Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir.
Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas? Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura? E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos?
Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir? (Pois a todas estas coisas os gentios procuram.) Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso. Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal. (Mateus 6:24-34)
1. Está registrado que as nações que o Rei da Assíria estabeleceu nas cidades de Samaria, depois de ter levado Israel cativo, temiam ao Senhor, e, ao mesmo tempo, serviam aos seus próprios deuses'. 'Essas nações', diz o escritor inspirado, 'temiam o Senhor'; desempenhavam um serviço exterior a Ele (uma prova clara de que eles tinham um temor por Deus, embora não de acordo com o conhecimento); 'e serviam suas próprias imagens esculpidas; ambos seus filhos, e os filhos de seus filhos: Assim como seus antepassados; e como eles até esse dia'. (2 Reis 17:33 em diante).
Quão proximamente, a prática da maioria dos cristãos modernos assemelha-se a esta dos pagãos antigos! 'Eles temiam ao Senhor'; eles também executavam os serviços exteriores a Ele, e, por meio disto, mostravam que tinham algum temor a Deus; mas eles igualmente 'serviam aos seus próprios deuses'. Existem aqueles que 'os ensinam' como era ensinado aos Assírios, 'a maneira do Deus da terra'; o Deus cujo nome a cidade carrega até esse dia, e quem foi uma vez adorado lá, com adoração santa. 'Todavia', eles não O serviam sozinho; eles não O temiam suficientemente para isto; Mas 'cada nação criou seus próprios deuses': Cada nação, nas cidades, nas quais eles habitam'. Essas nações temiam ao Senhor'; elas não tinham colocado de lado as formas exteriores de adoração a Ele; mas 'elas serviam as suas imagens esculpidas, prata e ouro; a obra das mãos dos homens: Dinheiro, prazer, e aplaudo; os deuses desse mundo, mais do que divide seus serviços com o Deus de Israel. Essa é a maneira de ambos: 'seus filhos e os filhos de seus filhos; e como fizeram seus antepassados, assim eles fazem até esse dia'.
2. No entanto, falando de uma maneira ampla, seguindo a maneira comum dos homens, dizia-se que esses pobres pagãos 'temiam ao Senhor'; ainda assim, podemos observar que o Espírito Santo imediatamente acrescenta, falando de acordo com a natureza verdadeira e real das coisas: 'Eles não temiam ao Senhor, nem seguiam de acordo com a lei e o mandamento que o Senhor ordenou aos filhos de Jacó; com os quais o Senhor fez uma aliança, e os instruiu, dizendo:Vocês não devem temer outros deuses, nem servi-los. – Mas ao Senhor, seu Deus, vocês devem temer, e Ele irá livrá-los das mãos de todos os seus inimigos'.
O mesmo julgamento é passado, através do infalível Espírito de Deus; e, realmente, através dos olhos todos desse entendimento, ele tem permitido discernir as coisas de Deus, sobre esses pobres cristãos, comumente assim chamados. Se nós falamos de acordo com a natureza verdadeira e real das coisas, 'eles não temiam ao Senhor, nem o serviam'. Uma vez que eles não 'seguiam a aliança que o Senhor fez com eles, nem a lei e os mandamentos, os quais ele ordenou a eles dizendo: deveis adorar o Senhor, teu Deus, e a ele tão somente, deveis servir'. 'Eles servem outros deuses, até esse dia'. E 'nenhum homem pode servir a dois mestres'.
3. Quão inútil, é para qualquer homem visar isto: -- tentar servir a dois mestres! É difícil prever qual deva ser a conseqüência inevitável de tal tentativa? 'Tanto ele irá odiar um, e amar o outro; quanto irá dedicar-se a um, e desprezar o outro'. As duas partes dessa sentença, embora separadamente propostas, devem ser entendidas, em conexão uma com a outra; porque a última parte é uma conseqüência da primeira. Ele irá naturalmente dedicar-se a quem ele ama. Ele irá, então, apegar-se a ele, prestando a ele um serviço concorde, fiel e diligente. E, nesse meio tempo, ele irá, da mesma forma, desprezar o mestre que ele odeia, e não terá o menor cuidado com respeito às suas ordens, e irá obedecê-las, se, afinal, de uma maneira inadequada e descuidada. Portanto, quaisquer que sejam os homens sábios do mundo, podemos supor que 'não se pode servir a Deus e a mammon'.
