte a orar fervorosamente, que Deus mostre a eles tudo o que há em seus corações. As mais sinceras exortações, para abundar em toda graça, e a precaução mais forte, para evitar todo o mal, são dados através do Novo Testamento, para aqueles que estão no estado mais alto da graça. Mas isso deve ser feito com a ternura mais extrema; e sem qualquer crueldade, severidade ou acidez. Nós devemos cuidadosamente evitar o aparecimento da raiva, indelicadeza, ou desdém. Deixe isso para o diabo assim provocar, e para suas crianças clamarem, deixe-nos examiná-lo, com malícia e tortura, que nós podemos saber suas fraquezas e provar sua paciência. Se eles são fiéis à graça dada, eles não estarão em perigo de perecer por meio disso; não, não, se eles permanecem naquele erro até que o espírito deles esteja retornando para Deus.
24) - Mas que ferimento pode causar comportar-se asperamente com eles?
Ou eles estão enganados, ou não estão. Se eles estiverem, isso pode destruir a alma deles. Isso não é nada impossível; nem improvável. Isso pode enfurecê-los e desencoraja-los, de tal maneira, que eles podem afundar, e não se levantar mais.
Se eles não estiverem, isso pode molestar aqueles a quem Deus não tem molestado, e causar muita dor em nossas próprias almas. Porque, indubitavelmente, ele que tocou neles, tocou, como se fossem a íris dos olhos de Deus.
Se eles estiverem, realmente, cheios de Seu Espírito, comportar-se indelicadamente ou desdenhosamente para com eles é fazer não menos ao Espírito da graça. Desse modo, igualmente, nós alimentamos e aumentamos, em nós mesmos, a suposição maldosa, e muitos temperamentos errôneos.
Para dar um exemplo apenas: Que presunção é essa arvorarmo-nos inquisidores gerais; para juízes finais, nessas coisas profundas de Deus! Nós estamos qualificados para o serviço? Nós podemos nos pronunciar, em todos os casos, o alcance da enfermidade? O que pode e o que não pode ser resolvido nisso? O que pode, em todas as circunstâncias, e o que não pode condizer com o amor perfeito? Nós podemos determinar, precisamente, como isso irá influenciar o olhar, o gesto, o tom da voz? Se nós podemos, sem dúvida, nós somos os homens, e sabedoria morrerá conosco.
25) - Mas se eles estão insatisfeitos pelo fato de nós não acreditarmos neles, essa não é uma prova cheia contra eles?
De acordo com o desprazer, é. Se eles estão com raiva, é uma prova contra eles; se eles estão angustiados, não é. Eles devem estar angustiados, se nós desacreditamos do trabalho real de Deus, e, por esse meio, privamos a nós mesmos da vantagem que poderíamos ter recebido disso. E nós podemos confundir, facilmente, essa angústia com raiva, já que as expressões exteriores de ambas são muito parecidas.
26) - Mas não é melhor desmascarar aqueles que fantasiam já ter alcançado, quando eles não atingiram?
É melhor fazer isso com moderação e um exame carinhoso; e não triunfar, mesmo sobre eles. É extremamente errado, se nós nos certificarmos de tal instância, e nos regozijarmos, como se tivéssemos achado uma grande presa de guerra. Não é melhor, ao invés de nos sentirmos molestados, ficarmos profundamente preocupados, a ponto de chorarmos com isso? Aqui está um que pareceu ser uma prova viva do poder de Deus para salvar ao extremo; mas, ai de mim, não foi como nós esperamos! Ele mal pesou na balança e foi insuficiente! E por que o motivo de alegria? Nós não devíamos nos regozijar, mil vezes mais, se nós encontrássemos nada mais do que o amor puro?
Mas ele está iludido! E agora? É um engano inofensivo, enquanto ele sente nada, a não ser amor em seu coração. É um equívoco que, geralmente, manifesta grande graça; o grau alto de santidade e felicidade. Isso deve ser um motivo de alegria real para todos os que têm coração simples; não o erro, em si, mas a eminência da graça que, por um tempo, ocasiona isso. Eu me regozijo que essa alma esteja sempre alegre em Cristo; sempre cheia de oração e ações de graça. Eu me regozijo que ele não tenha um temperamento maldoso, mas o amor puro de Deus, continuamente. E eu irei regozijar-me, se o pecado for suspenso até que seja totalmente destruído.
27) - Não existe perigo, então, em um homem sendo assim enganado?
Não, no momento em que ele não sente pecado. Não existia pecado antes, e não existirá, novamente, quando tiver novas experiências. Mas já que ele sente nada mais do que amor animando todos seus pensamentos, palavras, e ações, ele não está no perigo; ele não está apenas feliz, mas salvo, debaixo da sombra do Onipotente; e, por amor a Deus, deixe-o continuar, nesse amor, tanto quanto ele puder. Enquanto isso, você pode fazer o bem o avisando do perigo que será, se esse amor crescer frio, e o pecado reviver; mesmo o perigo de atirar fora a esperança, e supondo que, porque ele não a alcançou ainda, então, ele nunca alcançará.
28) - Mas o que fazer, se ninguém a alcançou ainda? O que fazer, se todos que pensam que sim estão enganados?
Convença-me disso, e eu não irei mais pregar! Mas entenda-me bem: eu não construí qualquer doutrina sobre essa ou aquela pessoa. Esse ou qualquer outro homem pode estar iludido, e eu não me movo. Mas, se não há alguém que seja perfeito ainda, Deus não teria me enviado para pregar perfeição!
Coloque um caso paralelo: Por muitos anos eu tenho pregado. Existe a paz de Deus, a qual ultrapassa todo entendimento? Convença-me de que essa palavra tem caído ao chão; que em todos esses anos, ninguém tem alcançado essa paz; que não existe testemunha viva disso, até esse dia; e eu não irei mais pregar.
Oh! Mas diversas pessoas têm morrido nessa paz! Talvez, sim; mas eu quero testemunha viva. E não quero, realmente, estar, infalivelmente certo de que essa ou aquela pessoa seja uma testemunha; mas se eu estivesse, certamente haveria nada tal, que eu devesse ter feito com essa doutrina;
Você me entendeu mal, eu acredito que alguns, que morreram nesse amor, aproveitaram-no antes de sua morte. Mas eu não estou certo de que seus testemunhos anteriores eram verdadeiros, até poucas horas antes de morrer!
Você não teria uma certeza infalível, então. E uma certeza razoável você deveria ter tido antes; tal certeza poderia ter estimulado e confortado sua própria alma, e respondido todos os outros propósitos cristãos. Tal certeza como essa qualquer pessoa sincera pode ter - supondo-se que exista alguma testemunha viva -, falando uma hora com essa pessoa, no amor e no temor de Deus.
29) - Mas o que isso significa, se alguém a obteve ou não, vendo tantos testemunhos bíblicos por causa dela?
Se eu estivesse convencido de que ninguém na Inglaterra a obteve, o que tem sido tão claramente e fortemente pregado, por um tal número de pregadores, em tantos lugares, e por tanto tempo, eu poderia ser claramente persuadido de que nós todos tínhamos nos enganado quanto ao significado daquelas Escrituras; e, portanto, no futuro, eu deveria ensinar que o pecado permanece até a morte.
20 - No ano de 1762, havia um grande crescimento do trabalho de Deus em Londres. Muitos que não tiveram, até aqui, se preocupado com algumas dessas coisas, foram, profundamente, convencidos da suas condições de perda; muitos encontraram redenção no sangue de Cristo; não poucos apóstatas foram curados; e um número considerável de pessoas acreditou que Deus as salvou de todos os pecados. Facilmente, previsto que o diabo se esforçaria para semear praga entre o trigo, eu tomei muitos cuidados para notificá-los do perigo, particularmente, com respeito ao orgulho e ao entusiasmo. E, enquanto eu permaneci na cidade, eu tive razão para esperar que eles continuassem humildes e sensatos. Mas, assim que eu fui embora, o entusiasmo extravasou. Dois ou três confundiram as próprias imaginações deles com as impressões de Deus, e, por esta razão, supuseram que eles nunca fossem morrer; e trabalharam para trazer outros para a mesma opinião, ocasionando muito barulho e confusão. Logo depois, as mesmas pessoas, com alguns outros poucos, afluíram para outras extravagâncias; julgando que eles não pudessem ser tentados; que eles não sentiriam mais dores; e que eles teriam o dom da profecia, e o discernimento espiritual.
Até meu retorno para Londres, no outono, muitos deles permaneceram reprovados; mas outros alcançaram instrução. Nesse meio tempo, uma inundação de reprovação caiu sobre mim, de quase todos os cantos; deles mesmos, porque eu os estava coibindo, em todas as ocasiões; e de outros, porque eles disseram que eu não os repreendi. Entretanto, a mão do Senhor não tardou, e mais e mais pecadores foram convencidos; enquanto alguns foram quase diariamente convertidos para Deus, e outros capacitados para amá-lo com todo seus corações.
21 - Por volta desse tempo, um amigo, a alguma distância de Londres, escreveu como segue:
“Não fique alarmado que Satã semeie praga entre os trigos de Cristo. Sempre foi assim, especialmente, em alguma efusão notável do Espírito; e sempre será, até que ele seja acorrentado por mil anos. Até lá, ele irá sempre macaquear, e esforçar-se para contrapor-se ao trabalho do Espírito de Cristo. Um efeito melancólico disso tem sido, que o mundo, que está sempre dormindo nos braços do mal, tem ridicularizado todo trabalho do Espírito Santo. Mas o que podem os cristãos reais fazer? Por que, se eles agissem de maneira meritória, eles poderiam”:
"(1) - Orarem para que toda a alma iludida possa ser liberta".
"(2) - Esforçarem-se para recuperá-los, no espírito de mansidão; e, por último, tomar a precaução mais extremada, tanto pela oração quanto pela vigilância, que a desilusão de outros não possa diminuir o zelo deles em buscarem por aquela santidade universal de alma, corpo e espírito, sem o que, nenhum homem verá ao Senhor".
"De fato, essa completa nova criatura é uma mera insana para um mundo insano. Mas, não obstante, essa é a vontade e a sabedoria de Deus. Possamos todos nós buscar por isso! Porém, alguns que mantêm esta doutrina, em sua extensão completa, são, muito freqüentemente, culpados de limitar o Todo-poderoso. Eles dispensam seus dons como lhes agrada; entretanto, não é nem sábio, nem modesto afirmar que uma pessoa deva ser um crente, por qualquer extensão de tempo, antes que ele seja capaz de receber um grau alto do Espírito de santidade".
"Os métodos usuais de Deus são uma coisa, mas seu soberano prazer é outro. Ele tem sábias razões para tanto apressar, como retardar seu trabalho. Algumas vezes, ele vem, de repente, e inesperadamente; algumas vezes, não, até que tenhamos buscado por ele, durante longo tempo. Realmente, tem sido minha opinião, por muitos anos, a grande causa dos homens fazerem tão pouco progresso na vida divina deles deve-se à sua própria frieza, negligência e descrença. E, aqui, eu ainda estou falando de crentes! Possa o Espírito de Cristo dar-nos um julgamento reto, em todas as coisas, e preencher-nos com toda a abundância de Deus; de modo que possamos ser perfeitos e inteiros, não faltando nada".
22 - Por volta do mesmo tempo, cinco ou seis entusiastas honestos profetizaram que o mundo iria acabar em 28 de Fevereiro. Eu, imediatamente, opus-me a eles, por todos os meios possíveis, tanto em público como privado. Eu preguei, expressamente, sobre o assunto, na West Street e na Spitalfields. Eu alertei a sociedade, várias vezes, e falei, severamente, para tantos quantos eu pude; e eu vi o fruto do meu trabalho. Eles fizeram exceder poucos convertidos: eu acredito, escassamente, trinta, em toda a nossa sociedade. De qualquer forma, eles fizeram abundância de barulho, trouxeram muitas oportunidades de ofensa àqueles que tiveram o cuidado de aumentar ao extremo todas as ocasiões contra mim, e grandemente aumentaram o número e a coragem daqueles que se opuseram à Perfeição Cristã.
23 - Algumas questões, agora publicadas por um desses, induzem um homem sincero a escrever o seguinte: INQUISIDORES, humildemente, propuseram àqueles que negam a perfeição a ser obtida nessa vida.
(1) Não houve uma medida maior do Espírito Santo dado, sob o Evangelho, do que sob a dispensação judaica? Se não, em que sentido o Espírito Santo não foi dado, antes que Cristo estivesse glorificado?
(João 7:39) “Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado”.
(2) A glória a qual seguiu os sofrimentos de Cristo era externa ou interna, isto é, a glória da santidade?
(I Pedro 1:11) “Investigando, atentamente, qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiram”.
(3) Teve Deus, em qualquer lugar das Escrituras, ordenado-nos mais do que ele prometeu a nós?
(4) As promessas de Deus com respeito à santidade serão preenchidas nessa vida, ou apenas na próxima?
(5) Está o cristão debaixo de qualquer outra lei, do que aquelas as quais Deus prometeu escrever em nossos corações?
(Jer. 31:31-33) “Eis aí vêm dias, diz o Senhor, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o Senhor. Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles diz, diz o Senhor: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhes inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”.
(Hebreus 8:10) “Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor, na sua mente imprimirei as minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”.
(6) Em qual sentido é a retidão da lei desempenhada, naqueles que caminham, não segundo a carne, mas segundo o Espírito?
(Rom. 8:4) “A fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito”.