4. Mammon era o nome de um dos deuses pagãos, que se supunha presidir sobre as riquezas. É aqui entendido sobre os próprios ricos; ouro e prata; ou, em geral, dinheiro; e através de uma figura de linguagem, sobre tudo que possa ser comprado por meio disto, tal como conforto, honra e prazer sexual.
Mas o que podemos entender aqui, por servir a Deus, e o que significa servir a mammon?
Nós não podemos servir a Deus, exceto se acreditarmos Nele. Este é a única condição verdadeira para servi-lo. Por conseguinte, acreditando em Deus, como 'reconciliando o mundo para si mesmo, através de Jesus Cristo; o acreditar Nele, como um Deus amoroso, redentor, é a primeira grande ramificação de seu serviço.
E assim, acreditarmos em Deus implica, confiarmos Nele, como nossa força, sem a qual não podemos fazer coisa alguma; quem a todo momento, nos dota com o poder do alto, sem o qual é impossível agradar a Ele; como nosso ajudador, nosso único auxílio nos momentos de preocupação; quem nos circunda com músicas de libertação; como nosso escudo; nosso defensor; e quem ergue nossas cabeças acima de todos os nossos inimigos que estão à nossa volta.
Isto implica, em confiarmos em Deus, como nossa felicidade; como o centro dos espíritos; o único descanso de nossas almas; o único bem que é adequado para todas as nossas capacidades, e suficiente para satisfazer todos os desejos que Ele nos tem dado.
Isto implica (o que está proximamente ligado ao outro), em confiarmos em Deus como nossa finalidade; termos um único olho para Ele, em todas as coisas; usarmos todas as coisas apenas como meios de agradarmos a Ele; onde quer que estejamos, ou o que quer que façamos, vê-lo que é invisível, nos observando bem satisfeito, e submetendo todas as coisas a Ele, em Jesus Cristo.
5. Assim sendo, acreditar é a primeira coisa que devemos entender por servirmos a Deus. A segunda é amá-lo.
Agora, amarmos a Deus da maneira que as Escrituras descrevem; da maneira que o próprio Deus requer de nós, exigindo compromisso, para operar em nós, -- é amarmos a Ele como o Único Deus; ou seja, 'com todo nosso coração, e com toda a nossa alma, e com toda a nossa mente, e com toda as nossas forças'; -- é desejarmos a Deus somente, por amor a Ele; e nada mais, a não ser com referência a Ele; -- regozijarmo-nos em Deus; -- deleitarmo-nos no Senhor; não apenas para buscarmos, mas para encontrarmos felicidade Nele; para desfrutarmos de Deus como o Superior; descansarmos Nele, como nosso Deus e nosso tudo; -- em uma palavra, é termos tal possessão de Deus, que nos torna sempre felizes.
6. A terceira coisa que devemos entender por servir a Deus é assemelharmo-nos a Ele ou o imitarmos. Assim dizem os antepassados: 'a melhor adoração ou serviço a Deus, é imitar a Ele que você adora'.
Nós aqui falamos de imitar ou assemelhar-se a Ele, no espírito de nossas mentes: porque é aqui que a verdadeira imitação cristã de Deus começa. 'Deus é um Espírito'; e eles que o imitam ou se assemelham a Ele, devem fazer isto 'em espírito e em verdade'.
Agora Deus é amor: Portanto, eles, que se assemelham a Ele, no espírito de suas mentes, são transformados na mesma imagem. Eles são misericordiosos, assim como ele é misericordioso. A alma deles é todo amor. Eles são gentis, benevolentes, compassivos, bondosos de coração; e isto não apenas para com o bom e gentil, mas também para com o obstinado. Sim. Eles, assim como Eles amam a todo homem, e sua misericórdia se estende para todas as suas obras.
7. Uma coisa mais, nós devemos entender por servir a Deus, e esta é obedecermos a Ele; glorificarmo-lo, com nossos corpos, assim como, com nossos espíritos; mantendo seus mandamentos exteriores; zelosamente fazendo aquilo com a qual Ele se agrada; cuidadosamente, evitando o que Ele tem proibido; executando todas as ações comuns da vida, com um olhar único, e um coração puro; oferecendo todas elas, no amor santo e ardente, como sacrifícios a Deus, através de Jesus Cristo.
8. Vamos considerar agora o que nós entendemos, por outro lado, como servirmos a mammon. Primeiro, isto implica em confiarmos nas riquezas; no dinheiro; ou nas coisas adquiridas por meio dele, como nossa força, -- como os meios para conseguirmos o que quer que tenhamos em mão; em confiarmos nele como nosso ajudador, -- através do qual, buscamos ser confortados, ou libertos da preocupação.
Isto implica em confiarmos no mundo para a felicidade; supondo que 'a vida do homem', o conforto de sua vida, 'consiste na abundância de coisas que ele possui'; buscarmos descanso nas coisas que são vistas; contentamento, na plenitude exterior; esperarmos satisfação nas coisas do mundo, e que nunca poderão ser encontradas fora de Deus.
E, se nós fazemos isto, nós não podemos deixar de fazer do mundo nossa finalidade; nosso objetivo último; se não, de todos, pelo menos, de muitos de nossos entendimentos; muitas de nossas ações e desígnios; nos quais nós almejamos apenas a melhora da saúde; obter prazer ou louvor; ganhar uma maior medida de coisas temporais, sem qualquer referência às coisas eternas.
9. O servirmos a mammon implica, em segundo lugar, amarmos o mundo; desejando-o apenas por amor a ele; colocando nossa alegria nas coisas dele; e fixando nossos corações sobre elas; buscarmos (o que, de fato, é impossível que possamos encontrar) nossa felicidade nisso; o descanso, com todo o peso de nossas almas, sobre o apoio de juncos quebrados, embora a experiência diária mostre que eles não poderão suportar, mas irão apenas 'entrar em nossa mão e perfurá-la'.
10. Assemelharmo-nos; estarmos em conformidade com o mundo, é a terceira coisa que entendemos por servirmos a mammon; não termos apenas desígnios, mas desejos, temperamentos, afeições, adequados àqueles do mundo; termos uma mente mundana, sensual, presa às coisas da terra; sermos obstinados, amantes desordenados de nós mesmos; pensarmos grandemente, em nossas próprias realizações; desejarmos e deleitarmo-nos no louvor de homens; temermos, evitarmos, e abominarmos reprovação; estarmos descontente com a censura; sermos facilmente provocados, e rápidos para retornarmos o mal com o mal.
11. Servirmos a mammon é, por último, obedecermos ao mundo, exteriormente confirmando suas máximas e costumes; caminharmos como outros homens caminham, numa estrada comum, em um caminho largo, sem obstáculos, e muito usado; é estarmos na moda; seguirmos à multidão; fazermos como o restante de nosso próximo; ou seja, fazermos a vontade da carne e da mente, para gratificarmos nossos apetites e inclinações; sacrificarmos a nós mesmos; almejarmos nosso próprio bem-estar e prazer, no curso geral, de nossas palavras ou ações.
Agora, o que pode ser mais inegavelmente claro do que não podermos, assim, servir a Deus e a mammon?
12. Será que os homens não vêem que não se pode confortavelmente servir a ambos? Que se posicionar, entre Deus e o mundo, é o caminho certo para ficar desapontado em ambos, e não ter descanso, tanto em um, quanto em outro? Em que condição desconfortável está aquele que teme a Deus, mas não o ama, -- que, serve a Ele, mas não com todo seu coração, -- que tem apenas as lutas, mas não as alegrias da religião! Ele tem religião suficiente para torná-lo miserável, mas não o suficiente para fazê-lo feliz: Sua religião não o deixará desfrutar o mundo, e o mundo não permitirá que ele se alegre com Deus. Assim sendo, hesitando entre ambos, ele perde a ambos; e não tem lugar tanto em Deus quanto no mundo.