(7) É impossível para qualquer um, nessa vida, amar a Deus com todo seu coração, e mente, alma e forças? E está o cristão debaixo de alguma lei que não é cumprida nesse amor?
(8) A saída da alma do corpo produz a sua purificação do pecado inato?
(9) Se for assim, não é alguma coisa a mais, e não o sangue de Cristo que limpa a alma de todo o pecado?
(10) Se esse sangue nos limpa de todos os pecados, enquanto a alma e o corpo estão unidos, isso não é nessa vida?
(11) Se, quando essa união cessa, não será na segunda? E não será muito tarde?
(12) Se, no que diz respeito à morte; qual a situação da alma, quando não está nem no corpo e nem fora dele?
(13) Tem Cristo, em qualquer lugar, nos ensinado a orar por aquilo que ele nunca designou nos dar?
(14) Ele não tem nos ensinado a orar, "Seja feita a tua vontade na terra, como ela é feita no céu?" E isso não é feito, perfeitamente, nos céus?
(15) Se assim; ele não tem nos ensinado a orar pela perfeição na terra? Ele, então, não tem designado dar isso?
(16) Paulo não orou, de acordo com a vontade de Deus, quando ele orou que os Tessalonicenses pudessem ser "completamente santos, e preservados" (nesse mundo, não no próximo; a menos que ele estivesse orando pela morte) "irrepreensível no corpo, alma e espírito, até a vinda de Jesus Cristo?".
(17) Você, sinceramente, deseja ser livre do pecado interior, nessa vida?
(18) Se deseja, Deus já não deu a você esse desejo?
(19) Se assim, ele não deu a você, para brincar consigo, desde que é impossível que possa, alguma vez, ser cumprido?
(20) Se você não tem sinceridade suficiente, nem sequer para desejar isso, você não está disputando sobre assuntos muito altos para você?
(21) Você tem orado sempre a Deus para "limpar os pensamentos de seu coração, para que" você "possa, perfeitamente, amá-Lo?"
(22) Se você nunca desejou o que você pede, nem acredita possuí-lo, você não ora como um orador tolo?
"Deus te ajude a considerar essas questões, calmamente e imparcialmente!".
24 - No final desse ano, Deus chamou, para si mesmo, esta luz ardente e brilhante, Jane Cooper. Como ela foi uma testemunha da Perfeição Cristã, vivendo e morrendo, não será estranho, afinal, para o assunto, acrescentar um pequeno relato de sua morte; com uma de suas próprias cartas, contendo uma simples e sincera relação da maneira, na qual agradou a Deus trabalhar essa grande mudança em sua alma:
02 de Maio de 1761
"Eu acredito, enquanto a memória permanecer em mim, gratidão irá continuar. Desde quando você pregou (Gal.5:5) 'Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé', eu vi, claramente, o estado verdadeiro de minha alma. O sermão descreveu meu coração, e o que ele queria ser; isto é, verdadeiramente, feliz! Você leu a carta do Sr. M., e ela descreveu a religião a qual eu desejava. Daquele momento em diante, o galardão surgiu à minha vista; e eu estava capacitada a seguir, duramente, em sua busca. Eu persisti, estando atenta às orações; algumas vezes, em muita aflição; em outras, na expectativa paciente da benção. Alguns dias antes de você deixar Londres, minha alma continuava, na promessa que eu tinha aplicado para mim, na oração".
"'O Senhor, a quem você busca, de repente, virá para o templo Dele'. Eu acreditei que ele iria, e que se sentaria lá, como um fogo refinador. Na quinta-feira, depois que você foi, eu pensei que eu não poderia dormir, a menos que Ele cumprisse sua palavra naquela noite. Eu nunca conheci, como eu tinha, então, a força dessas palavras: 'Fique tranqüilo, e saiba que eu sou Deus'. Eu me tornei nada diante Dele, e regozijei-me da perfeita calmaria em minha alma. Eu não sabia, se ele tinha destruído meus pecados; mas eu desejei saber, para que eu pudesse louvar a Ele. Contudo, eu logo encontrei o retorno da incredulidade, e gemido, sendo carregados".
"Na quarta-feira, eu fui para Londres, e busquei pelo Senhor, sem cessar. Eu prometi, que se ele me salvasse do pecado, eu iria louvar a Ele. Eu poderia desistir de todas as coisas; e, então, eu ganharia Cristo. Mas eu me certifiquei que todos esses apelos não valeriam a pena; e que, se Ele me salvasse, deveria ser, livremente, por causa de seu próprio nome. Na quinta-feira, eu fui tão tentada, que eu pensei em destruir a mim mesma, ou nunca mais conversar com alguma pessoa de Deus: E ainda assim, eu não tive dúvidas de seu amor clemente; mas – foi pior do que a morte meu Deus amar; e não meu Deus apenas. Na sexta-feira, minha aflição estava aprofundada".
"Eu me esforcei para orar, e não consegui. Eu fui até a casa da Sra. D., que orou por mim, e me disse que era morte do 'homem natural'. Eu abri a Bíblia em: 'O amedrontado e o descrente terão sua parte no lago que queima com fogo e enxofre'. Eu não pude suportar isso. Eu abri novamente em (Marcos 16:6, 7) 'Não vos atemorizeis; buscai a Jesus, o Nazareno, que foi crucificado; ele ressuscitou; não está mais aqui; vede o lugar onde o tinham posto. Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante de vós para a Galiléia, lá o vereis, como ele vos disse'. Eu fui encorajada e capaz de orar, acreditando que eu poderia ver Jesus em casa".
"Eu retornei aquela noite, e encontrei a Sra. G. Ela orou por mim; e a Predestinação não teve justificativa, mas 'Senhor, tu não fazes acepção de pessoas'. Ele provou que não fazia, abençoando-me. Eu estava, de repente, capacitada para seguir em Jesus Cristo, e encontrei salvação pela fé simples. Ele me assegurou, o Senhor, o Rei, estava entre mim, e que eu não mais viria o mal. Eu agora dei graças a Ele que tinha me visitado e me redimido, e tinha se tornado minha 'sabedoria, retidão, santificação e redenção'. Eu vi Jesus, completamente, amável; e soube que Ele era meu, em todos os seus serviços. E, glória seja dada a Ele, que agora reina em meu coração, sem um rival. Eu encontro nenhuma vontade, a não ser a sua. Eu não sinto orgulho; nem afeição alguma, a não ser a que é colocada Nele".
"Eu sei que é pela fé que eu permaneço; e que orar deve ser a defesa da fé. Eu estou feliz em Deus, nesse momento, e eu acredito que para o momento seguinte. Eu tenho, freqüentemente, lido o capítulo que você mencionou: (I Cor. 13) 'O amor é o dom supremo! Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes: é o amor', e comparei meu coração e minha vida com ele. E, em assim fazendo, eu sinto minhas debilidades, e a necessidade que eu tenho do sangue reparador. Sim, eu não ouso dizer que eu não sinto uma medida do amor que lá está descrito, embora eu não seja tudo o que eu deveria ser. Eu desejo me perder nesse 'amor que passa conhecimento'. Eu vejo que 'o justo viverá pela fé'; e até a mim, que sou menos do que o último de todos os santos, esta graça é dada. Se eu fosse um arcanjo, eu poderia encobrir meu rosto diante Dele, e deixar o silêncio falar seu louvor".
25. O ano seguinte, o número daqueles que acreditaram que eles foram salvos do pecado ainda cresceu. Eu julguei que necessário publicar, principalmente, para o uso deles "Pensamentos Adicionais sobre Perfeição Cristã":
1. Como é em (Rom. 10:4) "Porque o fim da lei é Cristo, para a justiça de todo aquele que crê?":
"Com o propósito de entender isso, você deve entender que lei é aqui falada; e, isso, eu apreendo, seja":
(1) A lei Mosaica; toda a lei de Revelação de Moisés; a qual Paulo continuamente fala a respeito como sendo uma, embora contendo três partes, a política, a moral, e a cerimonial.
(2) A lei de Adão, que foi dada para Adão, na inocência, propriamente, chamada 'a lei das obras'. Essa é, em essência, a mesma com a lei angélica, sendo comum aos anjos e aos homens. Ela requereu que o homem poderia usar, para a glória de Deus, todos os poderes com os quais ele foi criado. Agora, ele fora criado livre de qualquer imperfeição, tanto no seu entendimento, quanto em suas afeições. Seu corpo era, então, obstáculo algum para a mente; ele não obstruiu sua compreensão de todas as coisas, claramente, julgando, verdadeiramente, com respeito a elas, e inferindo legitimamente, se ele inferia, afinal.
"Eu digo, se ele inferiu; porque, possivelmente, ele não o fez. Talvez, ele não tivesse necessidade de inferir, até que seu corpo corruptível pressionou sua mente, e enfraqueceu suas faculdades nativas. Talvez, até, então, a mente viu toda a verdade que era oferecida, tão diretamente quanto o olho que agora vê a luz".
"Conseqüentemente, essa lei, proporcionada a seus poderes originais, requereu que ele sempre pensasse, sempre falasse, e sempre agisse, precisamente certo, em todos os pontos, quaisquer que fossem. Ele estava capacitado para assim proceder: E Deus não poderia deixar de requerer o serviço que ele era capaz de realizar".
"Mas Adão caiu; e seu corpo incorruptível tornou-se corruptível; e, desde então, ele é um obstáculo para a alma, e impede suas operações. Por isso, no momento, nenhum filho do homem pode, todo o tempo, compreender, claramente, ou julgar, verdadeiramente. E onde o julgamento e discernimento estão errados, é impossível raciocinar, perfeitamente. Por conseguinte, é natural para um homem cometer equívocos, tanto quanto respirar; e ele não pode mais viver, sem tanto um quanto o outro: Conseqüentemente, nenhum homem é capaz de executar o serviço que a lei de Adão requer".
"E nenhum homem é obrigado a executar isso; Deus não requer isso de homem algum: Porque Cristo é o fim da lei de Adão, assim como da lei de Moisés. Pela sua morte, ele tem colocado um fim em ambas; ele tem abolido tanto uma como a outra, no que diz respeito ao homem; e a obrigação de observar tanto uma quanto a outra desapareceu. Nem é algum homem vivente constrangido a observar a lei de Adão mais do que a Lei de Moisés. (eu quero dizer, isso não é uma condição para a presente ou futura salvação)".
2. Nós estamos, então, mortos para a lei?
"Nós estamos 'mortos para a lei, pelo corpo de Cristo', dado por nós; para a lei de Adão, assim como a Lei de Moisés. Nós estamos, inteiramente livres, pela sua morte; e que a lei expirou com ele: (Rom. 7:4) 'Assim, meus irmãos, também vós morrestes, relativamente, à lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus'".
3. Como, então, nós não estamos debaixo da lei de Deus, mas estamos debaixo da lei de Cristo? (Cor. 9:21) "Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar os que vivem fora do regime da lei".
"Nós estamos, sem essa lei; mas isso não significa que nós não estamos sem lei alguma: Porque Deus tem estabelecido outra lei, no lugar dela, mesmo a lei da fé: e nós estamos todos debaixo da lei de Deus e de Cristo; ambos, o Criador e o Redentor requerem que observemos isso".
4. É o amor o executor dessa lei?
"Indubitavelmente, ele é. O todo da lei, a qual nós estamos, agora, é cumprido pelo amor. Fé útil ou vitalizada pelo amor é tudo o que Deus agora requer do homem. Ele tem substituído (não sinceridade, mas) amor, no ensejo da perfeição angélica".
5. Como o amor é a finalidade do mandamento? (I Tim. 1:5) "Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé, sem hipocrisia".
"Ele é a finalidade de todo mandamento de Deus. Ele é o ponto almejado, pelo todo e cada parte, da instituição do Cristianismo. O fundamento é a fé, purificando o coração; a finalidade é o amor, preservando a boa consciência".
6. Que amor é esse?
"O amar ao Senhor nosso Deus com todo nosso coração, mente e alma e forças; e o amor ao nosso próximo, cada homem, como a nós mesmos, como nossas próprias almas".
7. Quais são os frutos e as qualidades inerentes a esse amor?
"Paulo nos informou, largamente, que o amor é longânime. Ele suporta todas as fraquezas dos filhos de Deus, todas as fraquezas dos filhos do mundo; e não, por um pouco tempo apenas, mas tanto quanto agrada a Deus. Em tudo, ele vê a mão de Deus, e de boa-vontade se submete a isso. Nesse meio tempo, ele é complacente. Em tudo, e depois de tudo, que ele suporta, ele é amável, ponderado, terno, benigno".
"'O amor não sente inveja'; isso exclui todo tipo e grau de inveja fora do coração".
"'O amor não age impulsivamente', de uma maneira violenta e obstinada; nem passa qualquer julgamento precipitado ou severo".
"'Ele não se comporta indecentemente'; não é rude, não age de maneira inadequada".
"'Não busca seu próprio' bem-estar físico, prazer, honra ou proveito".
"'Não se ofende'; expulsa toda raiva do coração".
"'Não pensa mal'; joga fora todo ciúme, suspeita e prontidão para acreditar no mal".
"'Não se regozija em inquirir'; sim, lamenta o pecado, ou a loucura de seus inimigos mais amargos".
"'Mas regozija-se na verdade', fala a santidade e felicidade de todo filho do homem".
"'O amor cobre todas as coisas', não fala mal de homem algum; 'acredita que todas as coisas' que tendem à vantagem do caráter de outro".
"'Ele socorre todas as coisas' , o que quer que possa enfraquecer as faltas as quais não podem ser negadas; 'ele suporta todas as coisas' as quais Deus pode permitir, punição de homens ou demônios. Essa é a 'lei de Cristo, a lei perfeita, a lei da liberdade'".
"E essa distinção entre a 'lei da fé' (ou amor) e a 'lei das obras', não é nem a sutil, nem a desnecessária distinção. Ela é clara, fácil e inteligível a qualquer entendimento comum. E é absolutamente necessária para prevenir milhares de dúvidas e medos, mesmo naqueles que 'caminham no amor'".
8. Mas nós "não ofendemos a todos, em muitas coisas", sim, o melhor de nós, até mesmo contra essa lei?
"Em um sentindo não, enquanto nossos temperamentos, pensamentos, palavras, e ações são a fonte do amor. Mas, em outro, sim, e devemos fazer isso, mais ou menos, contanto que permaneçamos no corpo. Porque nem o amor, nem a 'unção do Espírito Único' podem nos fazer infalíveis: Por conseguinte, através da inevitável imperfeição do entendimento, nós não podemos deixar de cometer enganos em muitas coisas. E esses erros ocasionarão, freqüentemente, alguma coisa errada, em nosso temperamento, palavras e ações. Confundindo seu caráter, nós podemos amar uma pessoa, menos do que ela realmente merece. E pelo mesmo engano, nós, inevitavelmente, somos persuadidos a falar, ou agir, com respeito àquela pessoa, de tal maneira contrária a essa lei, em um ou outro dos exemplos precedentes".
9. Nós não precisamos de Cristo, mesmo nesse relato?
"Mesmo os mais santos dos homens ainda precisam de Cristo, como o Profeta deles, como 'a luz do mundo'. Porque ele não lhes dá luz, a não ser, de momento para momento: No momento em que ele se retrai, tudo é escuridão. Eles ainda precisam de Cristo como o Rei deles; porque Deus não dá a eles um estoque de santidade. Mas, a menos que eles recebam um suprimento, a todo o momento, nada, a não ser a profanidade poderia permanecer. Eles ainda precisam de Cristo como o sacerdote deles, para compensá-los pelas coisas santas deles. Mesmo a santidade perfeita é aceitável para Deus, apenas através de Jesus Cristo".
10. O melhor, dentre os homens, não pode, então, adotar a confissão do Mártir: "Eu sou, em mim mesmo, nada, a não ser pecado, escuridão, inferno; mas tu és minha luz, minha santidade e meu céu?".
"Não exatamente. Mas o melhor dos homens pode dizer: 'Tu és minha luz, minha santidade, meu céu. Através de minha união contigo, eu estou cheio de luz, de santidade, e felicidade. Mas, se eu abandonasse a mim mesmo, eu seria nada a não ser pecado, escuridão e inferno'".
"Mas para prosseguir: Os melhores dos homens precisam de Cristo como o sacerdote deles, seu reparador, seu advogado junto ao Pai; não apenas como a continuação de suas benções depende de sua morte e intercessão, mas no interesse de sua curta vinda à lei do amor. Porque todo homem vivente assim o faz. Vocês que sentem todo amor comparem vocês mesmos com a descrição precedente. Pesem vocês mesmos nessa balança, e veja se vocês não estão carecendo em muitos detalhes".
11. Mas, se tudo isso é consistente com a Perfeição Cristã, que perfeição não está liberta de todo o pecado; vendo que o pecado é a transgressão da lei: E a transgressão perfeita da mesma lei, eles estão submetidos. Além do que, eles precisam da reparação de Cristo, e ele é a reparação de nada, a não ser do pecado. É, então, o termo perfeição sem pecado apropriado?
"Não vale a pena disputar a respeito. Mas observe em que sentido as pessoas, na questão, precisam da reparação de Cristo. Eles não precisam dele para reconciliá-los com Deus, mais uma vez; porque eles já estão reconciliados. Eles não precisam dele para restaurar o favor de Deus, mas para continuar com ele. Eles não procuram perdão para eles, de novo, mas vivem sempre para interceder por eles; e 'porque, com uma única oferta aperfeiçoou, para sempre, quantos estão sendo santificados'. (Heb.10:14)".
"Por necessidade de considerarem isto apropriadamente, alguns negam que precisem da expiação de Cristo. De fato, com exceção de poucos; eu não me lembro de ter encontrado cinco deles na Inglaterra. De dois, eu desistiria o quanto antes da perfeição: mas nós não precisamos desistir tanto de um quanto do outro. A perfeição que eu abraço, 'Amor regozijando-se, sempre mais; orando, sem parar; e em todas as coisas dando graças', é bem consistente com a expiação: se alguém abraça uma perfeição que não seja, eles devem olhar para ela".
12. A Perfeição Cristã implica alguma coisa mais do que sinceridade?
"Não, se você quer dizer por esta palavra o amor preenchendo o coração; expulsando o orgulho, a ira, o desejo, a vontade própria; regozijando-se, sempre mais, orando, sem cessar, e a tudo dando graças. Mas, eu duvido, alguns poucos usam de sinceridade nesse sentido. Por conseguinte, eu penso que a palavra antiga é melhor. Uma pessoa pode ser sincera tendo todo seus temperamentos naturais: orgulho, raiva, luxúria, obstinação. Mas ela não será perfeita, até que seu coração seja limpo dela, e de todas as suas outras corrupções".
"Para esclarecer um pouco mais esta questão, eu conheço muitos que amam a Deus com todo seu coração. Ele é o único desejo deles; o único deleite; e estão continuamente felizes nele. Eles amam seu próximo como a si mesmos. Eles sentem o desejo sincero, ardoroso, e constante pela felicidade de todo homem, bom ou mau; amigo ou inimigo, como para suas próprias almas. Eles se regozijam, sempre mais, orando sem cessar, e a tudo dando graças. Suas almas estão continuamente, em direção a Deus, na alegria santa, oração e louvor. Este é o cerne da questão; e esta é a experiência bíblica clara, e profunda".
"Mas até mesmo essas almas habitam em um corpo corruptível, e são pressionadas para baixo, por causa disto; de maneira que elas não podem sempre se manifestar, como gostariam - pensando, falando e agindo precisamente certo. Por necessitarem de órgãos corpóreos melhores, eles são forçados, algumas vezes, a pensar, falar e agir de maneira errada; não de fato, através de um amor imperfeito, mas através de um conhecimento imperfeito. E enquanto este for o caso, não obstante esta imperfeição, e suas conseqüências, eles cumprem a lei do amor. Ainda assim, mesmo nesse caso, não existe a completa conformidade para a lei perfeita; assim sendo, os mais perfeitos, por esse mesmo relato, necessitam do sangue reparador, e podem propriamente por eles mesmos, tanto quanto por seus irmãos, dizerem: 'Perdoe nossas transgressões'".
13. Mas, se Cristo colocou um fim na lei, porque da necessidade de alguma reparação para suas transgressões?
"Observe em que sentido ele colocou um fim nela; e a dificuldade desaparece. Não foi para a permanência do mérito de sua morte, e sua contínua intercessão por nós, que a lei iria ainda nos condenar. Essas, entretanto, nós ainda precisamos para cada transgressão dela".
14. Mas pode alguém que tenha sido salvo do pecado ser tentado?
"Sim; já que Cristo foi tentado".
15. Entretanto, o que você chama tentação, eu chamo de corrupção do meu coração. E como você irá distinguir um do outro?
"Em alguns casos, é impossível distinguir, sem o testemunho direto do Espírito. Mas, em geral alguém pode distinguir assim: -".
"Alguém me aprova": Aqui está uma tentação para o orgulho, Mas, imediatamente minha alma se humilha diante de Deus. E eu não sinto orgulho; do qual eu estou tão seguro, tanto quanto de que o orgulho não é humildade.
"Alguém me golpeia": Aqui há uma tentação para a ira. Mas meu coração transborda de amor. E eu não sinto raiva, afinal; do que estou tão certo, quanto de que amor e ira não são o mesmo.
"Uma mulher me solicita": Aqui existe uma tentação para a luxúria. Mas, no mesmo momento, eu me retraio. E eu não sinto desejo ou luxúria afinal; do que eu posso estar tão certo, quanto eu estou de que minha mão está fria ou quente.
"Assim é que, se eu sou tentado por um objeto presente; e isto é exatamente o mesmo, se; quando está ausente, o diabo relembra um elogio, uma injúria, ou uma mulher, à minha mente. No mesmo momento, a alma repele a tentação e lembra-se de preencher com amor puro. E a diferença é ainda mais clara, quando eu comparo meu estado presente com meu passado, onde eu sentia tentação e corrupção também".
16. Mas como você sabe que você está santificado, salvo da corrupção inata?
"Eu posso saber isto, de nenhuma outra forma, do que eu sei que eu estou justificado. 'Por meio do qual nós sabemos que somos de Deus', em qualquer sentido, 'pelo Espírito que foi dado a nós por ele'. Nós sabemos isto, pelo testemunho e pelos frutos do Espírito. Pelo testemunho, quando nós somos justificados, o Espírito Santo testemunha com nosso espírito que nossos pecados foram perdoados; assim, quando nós fomos santificados, ele testemunha que eles foram lançados fora. Realmente, o testemunho da santificação não é sempre claro, a princípio; (assim como aquele da justificação); nem ele é depois disso, sempre o mesmo, mas, como aquele da justificação, algumas vezes, mais forte, e algumas vezes, mais fraco. Sim, e, algumas vezes, é extremamente tímido ou quieto. Sim. Em geral, o último testemunho do Espírito é tão claro e tão firme quanto o primeiro".
17. Mas que necessidade dela é esta, vendo que a santificação é uma mudança real, e não uma mudança relativa apenas, como a justificação?
"Mas o novo nascimento é uma mudança relativa apenas? Não é esta uma mudança real? Conseqüentemente, se nós não precisamos do testemunho de nossa santificação, porque ela é uma mudança real, pela mesma razão, nós não devemos necessitar de alguma, já que nós somos nascidos de Deus ou somos filhos de Deus".
18. Mas a santificação não brilha, através de sua luz própria?
"E o novo nascimento não faz o mesmo? Algumas vezes, sim; tanto quanto a santificação; em outras, isto não ocorre. Na hora da tentação, o diabo obscurece o trabalho de Deus, e injeta muitas dúvidas e raciocínios, especialmente, naqueles que têm tanto muita fraqueza, quanto um entendimento forte. Em tais ocasiões, existe a necessidade absoluta daquele testemunho; sem o que, o trabalho da santificação, não apenas não poderia ser discernido, mas não poderia subsistir. Não fosse por isto, a alma não poderia habitar, então, no amor de Deus; muito menos, poderia regozijar-se, sempre mais, e em todas as coisas dar graças. Nessas circunstâncias, portanto, um testemunho direto de que nós estamos santificados, é necessário no mais alto grau".
"'Mas eu não tenho o testemunho de que estou salvo do pecado. E, ainda assim, eu não duvido disso'. Muito bem: tanto quanto você não tenha dúvida, já é suficiente; quando você tiver, você irá necessitar daquele testemunho".
19. Mas que Escrituras faz menção a alguma coisa como esta, ou dá alguma razão para esperar por isto?
"Aquela Escritura: (I Cor. 2:12) 'Mas nós não recebemos o espírito do mundo; mas o Espírito que provém de Deus; para que pudéssemos conhecer o que nos e dado livremente por Deus'".
"Assim sendo, a santificação é certamente uma das 'coisas dadas a nós, livremente por Deus'. E nenhuma razão possível pode ser afirmada, de como isto poderia ser esperado, quando o Apóstolo diz, 'Nós recebemos o Espírito', para essa mesma finalidade, 'para que possamos conhecer as coisas que foram', assim, 'livremente dadas a nós'".
"A mesma coisa não está implícita naquela bem conhecida escritura, (Romanos 8:16) 'O mesmo Espírito testifica com nosso espírito de que somos filhos de Deus'? Ele só testemunha isto, apenas para aqueles que são filhos de Deus, no sentido mais vulgar? Não. Mas para aqueles que são tais, no sentido mais alto. E ele não testemunha, que eles são tais, no sentido mais elevado? Que razão nós temos para duvidar disso?".
"Mas, e se um homem afirma (como realmente muitos o fazem) que esse testemunho pertence apenas à classe mais elevada de cristãos, você não iria responder, 'O Apóstolo não faz restrição; conseqüentemente, sem dúvida isto pertence a todos os filhos de Deus?'. E a mesma resposta não afirmaria, se alguma afirmar, que ela pertence apenas à classe mais baixa?".
"Considere igualmente, em (I João 5:19) 'E sabemos que somos filhos de Deus'. Como? 'Pelo Espírito que ele tem dado a nós'. Mais ainda, 'por meio disto, nós sabemos que Ele habita em nós'. E que garantia temos, tanto das Escrituras, quanto da razão, para excluir o testemunho do Espírito, de estar aqui pretendido, mais do que o fruto? Através disso, também, 'nós sabemos que somos de Deus', e, em qual sentido somos assim; se nós somos bebês; jovens ou adultos, nós sabemos da mesma maneira".
"Não que eu afirme que todo jovem, ou mesmo adulto tem esse testemunho a todo o momento. Devem existir intermissões do testemunho direto de que eles são, assim, nascidos de Deus; mas essas intermissões são poucas e menores, quando eles crescem em Cristo; e alguns têm o testemunho da justificação, assim como da santificação, sem qualquer intermissão, afinal; no que eu presumo que muitos deveriam ter, se caminhassem humildemente e intimamente com Deus".