13. Será que os homens não vêem que ele não pode servir a ambos consistentemente consigo mesmo? Que consistência mais evidente pode ser concebida, do que a que deve continuamente aparecer em todo o comportamento, daquele que está se esforçando para obedecer a ambos esses mestres, -- empenhando-se para 'servir a Deus e mammon?'. Ele é, na verdade, 'um pecador que segue dois caminhos'; dando um passo adiante, e um outro para trás. Ele está continuamente construindo com uma mão, e colocando abaixo com a outra. Ele ama e odeia o pecado: Ele está sempre buscando, e, ainda assim, sempre fugindo de Deus. Ele poderia e não poderia. Ele não é o mesmo homem, um dia inteiro; não, nem por uma hora consecutiva. Ele é uma mistura heterogênea de tuas espécies de contrariedades; um amontoado de contradições misturadas desordenadamente em um. Ó seja consistente consigo mesmo; ou um caminho, ou o outro! Vire para a direita, ou para a esquerda. Se mammon for seu deus, sirva a ele; se o Senhor o for, então sirva ao Senhor. Mas nunca pense em servir um e outro, afinal, exceto de todo o seu coração.
14. Será que cada homem razoável, racional, não vê que ele não pode possivelmente servir a Deus e a mammon? Porque existe a mais absoluta contrariedade; a mais irreconciliável animosidade entre eles. A contrariedade entre as coisas mais opostas na terra; entre fogo e água; escuridão e luz; desfazendo-se em nada, quando comparadas com a contrariedade entre Deus e mammon. Assim sendo, no que quer que sirva a um, você necessariamente renuncia ao outro.
Você acredita em Deus, através de Cristo? Você confia Nele como sua força; sua ajuda; seu escudo; e sua grande recompensa? Como sua felicidade? Sua finalidade em tudo, acima de todas as coisas? Então, você não pode confiar nas riquezas. É absolutamente impossível que você possa, por quanto tempo você tenha fé em Deus. Confia assim nas riquezas? Então, você tem negado a fé. Você não confia no Deus vivo. Você ama a Deus? Você busca e encontra felicidade Nele? Então, você não pode amar o mundo; nem as coisas do mundo. Você está crucificado para o mundo, e o mundo crucificado para você.
Você ama o mundo? As suas afeições estão fixadas nas coisas abaixo? Você busca felicidade nas coisas terrenas? Então, é impossível que você possa amar a Deus. Então, o amor do Pai não está em você. Você se assemelha a Deus? Você é misericordioso como o Pai é misericordioso? Você está transformado, através da renovação de sua mente, na imagem Dele que o criou? Então, você não pode estar em conformidade com o mundo presente. Você tem renunciado a todas essas afeições e luxúrias.
Você está de acordo com o mundo? A sua alma ainda carrega a imagem terrestre? Você obedece a Deus? Você é zeloso para fazer Sua vontade na terra, como os anjos fazem no céu? Então, é impossível que você possa obedecer a mammon. Você coloca o mundo em desafio declarado. Você coloca seus costumes e máximas debaixo de seus pés, não segue, e nem é conduzido por eles. Você segue o mundo? Você vive como os outros homens? Você agrada a homens? Você agrada a si mesmo? Então, você não pode ser um servo de Deus. Você é um servo de seu mestre e pai, o diabo.
15. Portanto, 'você deve adorar o Senhor seu Deus; e a Ele apenas servir'. Deve colocar de lado todos os pensamentos de obedecer a dois mestres; de servir a Deus e a mammon. Não deve propor a si mesmo, resultado, ajuda, felicidade, a não ser Deus. Não deve buscar coisa alguma na terra, ou no céu, a não ser ele: Não deve almejar coisa alguma, a não ser conhecer, amar e deleitar-se Nele. E porque este é todo o seu trabalho abaixo; a única visão que você pode razoavelmente ter; o único objetivo que você deve perseguir em todas as coisas, -- 'Por isso vos digo': (como nosso Senhor continua seu discurso) 'Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir':-- Uma direção profunda e convincente, que nos importa considerar e entender completamente bem.