20. Alguns deles podem não ter um testemunho do Espírito de que eles não devem ter finalmente caído de Deus?
"Eles podem. E essa persuasão de que nem vida, nem morte podem separá-los Dele, longe de ser danosa, pode, em algumas circunstâncias, ser extremamente útil. Esses, no entanto, nós não devemos, de modo algum, afligir, mas honestamente encorajar para que 'mantenham-se confiantes e firmes, do princípio até o fim'".
21. Mas algum deles tem um testemunho do Espírito de que eles nunca pecarão?
"Nós não sabemos o que Deus concede, ainda mais, para algumas pessoas, em particular; mas nós não encontramos algum estado geral, descrito nas Escrituras, de que um homem não pode retroceder no pecado. Se houve alguma condição, em que isto foi impossível, seria aquela desses que são santificados; que são 'sacerdotes em Cristo, que se regozijam sempre mais, oram sem cessar, e em todas as coisas dão graças', mas não é impossível para aqueles que recuam. Eles que foram santificados podem cair e perecer":
"(Hebreus 10:29) 'De quanto maior castigo será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do testamento; com que foi santificado; e fizer agravo ao Espírito da graça?'. Mesmo os sacerdotes em Cristo precisam deste aviso: 'Não ame o mundo!'".
"(I João 2:15) 'Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele'. Eles que 'regozijam-se e oram', e 'dão graças, sem cessar', podem, não obstante, 'extingais o Espírito'".
"(I Tes. 5:16-21) 'Regozijai-vos, sempre. Orai, sem cessar. Em tudo daí graças, porque esta é a vontade do Deus em cristo Jesus para convosco. Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem'. Além do que, mesmos eles que foram 'selados para o dia da redenção', podem ainda 'afligir o Espírito Santo de Deus'".
"(Efésios 4:30) 'E não entristeçais o Espírito Santo de Deus; no qual estais selados para o dia da redenção'".
"Apesar de que Deus pode dar tal testemunho para algumas pessoas, em particular, ainda assim, isto não deve ser esperado pelos cristãos em geral; não existindo Escritura onde fundamentar tal expectativa".
22. Por qual 'fruto do Espírito', nós podemos saber 'que somos filhos de Deus', mesmo no sentido mais elevado?
"Através do amor, alegria, paz, sempre habitando; através da longanimidade invariável, paciência, resignação; através da gentileza, triunfando sobre toda provocação; através da bondade, brandura, delicadeza, ternura de espírito; através da fidelidade, simplicidade, sinceridade santa; através da mansidão, alma, uniformidade de espírito; através da temperança, não apenas na alimentação e sono, mas em todas as coisas naturais e espirituais".
23. Mas que grande coisa existe nisso? Nós já não temos tudo isto, quando somos justificados?
"Você quer dizer a resignação total à vontade de Deus, sem qualquer mistura de vontade própria? Gentileza, sem qualquer toque de ira; mesmo no momento em que somos provocados? Amor a Deus, sem o menor amor para com a criatura, mas em Deus, e por Deus, excluindo todo orgulho? Amor ao homem, excluindo todo ciúme, toda inveja e julgamento apressado? Mansidão, mantendo toda a alma inviolavelmente calma: E equilíbrio em todas as coisas? Negue que alguém, alguma vez, tenha chegado nisso, se você puder; mas não diga que todos que estão justificados chegam".
24. Mas alguns que foram recentemente justificados chegaram. O que então, você diz para esses?
"Se eles realmente chegaram, eu direi que eles foram santificados; salvos do pecado, naquele momento; e que eles nunca deverão perder o que Deus tem dado, ou sentir pecado, nunca mais. Mas, certamente, esses são exceção. Acontece o contrário com a generalidade daqueles que foram justificados: Eles sentem em si, mais ou menos, orgulho, ira, obstinação, um coração tendendo à apostasia. E até que eles tenham gradualmente mortificado essas coisas, eles não estão completamente renovados no amor".
25. Mas não é este o caso de todos aqueles que estão justificados? Eles não morrem gradualmente para o pecado, e crescem na graça, até que na hora da morte, ou talvez, um pouco antes, Deus os aperfeiçoe no amor?
"Eu acredito que este seja o caso da maioria, mas não de todos. Deus usualmente concede um tempo considerável para os homens receberem a luz; crescerem na graça; para fazer a Sua vontade e sofrer por ela, antes que eles sejam, tanto justificados, quanto santificados; mas ele não se prende invariavelmente a isto; algumas vezes, ele 'abrevia seu trabalho': ele faz o trabalho de muitos anos, em poucas semanas; talvez em uma semana, um dia, uma hora. Ele justiça e santifica ambos aqueles que têm feito, ou sofrido nada, e quem não tem tido tempo para um crescimento gradual na luz ou graça. E 'ele não pode fazer o que ele quiser, por si mesmo? Os teus olhos são maus, porque ele é bom?'".
"Não é necessário, portanto, ser afirmado, sempre e sempre, e provado por quarenta textos das Escrituras, que a maior parte dos homens é perfeita no amor, por fim; assim como, de que existe um trabalho gradual de Deus na alma, ou que, geralmente falando, é um longo decurso de tempo, ou mesmo muitos anos antes que o pecado seja destruído. Tudo isto nós sabemos: mas nós sabemos igualmente, que Deus pode, com a boa permissão do homem 'abreviar seu trabalho', em qualquer grau que agrade a Ele, e fazer o trabalho usual de muitos anos, em um instante. Ele assim o faz, em muitos exemplos; embora haja um trabalho gradual, tanto antes, quanto depois daquele momento: de modo que alguém pode afirmar que o trabalho é gradual; um outro, que ele é instantâneo, sem qualquer maneira de contradição".
26. Paulo quer dizer alguma coisa a mais por 'ser selado pelo Espírito', do que 'ser renovado no amor?'.
"Talvez, em um lugar, (2 Cor. 1:22) 'O qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações', ele não queira dizer tanto; mas, em outro, (Efésios 1:13) 'Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade; o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, vós fostes selados, com o Espírito Santo da promessa', ele parece incluir tanto o fruto quanto o testemunho; e em um grau mais alto do que nós experimentamos, mesmo quando fomos, primeiro, 'renovados no amor'; Deus 'nos selou com o Espírito da promessa', dando a nós 'a segurança completa da esperança'; tal segurança de receber todas as promessas de Deus, como que excluindo a possibilidade de dúvida; com aquele Espírito Santo, através da santidade universal, estampando toda a imagem de Deus, em nossos corações".
27. Mas como pode aqueles que estão assim selados 'afligirem o Espírito Santo de Deus?'.
"Paulo diz a você muito particularmente: (1) Através de tais conversas que não são proveitosas; que não são para o uso da edificação; que não estão aptas para ministrar a graça para os ouvintes; (2) Pela reincidência na amargura, ou falta de delicadeza; (3) Através da ira; desprazer duradouro; ou falta de bondade; (4) Através da raiva, por mais breve que ela seja; falta de prontamente perdoar um ao outro; (5) Pelo clamor ou gritaria; falando alto, áspero e duramente; (6) Falando maldosamente; murmurando; fazendo fofocas; desnecessariamente mencionando a falta de uma pessoa ausente, mesmo que de uma maneira delicada".
28. O que você pensa desses em Londres, que parecem ter sido recentemente 'renovados no amor?'.
"Existe alguma coisa muito peculiar na experiência da maior parte deles. Alguém poderia esperar que um crente pudesse, primeiro, ser preenchido com amor, e, por meio disto, esvaziado do pecado; ao passo que esses foram, primeiro, esvaziados do pecado, e, então, preenchidos com amor. Talvez, agrade a Deus trabalhar dessa maneira; fazer seu trabalho mais claro, e incontestável; e distinguí-lo mais claramente daquele amor transbordante, que é sentido freqüentemente, em um estado justificado".
"Parece igualmente mais de acordo com a grande promessa, (Ezequiel 36:25-26) 'Então, espalharei água pura sobre vós, e ficareis purificados de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra de vossa carne e vos darei um coração de carne'".
"Eu não penso que eles sejam todos parecidos: Existe uma larga diferença entre alguns deles e outros. Eu acredito que a maioria deles, com quem eu tenho falado, tem muita fé, amor, alegria e paz. Alguns desses, eu acredito, estão renovados no amor, e tem o testemunho direto dele; e eles manifestam o fruto acima descrito, em todas as suas palavras e ações. Agora, que cada homem possa chamar isto do que quiser; eu chamo isto de perfeição".
"Alguns que têm muito amor, paz e alegria, ainda assim, não têm o testemunho direto do Espírito; e outros, que pensam que eles têm, estão, não obstante, manifestamente, deficientes no fruto. Quantos eu não sei; talvez, um em dez; talvez mais, ou menos. Mas alguns estão inegavelmente deficientes em longanimidade, e resignação cristã. Eles não vêem a mão de Deus, no que quer que ocorra, e alegremente seguem-na. Eles não dão graças, em todas as coisas, e não se regozijam mais. Eles não são felizes; pelo menos, não felizes, sempre; já que, algumas vezes, eles se queixam. Eles dizem, 'isto ou aquilo é difícil!'".
"Alguns estão em falta quanto à gentileza. Eles pagam o mal com o mal, em vez de virarem a outra face. Eles não recebem uma reprovação com gentileza; não, nem mesmo crítica. Mais ainda, eles não são capazes de suportar contradição, sem a aparência de, no mínimo, ressentimento. Se eles são reprovados ou contrariados, mesmo que moderadamente, eles não levam isso para o bem; comportam-se com mais distância ou reserva do que faziam antes. Se eles são reprovados ou contraditos asperamente, eles respondem com aspereza; com voz alta; ou em um tom raivoso; ou mesmo de maneira afiada e mal humorada. Eles falam agudamente ou duramente, quando eles reprovam outros; e comportam-se rudemente com seus subordinados".
"Alguns carecem de serem bondosos. Eles não são gentis, moderados, doces, amáveis, delicados e amorosos todo o tempo. Em seus temperamentos, em suas palavras, em seu olhar e semblante, em todo o teor de seu comportamento; e assim com todos, alto e baixo; rico e pobre, sem respeito às pessoas; particularmente, àqueles que estão fora do caminho; aos opositores, e para aqueles de sua própria família. Eles, não por muito tempo, visam ou se esforçam, por todos os meios, para fazer a todos à volta deles, felizes. Eles podem ver que estão preocupados, mas não se afligem; talvez, eles os tornem assim; e então, eles limpam suas bocas e dizem, 'É porque eles merecem isto; é por culpa deles!'".
"Alguns estão em falta quanto à fidelidade; um cuidado preciso da verdade, simplicidade, e sinceridade santa. O amor deles é rude; sem dissimulação; alguma coisa como logro é encontrado em suas bocas. Para evitarem a severidade, eles se apóiam no outro extremo. Eles são lisonjeiros ao excesso, dificilmente evitando um grau de adulação, ou mesmo de parecer que pensam o que eles, na verdade, não estão pensando".
"Alguns carecem de serem mansos; da quietude de espírito, compostura, uniformidade de temperamento. Eles oscilam para cima e para baixo; algumas vezes, para bem alto; algumas vezes, para bem baixo; suas mentes não estão bem equilibradas. Suas afeições não estão na devida proporção; eles amam demasiado alguém, e pouquíssimo a outrem; ou esses sentimentos não estão devidamente misturados e equilibrados, de modo a compensar um ao outro. Por isso, eles freqüentemente são motivos de contenda. Suas almas estão fora do tom, e não podem criar harmonia".
"Alguns necessitam de temperança. Eles não usam firmemente de moderação no seu alimento; o que eles sabem, ou deveriam saber, pode conduzi-los a uma força saudável, e vigor do corpo. Ou não são equilibrados quanto às suas horas de sono; eles não aderem rigorosamente ao que é melhor para o corpo e mente; caso contrário, eles se deitariam, e se levantariam cedo, em uma hora fixada. Ou eles jantam tarde, o que nem é bom para o corpo, nem para a alma. Ou não têm o hábito de jejuar e abster-se. Ou preferem (aquilo que é exemplo de intemperança) aquela pregação, leitura e conversa, que dá a eles uma alegria e conforto transitórios/ em vez daquilo que traz tristeza santa, ou instrução na retidão. Tal alegria não é santificada; não pretende à crucificação do coração, nem conduz a isto. Tal fé não está centrada em Deus, mas, preferivelmente, em si mesmo".
"Até aqui, está tudo claro. Eu acredito que você tenha fé, amor, alegria e paz. Ainda assim, você está particularmente preocupado em saber por você mesmo, se você está em falta, com respeito ao que foi acima mencionado. Se você carece de longanimidade, gentileza, bondade; tanto quanto, fidelidade, mansidão e temperança. Que nós, então, por outro lado, não lutemos com as palavras. Naquilo que eles significam nós concordamos claramente".
"Você não tem o que eu chamo de perfeição; se outros irão chamar disto, eles que chamam. Entretanto, apresse-se em manter o que você tem, e ore sinceramente por aquilo que você não tem".
29. Podem aqueles que são perfeitos crescerem na graça?
"Sem dúvida que pode; e isto não apenas enquanto eles estão no corpo, mas para toda a eternidade".
30. E eles podem cair da graça?
"Eu estou bem seguro de que podem; a verdade dos fatos coloca isto além de discussão. Primeiramente, nós pensávamos que alguém, que foi salvo do pecado, não poderia cair; agora nós sabemos o contrário. Nós estamos circundados com exemplos daqueles que ultimamente experimentaram tudo o que eu quis dizer por perfeição. Eles tinham, tanto os frutos do Espírito, quanto o testemunho; mas agora perderam a ambos. Nem algum deles permanece pela virtude de alguma coisa que está implícita na natureza do estado. Não existe tal plenitude, ou força de santidade, do qual é impossível cair. Se existe alguém que não possa cair, isto depende totalmente da promessa de Deus".
31. Podem estes que caíram desse estado, recuperarem-no?
"Por que não? Nós temos exemplos disso também. Mais ainda. É uma coisa muito comum as pessoas perderem-no mais de uma vez, antes que estejam estabelecidos nele. Por conseguinte, é para que o preservem, em todas as ocasiões de vicissitudes, que eu dou os seguintes conselhos, àqueles que foram salvos do pecado. Mas, primeiro, eu devo falar claramente com respeito ao trabalho em si mesmo".
"Eu estimo que esse último trabalho seja de Deus; provavelmente, o maior agora sobre a terra. Ainda assim, como todos os outros, esse também está misturado com muita fraqueza humana. Mas essa fragilidade é menor do que poderia ter sido esperada; e deve ter sido alegremente suportada por todos aqueles que amaram e seguiram em busca da retidão. De que deve ter existido alguns homens de coração bondoso, fracos, não desaprova o trabalho por si mesmo; não é um pretexto justo para acusar uma multidão de homens de juízo sensato, que foram padrões de estrita santidade. Ainda assim, (justamente o contrário do que deveria ter sido) a oposição é grande; e a ajuda mínima. Por isto, muitos estão impedidos de buscarem a fé e a santidade, pelo zelo falso de outros; e alguns que, a princípio, começaram a seguir bem seu caminho, estão saindo dele".
32. Qual é o Primeiro conselho que deveria ser dado a eles?
[Os conselhos que se seguem foram publicados em separado, no tratado do ano de 1762, sob o título de 'Precauções e Direções dadas pelos Grandes Mestres nas Sociedades Metodistas', com o seguinte lema: - 'Coloque o falso testemunho de lado, e detenha, o quanto antes, a verdade para sempre'. Estava evidente a intenção de proteger as pessoas contra as extravagâncias danosas de George Bell e seus amigos. De quem, um relato pessoal é dado no Diário do Sr. Wesley, naquele período].
"Vigiem e orem continuamente contra o orgulho. Se Deus o lançou fora, cuidem para que ele não entre novamente. Ele é tão perigoso quanto o desejo. E vocês podem voltar para ele, sem querer; especialmente, se vocês pensam que não existe perigo nisso. 'Mas eu designo tudo o que eu tenho a Deus'. Vocês bem podem ser dessa forma, e, não obstante, serem orgulhosos! Já que é orgulho, não apenas designar tudo o que temos a nós mesmos, mas pensar que temos, o que realmente não temos".
"O Sr. L—, por exemplo, designava todo o conhecimento que ele tinha a Deus, e, em sendo assim, era humilde; mas, então, ele pensou que tinha mais conhecimento do que qualquer homem vivente; e isto era orgulho palpável. Assim, vocês designam todo seu conhecimento a Deus; e nesse aspecto, vocês são humildes. Mas, se vocês pensam que têm mais do que vocês têm; ou se pensam que foram tão ensinados por Deus, que não necessitam do ensinamento de homem algum; o orgulho deita-se em suas portas. Sim, vocês têm necessidade de serem ensinados, não apenas pelo Sr. Morgan, por algum outro, pelo Sr. Maxfield, ou por mim, mas pelo mais simples pregador em Londres; sim, por todos os homens. Porque Deus envia, através daquele que ele irá enviar".
"Por conseguinte, não digam a alguém que possam aconselhar ou reprovar vocês, 'Você é cego; você não pode me ensinar'. Não digam, 'Esta é a sua sabedoria, a sua razão carnal'; mas calmamente pesem as coisas diante de Deus".
"Lembrem-se sempre: muita graça não implica muito conhecimento. Esses nem sempre caminham juntos. Já que pode haver muito conhecimento, onde existe pouco amor; ou haver muito amor, onde existe pouco conhecimento. O coração tem mais calor do que os olhos; ainda assim, ele não pode ver. E Deus tem sabiamente equilibrado os membros do corpo, de modo que nenhum deles pode dizer, 'Eu não tenho necessidade de você".
"Imaginar que ninguém pode ensinar vocês, a não ser aqueles que foram salvos do pecado, é um erro muito grande e perigoso. Não dêem lugar a isso, no momento; ele iria conduzir vocês a mil outros enganos, e isto, irrecuperavelmente. Não; o poder de domínio não está fundamentado na graça, como os loucos da era passada falavam. Obedeçam e respeitem 'aqueles que estão acima de vocês no Senhor', e não pensem que vocês são melhores do que eles. Saibam, vocês, qual é o lugar deles, e o de si próprios; sempre lembrando que muito amor não implica muito conhecimento".
"Por não observarem isto, alguns têm sido conduzidos a muitos erros, e na aparência, pelo menos, de orgulho. Oh! Precavenham-se da aparência, e da coisa em si! Deixem que exista em vocês 'aquela mente humilde que estava em Jesus Cristo'. E 'sejam igualmente revestido de humildade'. Que ela não apenas encha, mas cubra vocês todos. Deixem que a modéstia e a moderação apareçam em todas as suas palavras e ações. Deixem que tudo aquilo que vocês falem e façam mostrem que vocês são pequenos e vis aos seus próprios olhos".
"Como exemplo disso, estejam sempre prontos para admitirem quaisquer faltas que cometam. Se em qualquer tempo, vocês pensaram, falaram ou agiram de maneira errada, não sejam obtusos em reconhecer isto. Nunca imaginem que isto irá causar dano à causa de Deus; não, isto irá trazer proveito a ela. Sejam, por conseguinte, abertos e francos, quando vocês forem responsabilizados por alguma coisa; não busquem evadir-se ou dissimular isto; mas deixem que apareça como é, e vocês irão, por meio disto, não impedirem, mas adornarem o Evangelho".
33. Qual é o Segundo conselho que você poderia dar a eles?
"Precavenham-se do filho do orgulho, o entusiasmo. Oh! Mantenham a mais extrema distância dele! Não dêem lugar a uma imaginação exaltada. Não se apressem em atribuir essas coisas a Deus. Não suponham facilmente que sonhos, vozes, impressões, visões ou revelações sejam de Deus. Tudo isto pode vir Dele. Pode vir da natureza. Pode vir do diabo. Por conseguinte, 'não acreditam em todos os espíritos, mas procurem saber se tudo isto vem de Deus'. Comparem com a Palavra escrita, e permitam que tudo esteja sujeito a ela. Vocês correm o risco de entusiasmarem-se a cada hora, se vocês divergirem, mesmo que pouco, das Escrituras; sim, ou do significado claro e literal de algum texto, compreendido em conexão com o contexto. E assim é, se vocês desdenham ou estimam ligeiramente a razão, conhecimento ou aprendizado humano; cada um desses é um dom excelente de Deus, e podem servir para propósitos nobres".
"Eu aconselho vocês a usarem as palavras, sabedoria, razão ou conhecimento, através do caminho da repreensão. Do contrário, orem que vocês mesmos possam abundar nela mais e mais. Se vocês querem dizer sabedoria mundana, conhecimento inútil, compreensão falsa, e assim por diante; atirem fora o joio, mas não o trigo".
"Uma porta de entrada comum para o entusiasmo é esperar pelo resultado, sem os meios; esperar o conhecimento, por exemplo, sem buscar as Escrituras, e sem consultar os filhos de Deus; esperar a força espiritual, sem oração constante, e vigilância firme; esperar qualquer benção, sem ouvir a Palavra de Deus em toda oportunidade".
"Alguns têm sido ignorantes desse conselho do diabo. Eles têm deixado de buscar as Escrituras. Eles dizem, 'Deus escreve todas as Escrituras em meu coração. Por conseguinte, eu não necessito lê-las'. Outros pensam que eles não precisam ouvir, e falham em atender as pregações matinais. Oh! Tomem cuidado, vocês que fazem parte desse contexto! Vocês têm ouvido a voz de um estranho. Voltem para Cristo, e mantenham-se no bom e velho caminho que, um dia, 'foi entregue aos santos'; o caminho, em que até mesmo um pagão testemunha 'que os cristãos se levantam cedo, para cantarem hinos para Cristo, assim como a Deus'".
"O mesmo desejo de 'crescerem na graça' pode, algumas vezes, ser uma brecha para o entusiasmo. Como ele continuamente nos conduz a buscar uma nova graça, ele pode conduzir-nos, sem querer, a buscar alguma coisa também nova, além dos novos graus de amor a Deus e ao homem. Assim, ele tem conduzido alguns a buscar e a fantasiar que tinham recebido os dons de uma nova espécie, depois de um novo coração, como: (1) O amar a Deus de toda nossa mente; (2) Com toda nossa alma; (3) Com todas as nossas forças; (4) Uno com Deus; (5) Uno com Cristo; (6) Tendo nossa vida oculta com Cristo em Deus; (7) Estando mortos com Cristo; (8) Levantando-nos com ele; (9) sentando-nos com ele nos lugares celestiais; (10) Sendo levados até seu trono; (11) Estando na Nova Jerusalém; (12) Vendo que o tabernáculo de Deus vem entre os homens; (13) Estando mortos para todas as obras; (14) Não estando sujeitos à morte, dor, aflição, ou tentação".
"Um dos fundamentos de muitos desses equívocos é aplicar fortemente algumas dessas escrituras no coração, como sendo um dom de algum tipo novo; não sabendo que diversas dessas escrituras não foram cumpridas ainda; que a maioria das outras será cumprida, quando formos justificados, o restante, no momento em que formos santificados. Permanece apenas a experiência deles em níveis mais altos. Isto é tudo que devemos esperar".
"Outro fundamento destes e que causa milhares de outros equívocos é não considerar profundamente que o amor é o mais alto dom de Deus; amor humilde, gentil e paciente; que todas as visões, revelações, manifestações, quaisquer que sejam, são coisas pequenas, se comparadas a ele; e que todos os dons, acima mencionados, são tanto o mesmo, ou infinitamente inferior a ele".
"Vocês devem estar totalmente sensíveis a isto, 'que o céu dos céus é o amor'. Não existe nada mais alto na religião; em efeito, não existe coisa alguma mais; se vocês buscam por alguma coisa, a não ser o amor, vocês estão buscando, extraviados da marca; vocês estão saindo fora do caminho real. E, quando vocês estão perguntando para outros, 'Vocês têm recebido esta ou aquela benção?', se vocês querem dizer alguma coisa, a não ser o amor, vocês estão totalmente errados; vocês estão conduzindo outros para fora do caminho, e os colocando em uma pista falsa. Estabeleçam, então, em seus corações que, a partir do momento em que Deus salvou vocês de todos os pecados, vocês não devem pretender coisa a mais, a não ser esse amor descrito no 13o. Capítulo de (I Cor. 13). Vocês não poderão ir mais além disto, até que vocês sejam carregados para o seio de Abraão".
"Eu digo novamente: precavenham-se do entusiasmo. Daquele que os fazem crer que vocês têm o dom de profetizar, ou do discernimento dos espíritos, o que eu acredito que vocês não tenham; não, nem nunca tiveram. Precavenham-se de julgar as pessoas de estarem certas ou erradas, através de seus próprios sentimentos. Esta não é a maneira Bíblica de julgar. Oh! Mantenham-se perto da 'lei e do testemunho!'".
34. E qual é o Terceiro conselho?
"Previnam-se do Antinomianismo [Doutrina de que, pela fé e a graça de Deus anunciadas no Evangelho, os cristãos são libertados não só da lei de Moisés, mas de todo o legalismo e padrões morais de qualquer cultura]; 'tornando a lei sem efeito', ou alguma parte dela, 'através da fé'. Entusiasmo naturalmente conduz a isto. Realmente, eles dificilmente estão separados. Isto pode ser um roubo em vocês, de diversas formas, de modo que vocês devem também vigiar contra ele".
"Dêem atenção a tudo, se em princípio, ou prática, que tenha uma inclinação a isto. Mesmo aquela grande verdade, a de que 'Cristo colocou um fim na lei', pode nos seduzir a ele, se nós não considerarmos que ele adotou todo ponto da lei moral, e a enxertou na lei do amor".
"Precavenham-se de pensar: 'Porque eu estou preenchido com amor, eu não preciso ter mais santidade. Porque eu oro sempre, eu não preciso estabelecer um tempo para minhas orações pessoais. Porque eu vigio sempre, eu não preciso, por conseguinte, de auto-exame'. Vamos 'magnificar a lei', toda palavra escrita, 'e torná-la honrada'. Deixemos que esta seja nossa voz: 'Eu estimo teus mandamentos, acima do ouro, e pedras preciosas. Oh que amor eu tenho, junto à tua lei! Durante o dia todo, eu a estudo nele'".
"Precavenham-se dos livros sobre Antinomianismo; particularmente das palavras do Dr. Crisp e Sr. Saltmarsh. Eles contêm muitas coisas excelentes; e isto os tornam ainda mais perigosos. Cuidem-se, enquanto é tempo! Não brinquem com fogo. Não coloquem suas mãos na toca de uma basilisca [serpente fabulosa, a que se atribuía matar com a vista ou bafo]. Eu suplico a vocês, fiquem longe do fanatismo. Não permitam que seu amor, e beneficência sejam limitados apenas aos Metodistas; muito menos àquela parte muito pequena deles que parece ter sido renovada no amor. Oh! Não façam disto sua palavra de passe! Precavenham-se da quietude; cessando, de uma maneira errada, suas próprias obras. Para mencionar um só exemplo, entre muitos: 'Vocês receberam', diz alguém, 'uma grande benção. Mas vocês começaram a falar sobre isto; e a fazerem isto e aquilo; de maneira que vocês a perderam. Vocês deveriam ter ficado quietos!'.
"Precavenham-se da autoclemência; sim, fazendo disso uma virtude; rindo-se da abnegação, e tomando sua cruz diária, nos jejuns ou abstinência. Precavenham-se da mania de censurar; pensando ou chamando de cegos, mortos, arruinados, ou 'inimigos da obra', aqueles que, de alguma forma, se opõem a vocês, se em julgamento ou prática".
"Uma vez mais, precavenham-se do Quietismo [Sistema místico de alguns teólogos, condenado pela Igreja Católica, que defende a inutilidade do esforço humano para a salvação e para a santificação; segundo essa doutrina, a pessoa deve conservar-se em estado de absoluta passividade contemplativa, indiferente a tudo]; não clamando, a não ser: 'Acreditem, Acreditem!, e condenando os que falam de uma maneira mais Bíblica".
"Em certas ocasiões, de fato, é correto não discutir coisa alguma, a não ser o arrependimento, ou meramente a fé, ou junto com a santidade; mas, em geral, nosso chamado é para declarar todo o 'conselho de Deus', e profetizar de acordo com a analogia da fé. As palavras escritas tratam do todo, em cada ramificação particular de retidão, descendo ao seu menor ramo; para que seja racional, cortês, diligente, paciente, para honrar todos os homens. Assim, igualmente, o Espírito Santo opera o mesmo em nossos corações, não meramente criando desejos, depois da santidade em geral, mas fortemente nos inclinando a cada graça em particular, conduzindo-nos para cada parte individual 'do que quer que seja amável'. E isto, com a maior propriedade: já que assim como 'pelas obras a fé é tornada perfeita'; assim sendo, depende grandemente de cada ação singular de obediência ou desobediência – completando, ou destruindo a obra da fé - o desfrutar do favor, ou sofrer o descontentamento de Deus".
35. Qual é o Quarto?
Precavenham-se do pecado da omissão; não percam uma oportunidade de fazerem o bem de alguma espécie. Sejam zelosos de todas as boas obras; não estejam dispostos a omitir trabalho algum; tanto de devoção, quanto de misericórdia. Façam todo o bem que puderem aos corpos e almas dos homens. Particularmente, 'de modo algum reprovem seu próximo, e não permitam pecado sobre ele'. Estejam atentos. Não dêem lugar à indolência ou preguiça; não dêem oportunidade para dizerem: 'Vocês são inúteis!'. Muitos irão dizer isto ainda; mas deixem que todo o espírito e comportamento de vocês refutem o difamador. Estejam sempre empregados em alguma coisa; não percam fragmento algum de tempo; juntem todos eles, de modo que nada se perca. E o que quer que suas mãos encontrem o que fazer, que elas façam com toda disposição e força. Sejam 'vagarosos para falar', e cuidadosos, falando. 'quando são muitas as palavras, não há falta de pecado'. Por isso, não falem muito; nem, por muito tempo. Poucos podem conversar proveitosamente acima de uma hora. Mantenham a mais extrema distância dos bate-papos e fofocas, religiosos.
36. Qual o Quinto conselho?
"Não desejem coisa alguma a não ser Deus, já que todos os outros desejos foram dirigidos para fora. Vejam que nenhum deles volte novamente. 'Mantenham-se puros'; deixem que seus 'olhos' permaneçam 'um só, e todos os seus corpos estejam cheio de luz'. Não admitam o desejo da gula, ou qualquer outro prazer do sentido; não desejem agradar os olhos ou a imaginação, através de alguma coisa grande, nova ou bonita; não ambicionem dinheiro, exaltação, ou estima; ou a felicidade de criatura alguma. Vocês poderiam trazer esses desejos de volta; mas vocês não precisam fazer mais isto; vocês não precisam senti-los mais. Apressem-se, para permanecerem assim, onde Cristo os tem feito livres".
"Sejam modelos para tudo; negando a si mesmos, e tomando suas cruzes diariamente. Deixem que vejam que vocês não fazem conta de prazer algum, que não os tragam para mais perto de Deus; que vocês não se preocupam com dor alguma; que vocês simplesmente almejam agradar a Deus, quer realizando, quer suportando; que a linguagem constante de seus corações, com respeito ao prazer e dor, honra ou desonra; riqueza ou pobreza, seja 'Que tudo seja semelhante a mim, de maneira que eu, em meu Senhor, possa viver e morrer!'".
37. Qual é o Sexto?
"Precavenham-se da dissidência religiosa; de provocar uma rachadura na Igreja de Cristo. Esta desunião interna, em que os membros cessam de ter amor recíproco 'uns aos outros', é a mesma raiz de toda contenda, e de toda separação exterior. (I Cor. 12:25) 'Para que não haja divisão no corpo, mas, antes, que os membros tenham igual cuidado uns dos outros'. Precavenham-se de uma divisão de espírito; evitem o que quer que tenha o menor aspecto dessa natureza. Por conseguinte, não digam: 'Eu sou de Paulo, ou eu sou de Apolo' – a mesma coisa que ocasionou um cisma em Corinto. Não digam: 'Este é o meu pregador. O melhor pregador na Inglaterra. Dêem-me a ele, e levem o restante'. Tudo isto tende a alimentar ou fomentar divisão, e desunir aqueles a quem Deus tem juntado. Não menosprezem, ou humilhem pregador algum; não exaltem um deles, acima dos demais, para que vocês não firam tanto a ele, quanto a causa de Deus. Pelo contrário, não oprimam alguém pela razão de algumas incoerências ou expressões imprecisas; não, nem por alguns equívocos, elas seriam realmente tais".
"Igualmente, se vocês puderem evitar o cisma, observem toda a regra da Sociedade, e dos grupos, por uma questão de consciência. Nunca se omitam de encontrar sua classe ou grupo; nunca se ausentem dos encontros públicos. Esses são os mesmos tendões de nossa Sociedade; e o que quer que enfraqueça, ou tenda a enfraquecer nosso cuidado por esses, ou nossa exatidão em atender a eles, atinge a mesma raiz de nossa comunidade. Como alguém mesmo diz: 'Esta parte de nossa organização; os encontros semanais privados para oração, exame e exortação particular, têm sido o maior meio de aprofundar e confirmar todas as bênçãos que foram recebidas pela palavra pregada, e de difundi-la a outros que não podem atender à ministração pública; visto que, sem essa conexão e intercurso religioso, a maioria das tentativas fervorosas, através da mera pregação, tem provado não ser de uso duradouro'".
"Não permitam pensamento algum de separação entre seus irmãos; quer as opiniões deles concordem com as suas ou não. Não se iludam que algum homem peca, por não acreditar em vocês; por não aceitar sua palavra; ou que esta ou aquela opinião é essencial para a obra, e que ambos devem permanecer ou sair juntos. Fiquem longe da impaciência da contradição. Não condenem, nem pensem duramente daqueles que não podem ver, do mesmo modo que vocês; ou daqueles que julgam ser obrigação deles contradizerem vocês; quer numa grande coisa ou em uma pequena. Eu temo que alguns de nós pensamos duramente de outros, meramente porque eles contradizem o que nós afirmamos. Tudo isto tende à divisão; e, através de coisas desse tipo, nós estamos ensinando a eles a diabólica lição de ficarem uns contra nós mesmos".
"Precavenham-se da irritabilidade; da petulância; não suportando que se fale a respeito; começando, com a menor palavra, e decorrendo daqueles que não implicitamente receberam as minhas, ou as palavras de outrem!".
"Esperem contradição e oposição, juntas, com as cruzes de vários tipos. Considerem as palavras de Paulo em (Fp. 1:29) 'Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo' – por causa dele, como fruto de sua morte e intercessão por vocês – 'não somente crer nele, mas também padecer por ele'. Foi dado! Deus dá a vocês essa oposição ou reprovação; isto é uma prova renovada de seu amor. Por acaso, vocês se recusarão a reconhecer o doador; e rejeitarão seu presente, levando isto, em conta de um infortúnio? Não será preferível dizerem, 'Pai, a hora é vinda, em que tu deves ser glorificado: Agora tu deste teu filho para suportar qualquer coisa por ti: Faça comigo de acordo com a sua vontade'. Sabendo que essas coisas, longe de serem empecilhos para a obra de Deus, ou para suas próprias almas, a menos que por culpa absoluta de vocês mesmos, não apenas são inevitáveis, no decurso da Providência, mas úteis; sim, necessárias a vocês?".
"Por conseguinte, recebam-nas de Deus (não de um acaso) — com boa vontade, com agradecimento. Recebam-nas dos homens — com humildade, brandura, aquiescência, gentileza, delicadeza. Por que a aparência exterior e maneira de ser de vocês não deveriam ser até mesmo amáveis? Lembrem-se, vocês, do caráter de Lady Cutts: Diziam do Imperador romano, Titus: 'Nunca alguém saiu descontente da presença dele'. Mas poderia ser dito dela: 'Nunca alguém foi descontente, até a presença dela': Tão seguro era todo o tipo de recepção favorável, que eles poderiam encontrar junto a ela".
"Tomem cuidado, para não persuadirem outros a se separarem de vocês. Não causem ofensa àquilo que possivelmente possa ser evitado; vejam que em todas as coisas, a prática de vocês esteja de acordo com o que professam; adornando a doutrina de Deus, nosso Salvador. Sejam particularmente cautelosos ao falarem de si mesmos: Vocês não devem, de fato, negar a obra de Deus; mas falarem dela, quando são chamados para isto, da maneira mais inofensiva possível. Evitem todas as palavras grandiosas e pomposas; realmente, vocês não precisam dar a elas um nome geral; nem perfeição, santificação, a segunda benção; nem a de terem alcançado".
"É preferível falarem daquilo que especificamente Deus tem forjado em vocês. Vocês podem dizer: 'Em um determinado momento, eu senti uma mudança, que eu não sou capaz de expressar; e, desde então, eu não tenho sentido orgulho, vontade própria, raiva, descrença; nem coisa alguma, a não ser o amor pleno a Deus e a toda humanidade'. E respondam a qualquer outra questão simples, com modéstia e simplicidade".
"E, se algum de vocês vier, a qualquer tempo, cair de onde está agora; se voltar a sentir orgulho e descrença, ou algum temperamento do qual havia se livrado; não negue, não impeça, não dissimule; ou corre o risco de perder a sua alma. Em todos os eventos, vá até alguém em quem confia, e fale exatamente como se sente. Deus irá capacitar o outro a falar a palavra correta, e que será saudável para sua alma. E, certamente, Ele irá erguer novamente a sua cabeça, e fazer com que os ossos que tinham sido quebrados, se regozijem".
38. Qual o último conselho que você daria a eles?
"Sejam exemplares em todas as coisas; particularmente nas coisas exteriores (como no se vestirem); nas pequenas coisas; na maneira como dispõem o dinheiro (evitando todo gasto desnecessário); na seriedade profunda e firme; e na solidez e utilidade de todas as suas conversas. Assim, sejam 'a luz que brilha em um lugar escuro'. Dessa maneira, irão, diariamente, 'crescer na graça', até 'que sejam arrebatados ao reino eterno de nosso Senhor Jesus Cristo'".
"A maioria dos conselhos precedentes está fortemente reforçada nas seguintes reflexões; para as quais eu recomendo a mais profunda e freqüente consideração de vocês, junto às Escrituras Sagradas".
"(1) O mar é uma figura excelente, para explicar a plenitude de Deus, e do Espírito abençoado. Assim como todos os rios retornam para o mar; seus corpos, almas, e as boas obras de retidão retornam para Deus, para viverem em seu repouso eterno".
"Embora todas as graças de Deus dependam da mera generosidade dele, ainda assim, Ele se agrada geralmente de vinculá-las às orações, ao esclarecimento, e à santidade daqueles com quem convivemos. Através das fortes, ainda que invisíveis, atrações, Ele atrai algumas almas, através de seus intercursos com outras".
"As afinidades formadas, através da graça, em muito ultrapassam aquelas formadas pela natureza humana".
"Os verdadeiros devotos mostram que estes sentimentos naturalmente fluem do amor verdadeiro, tanto quanto do falso; tão profundamente sensíveis são eles das bondades e maldades daqueles, aos quais eles amam por amor a Deus. Mas isto pode apenas ser compreendido por aqueles que entenderam a linguagem do amor".
"O mais íntimo da alma pode estar em repouso, mesmo enquanto nós estamos em meio às preocupações exteriores; assim como o fundo do mar está calmo, enquanto a superfície é fortemente agitada".
"As melhores ajudas para crescer na graça são os maus tratos, as afrontas, e as perdas que acontecem conosco. Nós devemos recebê-los com toda gratidão, preferivelmente a todos os outros, tendo apenas em conta que nossa vontade não tem parte alguma nisso".
"A maneira mais precisa de se escapar de todos os nossos sofrimentos é aceitar de boa vontade que eles irão durar, enquanto for da vontade de Deus".
"Se nós suportarmos a perseguição e aflição, de maneira correta, nós deteremos uma medida maior da concordância de Cristo, através de um devido aperfeiçoamento de uma dessas ocasiões, do que poderíamos ter, meramente por imitar sua misericórdia, na abundância das boas obras".
"Uma das maiores evidências do amor de Deus àqueles que o amam é enviar a eles aflições, com a graça de suportá-las".
"Mesmo nas maiores aflições, nós devemos testificar a Deus que, em recebê-las de suas mãos, nós sentimos prazer em meio às dores, por estarmos sendo afligidos por Ele que nos ama, e a quem nós amamos".
"O caminho mais preciso, do qual Deus se utiliza para levar o homem a si mesmo, é afligi-lo, naquilo que ele mais ama, e com bom motivo; já que, causando essa aflição, faz surgirem algumas boas ações feitas com o olho único; porque nada pode ser mais claramente mostrado do que a nulidade daquilo que é mais amado e desejado no mundo".
"(2) A verdadeira resignação consiste em uma completa conformidade para com toda a vontade de Deus; que quer, e faz tudo que vem a se passar no mundo, (exceto pecar). Por isso, nós devemos apenas aceitar todos os eventos, bons ou maus, como sendo de Sua vontade".
"Diante das maiores aflições que podem ocorrer aos justos, tanto dos céus, quanto da terra, eles devem permanecer inalteravelmente em paz, e perfeitamente submissos a Deus, através de um respeito interior e amoroso a Ele, unindo todos os poderes de suas almas em um só".
"Nós devemos suportar quietamente o que quer que nos ocorra; suportar as imperfeições dos outros e as nossas; confessarmo-las a Deus, em orações secretas, ou com murmúrios que não podem ser articulados; mas nunca devemos falar uma palavra brusca ou impaciente, nem resmungarmos ou nos queixarmos; mas estarmos completamente de acordo que Deus possa tratar-nos da maneira como agrada a Ele. Nós somos seus cordeiros, e, por conseguinte, devemos estar prontos a suportar, mesmo a morte, sem nos lamentarmos".
"Devemos suportar aqueles que não podem se corrigir, e estarmos felizes em oferecê-los a Deus. Essa é a verdadeira resignação. E, desde que ele suportou todas as nossas enfermidades, nós podemos suportar muito bem uns aos outros, por amor a Ele".
"Para abandonarmos tudo, despojando-nos dos interesses próprios, com o objetivo de buscarmos e seguirmos a Jesus Cristo; desnudos a Belém, onde ele nasceu; desnudos, ao corredor onde ele foi açoitado; e desnudos ao Calvário, onde ele morreu na cruz, é tão grande misericórdia, que nem a coisa em si, nem o entendimento dela são dados a qualquer um, mas através da fé no Filho de Deus".
"(3) Não existe o amor de Deus, sem paciência, e não existe paciência, sem humildade e delicadeza de espírito".
"Humildade e paciência são provas verdadeiras do crescimento do amor".
"Humildade sozinha une paciência com amor; sem os quais é impossível alcançar proveito do sofrimento; ou, realmente, evitar queixas; especialmente, quando nós pensamos que não temos dado algum motivo, para que os homens nos façam sofrer".
"Humildade verdadeira é uma forma de autoaniquilação; e este é o centro de todas as virtudes".
"A alma que retorna a Deus deve estar atenta a todas as coisas que são faladas a ele, com o objetivo da salvação, para que tenha proveito nisso".
"Dos pecados que Deus nos tem perdoado, não devemos permitir que algum permaneça, a não ser a mais profunda humildade de coração, e um controle mais rigoroso em nossas palavras, e em nossos sofrimentos".
"(4) Suportar os homens e sofrer todas as agruras, com brandura e silêncio, é a soma da vida cristã".
"Deus é o primeiro objeto de nosso amor: a outra tarefa é suportar todas as imperfeições dos outros. E nós devemos começar a praticar isto, em nosso próprio meio familiar".
"Nós devemos principalmente exercitar nosso amor, em direção àqueles que mais atacam nosso modo de pensar, ou nosso temperamento, ou nosso conhecimento, ou o desejo que temos de que os outros possam ser tão virtuosos, assim como nós mesmos desejamos ser".
"(5) Deus dificilmente dá seu Espírito, mesmo para aqueles a quem ele tem estabelecido na graça, se eles não oram por isto, em todas as ocasiões, não apenas uma vez, mas diversas vezes".
"Deus não dá coisa alguma, a não ser em resposta à oração, e mesmo esses que têm sido convertidos a Deus, sem orarem por si mesmos (o que é excessivamente raro), não o foram sem as orações de outros. Toda nova vitória que a alma ganha é o efeito de uma nova oração".
"Em todas as ocasiões de inquietação, nós devemos nos retirar para orar, para que possamos dar lugar à graça e à luz de Deus, e então, formar nossas resoluções, sem estarmos preocupados a respeito do sucesso que possamos ter".
"Nas maiores tentações, um simples olhar para Cristo, e o pronunciar abertamente seu nome, é suficiente para vencer o mal; se feito com confiança e calma de espírito".
"A ordem de Deus de 'orar sem cessar' está fundamentada na necessidade que temos de sua graça para preservar a vida de Deus na alma, a qual não poderá sobreviver um só momento sem ela, tanto quanto o corpo não poderá sobreviver sem o ar".
"Quer pensemos ou falemos a Deus; quer ajamos ou soframos por ele, tudo será uma forma de oração, quando não tivermos outro objetivo que seu amor, e o desejo de agradá-lo".
"Tudo que um cristão faz, mesmo comendo ou dormindo, é oração, quando é feito na simplicidade, de acordo com a ordem de Deus, sem tanto acrescentar, quanto diminuir dela, por nossa própria escolha".
"Orar continua no desejo do coração, embora o entendimento seja empregado em outras coisas exteriores".
"Nas almas cheias de amor, o desejo de agradar a Deus é uma oração contínua".
"Como o ódio furioso com que o diabo nos suporta é denominado de o rosnar de um leão, assim, nosso veemente amor pode ser denominado o clamor em busca de Deus".
"Deus apenas requer de seus filhos adultos que seus corações estejam verdadeiramente purificados, e que eles ofereçam a ele continuamente os desejos e louvores, que fluem naturalmente do amor perfeito. Já que esses desejos, sendo os frutos genuínos do amor, significam as orações mais perfeitas que podem fluir dele".
"(6) Dificilmente é concebido quão direto é o caminho, no qual Deus os conduz para segui-lo; e quão dependente dele nós devemos ser, a menos que nós estejamos em falta quanto à nossa fidelidade a ele".
"É dificilmente crível que coisas menores tenham tão grande conseqüência diante e Deus; e que, algumas vezes, grandes inconveniências seguem aqueles que parecem ter faltas leves".
"Assim como uma pequena poeira causa desordem em um relógio; e a menor areia irá obscurecer nossa vista, assim o menor grão de pecado, que esteja sobre o coração irá impedir o movimento correto em direção a Deus".
"Nós devemos ser para ele na igreja como os santos são nos céus, e em nossas casas como os mais santos são na igreja; fazendo nosso trabalho em casa, assim como oramos na igreja; adorando a Deus do fundo do coração".
"Devemos estar continuamente trabalhando para cortar fora todas as coisas inúteis que nos circundam; Deus usualmente reduz as coisas supérfluas de nossas almas, na mesma proporção que nós fazemos a essas de nossos corpos".
"O melhor meio de resistir ao diabo é destruir o que quer que permaneça do mundo em nós, com o objetivo de construirmos para Deus, sobre essas ruínas, todo um edifício de amor. E devemos começar a amar a Deus, nessa vida passageira, como deveremos amá-lo na eternidade".
"É difícil concebermos quão fácil é roubar de Deus o que lhe é devido, em nossa amizade com as mais virtuosas pessoas, até que elas sejam arrancadas de nós pela morte. Mas se esta perda produz tristeza eterna, esta é uma prova clara de que nós tínhamos antes dois tesouros, entre os quais dividimos nosso coração".
"(7) Se, depois de nós termos renunciado a tudo, não vigiarmos incessantemente, e implorarmos a Deus, para acompanhar nossa vigilância com ele, nós seremos novamente envolvidos e dominados".
"Como os ventos mais perigosos entram através de pequenas aberturas, assim o diabo nunca entra mais perigosamente do que através de pequenos incidentes despercebidos, os quais parecem não ser nada, ainda que insensivelmente abram o coração para as grandes tentações".
"É bom nos renovarmos, de tempos em tempos, através de um exame minucioso do estado de nossas almas, como se nós não tivéssemos feito isto antes; porque nada tende mais à completa segurança da fé, do que nos mantermos através dos meios da humildade, e o exercício de todas as boas obras".
"À oração e vigilância contínua, nós devemos acrescentar o trabalho contínuo. Já que a graça foge do ócio, tanto quanto da natureza; e o diabo preenche o que quer que Deus deixe de preencher".
"Não existe fidelidade como aquela que deve existir entre o condutor das almas e a pessoa dirigida por ele. Eles devem continuamente respeitar um ao outro em Deus, e minuciosamente examinarem a si mesmos, se todos os seus pensamentos são puros, e todas as suas palavras dirigidas com discrição cristã. Outros assuntos são apenas coisas de homens; mas estes são peculiarmente as coisas de Deus".
"(8) As palavras de Paulo, 'Nenhum homem chama a Jesus Senhor, a não ser através do Espírito Santo', nos mostra a necessidade de ver Deus em nossas obras, e mesmo em nossos menores pensamentos; sabendo que ninguém o estará agradando, a não ser aqueles que ele formou em nós e conosco. Disto nós aprendemos que nós não servimos a ele, a menos que ele use nossa língua, nossas mãos e coração, a fazer, através dele e seu Espírito, o que quer que ele queira que façamos".
"Se nós não fôssemos inteiramente impotentes, nossas boas obras poderiam ser nossa propriedade; todavia agora elas pertencem totalmente a Deus, porque procedem dele e de sua graça: Enquanto erguendo nossas obras, e as tornando todas divinas, ele honra a si mesmo, em nós, através delas".
"Uma das principais regras da religião é não perder ocasião alguma de servir a Deus. E, já que ele é invisível aos nossos olhos, devemos servi-lo em nosso semelhante; o que ele irá receber, como se fosse feito a si mesmo, em pessoa, tornando-se visível diante de nós".
"Deus não ama os homens que são inconstantes, nem as boas obras que são intermitentes. Nada é agradável a ele, a não ser o que tem a semelhança de sua própria imutabilidade".
"Uma atenção constante para com a obra que Deus nos confia é uma marca da misericórdia sólida".
"Jejuar quando for possível, e tanto quanto for possível. Isto nos conduz a todas as ordenanças de Deus, e emprega a si mesmo em todas as obras exteriores onde seja capaz. Ele voa, assim como Elias, sobre a planície, para encontrar Deus sobre sua montanha sagrada".
"Deus é tão grande, que ele se comunica grandemente com a menor coisa que é feita para seu serviço".
"Felizes são aqueles que estão doentes; sim, ou perderam suas vidas, por terem feito uma boa obra".
"Deus freqüentemente oculta a parte que seus filhos têm na conversão de outras almas. Ainda assim, alguém poderá corajosamente dizer que aquela pessoa que se aflige, tanto tempo, diante de Deus, pela conversão do outro, em qualquer tempo que essa alma seja convertida para ele, esta terá sido uma das principais causas dela".
"A misericórdia não poderá ser praticada de maneira correta, a menos que, Primeiro, nós a exercitemos, no momento em que Deus nos dá a oportunidade; e, Segundo, nos retirando, um instante depois, para oferecê-la a Deus, através da ação de graças humilde".
"E isto, por três razões: Primeiro, para retribuir a ele pelo que recebemos dele. Segundo, para impedir a tentação perigosa que flui da mesma excelência dessas obras. E, Terceiro, para nos unirmos a Deus, em quem a alma se expande em oração, com todas as graças que temos recebido, e as boas obras que temos feito, para buscar dele novas forças contra os maus efeitos que essas mesmas obras podem produzir em nós, se nós não fizermos uso dos antídotos que Deus nos tem ordenado contra esses venenos. A maneira correta de estarmos cheios novamente das riquezas da graça é, assim, nos despirmos desses venenos; porque, sem isto, é extremamente difícil não crescermos fracos na prática das boas obras".
"As boas obras não serão completamente perfeitas, até que elas se percam, em Deus. Isto é uma forma de morte para elas, semelhante àquela de nossos corpos, que não irão alcançar suas vidas mais altas, sua imortalidade, até que se percam na glória de nossas almas, ou preferivelmente, de Deus, por meio da qual, elas deverão ser completas. Somente o que elas tinham de mundano e mortal, é o que as boas obras perderão através dessa morte espiritual".
"O fogo é o símbolo do amor; e o amor de Deus é o princípio e a finalidade de toda boa obra. Mas a verdade sobressai-se à figura; e o fogo do amor divino tem essa vantagem sobre o fogo material, a de que ele pode reacender-se de sua origem, e erguer-se até lá, com todas as boas obras que ele produz. E, por esses meios, ele previne sua existência de ser corrompida pelo orgulho, vaidade, ou qualquer mistura diabólica. Mas isto não pode ser feito, de outra forma, do que através dessas boas obras, na forma da morte espiritual em Deus, através de uma profunda gratidão, que imerge a alma nele, como em um precipício, com tudo que ela é, e toda a graça e obras, que lhe são devidas; a gratidão, por meio da qual a alma parece esvaziar-se de si mesmas, para que ela possa retornar à sua origem, como um rio parece, de boa vontade, esvaziar-se de si mesmos, quando eles se despejam com todas as suas água, dentro do mar".
"Quando recebemos algum favor de Deus, nós devemos nos retirar; se não, para nossos aposentos, para dentro de nossos corações, e dizer: 'Eu vim, Senhor, para restituir a Ti, o que tu me tens dado; e eu livremente renuncio a tudo, para entrar novamente em minha própria insignificância. Porque, o que é a mais perfeita criatura nos céus ou terra, diante da Tua presença, a não ser um vazio capaz de ser preenchido contigo e através de Ti; assim como o ar, vazio e escuro, é capaz de ser preenchido com a luz do sol, que se recolhe todos os dias, para restaurar-se no dia seguinte; não havendo no ar coisa alguma que tanto se apodere dessa luz ou resista a ela? Oh! Dê-me da mesma facilidade de receber e retribuir tua graça e as boas obras! Eu digo – tuas, porque eu reconheço que a raiz da qual elas brotam é em Ti, e não em mim!'".
(26) No ano de 1764, revisando todo o assunto, eu escrevi um resumo do que eu tenho observado, nas proposições breves que se seguem:
"(1) Existe tal coisa como a perfeição, já que ela é mencionada várias vezes nas Escrituras".
"(2) Não vem antes da justificação, porque as pessoas justificadas deverão seguir para a perfeição. (Hebreus 6:1) 'Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigam até a perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus'".
"(3) Não é para depois da morte; já que Paulo fala de homens viventes que foram perfeitos. (Filipenses 3:15) 'Porque todos quanto já somos perfeitos, sintamos isto mesmo; e se sentis alguma coisa doutra maneira; também Deus vo-lo revelará'".
"(4) Não é absoluta. A perfeição absoluta não pertence ao homem, nem aos anjos, mas a Deus somente".
"(5) Ela não torna o homem infalível: Ninguém é infalível, enquanto permanecer no corpo".
"(6) Ela é sem pecado? Não vale a pena discutir o tema. Ela é 'salvação do pecado'".
"(7) Ela é 'o amor perfeito'. (I João 4:18) 'No amor, não há temor; antes o amor perfeito lança fora o temor;porque o temos tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito no amor'. Esta é a essência dele; suas propriedades, ou frutos inseparáveis são: regozijar-se sempre mais, orando sem cessar e em tudo dando graças. (Tessalonicenses 5:16)".
"(8) Ela é progressiva. Aquele que é perfeito no amor pode crescer na graça mais depressa do que ele fizera antes".
"(9) Ela é capaz de ser perdida. A respeito disto nós temos exemplos numerosos. Mas não estávamos totalmente convencidos disto, até cinco ou seis anos atrás".
"(10) Ela é constantemente precedida e seguida pelo trabalho gradual"
"(11) Mas ela é em si mesma, instantânea, ou não? Ao examinarmos isto, vamos seguir passo a passo:"
"Uma mudança instantânea tem sido forjada em alguns crentes: Ninguém pode negar isto. Depois dessa mudança, eles desfrutaram do amor perfeito; eles sentiram isto, e tão somente isto; eles se 'regozijaram cada vez mais, e louvam sem cessar, e em todas as coisas dando graças'. Isto é tudo o que eu quero dizer por perfeição; por conseguinte, esses são testemunhas da perfeição que eu prego".
"'Mas, em alguns, essa mudança não foi instantânea'. Eles não perceberam o instante em que ela foi forjada. É freqüentemente difícil perceber o instante em que o homem morre; embora haja um momento em que a vida cesse. E se o pecado cessa, deve ter existido um último momento de sua existência, e um primeiro momento de nosso livramento dele".
"'Mas se eles têm esse amor agora, eles irão perdê-lo'. Eles podem; mas eles não precisam. Quer possam perdê-lo ou não, eles o têm agora; eles agora experimentam o que eu ensino. Eles agora são todo amor; eles agora se regozijam, oram, e louvam sem cessar".
"'No entanto, o pecado está apenas suspenso neles. Ele não está destruído'. Chame isto do que você quiser. Eles são todo amor hoje; e eles não têm o pensamento no amanhã".
"'Mas essa doutrina tem sido bastante insultada'. Assim como a da justificação pela fé. Mas não é razão para desistir dela, ou qualquer outra doutrina bíblica. 'Quando você lava seu filho', como se diz, 'jogue a água fora, mas não a criança'".
"'Mas estes que pensam que foram salvos do pecado podem dizer que eles não precisam dos méritos de Cristo'. Eles dizem justamente o contrário. A linguagem deles é: 'Todo o momento, Senhor, eu quero o mérito de Tua morte!'. Eles nunca antes tiveram tão profunda e inexprimível convicção da necessidade de Cristo, em todas as suas atribuições, como eles têm agora. Por conseguinte, todos os nossos pregadores deveriam pregar a perfeição aos que crêem, constante, forte e explicitamente; e todos os que crêem deveriam dedicar-se, e continuamente afligirem-se por ela".
(27) Eu fiz o que me propus. Eu dei um claro e simples relato, da maneira como eu primeiro recebi a Doutrina da Perfeição, na compreensão em que recebi, recebo e ensino até esse dia. Eu tenho reafirmado o todo e cada parte do que eu quero dizer, através de expressões bíblicas. Eu tenho esboçado um quadro dela em toda sua extensão, sem tanto mascarar, quanto encobri-la. E eu gostaria de perguntar a qualquer pessoa imparcial:
O que existe de tão terrível nisso?
De onde vem todo esse clamor que, durante esses vinte e tantos anos, tem sido feito, através de todo o reino; como se todo o Cristianismo tivesse sido destruído e todas as religiões, arrancadas pela raiz?
Por qual motivo o nome de perfeição tem sido lançado fora da boca dos cristãos; sim, destruído e desdenhado, como se ele contivesse a mais perniciosa heresia?
Por que os pregadores dela têm sido objetos de vaias, como cães raivosos, até mesmo por homens que temem a Deus; mais ainda, por alguns de seus próprios filhos, alguns a quem eles, pela vontade de Deus, têm conseguido, através do Evangelho?
Que razão existe para isto, ou o que se pretende alcançar? Razão para isto; razão sã, existe nenhuma. É impossível que exista. Mas suponhamos que existam, e abundantemente. De fato, há motivo para se temer, que alguns que nos tratam assim, o fazem por mero pretexto; que isto não seja mais do que uma cópia de suas faces, do começo ao fim. O que eles querem e buscam, é uma oportunidade de se voltarem contra mim; e aqui eles encontraram o que eles buscavam. 'Essa é a doutrina de Wesley! Ele prega perfeição!'.
Eu respondo que ele o faz; ainda que essa não seja sua doutrina, mais do que seja a de vocês, ou de qualquer outro, que seja um Ministro de Cristo. Já que ela é a doutrina Dele, peculiarmente, e enfaticamente Dele; ela é a doutrina de Jesus Cristo. Estas são suas palavras e não as minhas: 'Vocês devem ser perfeitos, como seu Pai que está nos céus é perfeito'. Ele diz que não devemos ser perfeitos; ou, pelo menos, não até que nossas almas estejam separadas do corpo? Esta é a doutrina de Paulo; de Tiago, de Pedro, de João, e não, por outro lado, mais do Sr. Wesley, do que a doutrina de todo aquele que prega o puro e total Evangelho. Eu digo a você, tão claro, quanto eu possa explicar, onde e quando eu encontrei isto. Eu encontrei nos profetas de Deus, no Velho e no Novo Testamento, quando eu os li, com nenhuma outra visão ou desejo, do que salvar a minha própria alma.
Mas, a quem quer que ela pertença, eu imploro a você, que dano existe na Doutrina da Perfeição? Olhe para ela novamente; inspecione-a por todos os lados, e com a mais minuciosa atenção. Num primeiro relance, sua pureza de intenção é dedicar toda a vida a Deus. É dar a Ele todo nosso coração; esse é o único desejo e objetivo, determinando todos os nossos temperamentos; devotando, não apenas uma parte, mas toda a nossa alma, corpo e substância a Deus.
Num segundo relance, é ter toda a mente que estava em Cristo nos capacitando a caminhar como Cristo caminhou. Esta é a circuncisão do coração, de toda a sua sujidade, todas as suas imundícias interiores e exteriores. É renovar o coração, na imagem total de Deus, na semelhança total daquele que o criou.
Num outro relance, é amar a Deus com todo o nosso coração e ao nosso próximo como a nós mesmos. Escolha qualquer um desses pontos de vista que lhe agradar (já que não existe diferença material alguma), e isto é tudo o que a perfeição significa; como uma série de escritos prova, como demonstração, do que eu tenho acreditado e ensinado nesses quarenta anos, desde 1725 até 1765.
28. Agora, permita que essa perfeição apareça em sua forma nativa, e quem pode falar palavra contra ela?
Alguém se atreverá a falar contra amar ao Senhor nosso Deus com todo nosso coração e ao próximo como a nós mesmos? Contra a renovação do coração, não apenas em parte, mas em toda a imagem de Deus?
Que é ele que abrirá a sua boca contra ser limpo de toda a sujeira tanto da carne quanto do espírito; ou contra ter a mente que estava em Cristo, e caminhar em todas as coisas, como Cristo caminhou?
Que homem, que chama a si mesmo de cristão, insistirá em contestar a devoção, não de uma parte, mas de toda nossa alma, corpo e substância a Deus?
Que homem sério irá se opor a dar a Deus todo seu coração, e ter um único desejo comandando todo seus temperamentos? Eu digo novamente, deixe que essa perfeição apareça em sua própria forma, e quem irá lutar contra ela? Ela deverá estar mascarada, antes que possa ser objetada. Ele deverá estar encoberta, com pele de urso primeiro, ou mesmo de alguma dessas bestas selvagens que irão dificilmente ser induzidos a se preocupar com ela. Mas o que quer que esses façam, não permitam que os filhos de Deus lutem mais contra a imagem de Deus. Não deixem que os membros de Cristo digam alguma coisa contra ter a mente total que estava Nele. Que esses que estão vivos para Deus, se oponham em dedicar todas as suas vidas a Ele.
Por que você que tem seu amor, espalhando-se por todo seu coração, deveria opor-se a dar a ele todo seu coração? Que tudo que existe dentro de você possa clamar alto: 'Quem que ame, poderá amar o suficiente? Que pena que esses que desejam e objetivam agradá-lo devam ter qualquer outro desejo em mente! Muito mais, que eles possam temer, como uma ilusão fatal; sim, ter aversão, como uma abominação a Deus, ter esse único desejo e objetivo comandando todo seu temperamento!'
Por que homens devotos deveriam estar temerosos de dedicarem suas almas, corpo e substância a Deus?
Por que esses que amam a Cristo deveriam considerar um erro, pensar que possamos ter toda a mente que estava nele? Nós permitimos, nós afirmamos que nós somos justificados livremente, através da retidão e do sangue de Cristo. E por que vocês estão tão revoltados contra nós, só porque nós esperamos igualmente sermos santificados totalmente através do Espírito Santo? Nós não buscamos favor algum, tanto dos servos do pecado, quanto daqueles que têm apenas a forma da religião. Mas quanto tempo você que adora Deus em espírito, que está 'circuncidado com a circuncisão quer não é feita pelas mãos do homem', irá se colocar em posição de batalha, contra aqueles que buscam a inteira circuncisão do coração; aqueles que estão sedentos de serem limpos 'de toda a sujidade da carne e do espírito', e da 'santidade perfeita no temor de Deus?'.
Nós somos seus inimigos, apenas porque buscamos pelo total livramento daquela 'mente carnal que é inimiga contra Deus?'. Não. Nós somos seus irmãos; seus colaboradores, no vinhedo de nosso Senhor; seus companheiros no reino perseverança de Jesus. Apesar disso, nós confessamos (se somos tolos nisso, já que os tolos nos testemunhem), que esperamos amar a Deus com todo nosso coração, e nosso próximo como a nós mesmos. Sim, nós acreditamos que ele irá limpar nossos pensamentos e corações, de tal maneira, pela inspiração de seu Espírito Santo, que nós poderemos perfeitamente amá-Lo, e merecidamente exaltarmos seu santo nome.
_______________
Breves Pensamentos sobre Perfeição Cristã.
Alguns pensamentos me ocorreram essa manhã, concernente à Perfeição Cristã, e a maneira e o momento de recebê-la, o que eu acredito podem ser úteis.
1. Por perfeição eu quero dizer o amor humilde, gentil e paciente de Deus, e nosso próximo, predominando sobre nossos temperamentos, palavras e ações. Eu não incluo uma impossibilidade de cair dela, se em parte ou no todo. Entretanto, eu retraio diversas expressões de nossos Hinos, os quais parcialmente expressam; parcialmente implicam em tal impossibilidade. E eu não discuto a respeito do termo sem pecado, embora eu não o objete.
2. Quanto à maneira: Eu acredito que esta perfeição é sempre forjada na alma, através de um ato simples de fé; conseqüentemente, no mesmo instante. Mas eu acredito numa obra gradual; tanto precedendo, como dando continuidade àquele momento.
3. Quanto ao tempo: Eu acredito que ele pode ser dez, vinte ou quarenta anos antes. Eu acredito que ele é usualmente muitos anos depois da justificação; mas que pode ser entre cinco anos, ou cinco meses depois dela. Eu não conheço qualquer argumento ao contrário. Se ela deve ser muitos anos depois da justificação, eu ficaria feliz em saber quantos.
Afinal, quantos dias ou meses, ou mesmo anos, pode alguém se permitir estar entre a perfeição e a morte? Quão longe da justificação deve estar; e quão perto da morte?
Londres, 27 de Janeiro de 1.767
____________________
[Editado por George Lyons - Wesley Center for Applied Theology at Northwest Nazarene College (Nampa, ID).]
- Clique e baixe aqui esse sermão de John Wesley em PDF
- Indice Completo 106 Pregações de de John Wesley