16. Nosso Senhor, não requer aqui que possamos estar completamente sem propósito, mesmo no tocante ao que concerne a esta vida. Um temperamento leviano, descuidado, está bem distante de toda a religião de Jesus Cristo. Nem Ele requer que sejamos 'indolentes no trabalho'; sejamos negligentes e dilatórios nisso. Isto, igualmente, é contrário a todo espírito e caráter de Sua religião. Um cristão abomina preguiça, assim como bebedeira; e foge da inatividade, assim como ele faz do adultério. Ele conhece bem que existe uma espécie de pensamento e cuidado com que Deus está bem agradado; que é absolutamente necessário para a devida execução dessas obras exteriores, junto as quais a providência de Deus o tem chamado.
É a vontade de Deus, que cada homem possa trabalhar para comer seu próprio pão; sim, e que cada homem possa prover para si mesmo; e para aqueles de sua própria casa. É igualmente Sua vontade que 'não devamos a homem algum, mas que providenciemos as coisas, honestas aos olhos de todos os homens'. Mas isto não pode ser feito, sem tomar algumas considerações; sem ter algum cuidado sobre nossas mentes; sim, e freqüentemente, não, sem uma reflexão longa e séria; não, sem muito cuidado, e cuidado sincero. Conseqüentemente, essa preocupação, para prover para nós mesmos, e para os de nossa casa; essa preocupação, em como restituir o que devemos a eles, nosso abençoado Senhor não condena. Sim, isto é bom e aceitável aos olhos de Deus, nosso Salvador.
É bom e aceitável para Deus, que tenhamos preocupação, no que concerne ao que temos em mão; como a ter uma compreensão clara do que estamos por fazer; e planejar nossa tarefa, antes de darmos início a ela. E é certo que nós podemos, de tempos em tempos, considerar cuidadosamente quais são os passos que devemos tomar nisso; assim como, que devemos preparar todas as coisas de antemão, para conduzi-la da maneira mais efetiva. Esse cuidado, denominado por alguns como 'a preocupação da cabeça', de maneira alguma foi o que nosso Senhor objetivou condenar.
17. O que Ele condena aqui, é o cuidado excessivo do coração; a ansiedade; a inquietação desconfortável; a que traz aflição; toda aquela preocupação que causa dano à alma e ao corpo. O que Ele proíbe, é aquela agitação, que a experiência triste mostra, que enfraquece o sangue e esvazia o espírito; que antecipa toda a miséria que ela teme, e vem nos atormentar antes do tempo. Ele proíbe apenas aquela excitação que envenena as bênçãos de hoje, por temer o que possamos ser amanhã; que não pode desfrutar o presente plenamente, em meio às apreensões das necessidades futuras. Essa inquietação não é apenas uma doença desagradável, uma enfermidade grave da alma, mas também uma abominável ofensa contra Deus; um pecado dos mais abjetos. É uma alta afronta para o gracioso Governador, e sábio Disponente de todas as coisas; necessariamente implicando que o grande Juiz não está agindo corretamente; que Ele não está ordenando todas as coisas bem. Implica plenamente que Ele necessita, tanto de sabedoria – já que Ele não sabe quais as coisas de que necessitamos; quanto de santidade – se não as provém a todos aqueles que depositam sua confiança Nele. Cuide, portanto, que você não se aflija nesse sentido: Que não esteja ansiosamente preocupado, com coisa alguma. Que não tenha um pensamento desconfortável. Esta é uma regra clara, e certa. Cuidado inquietante, é cuidado ilegítimo. Com um olho fixo em Deus, faça tudo que estiver ao seu alcance para prover as coisas, de maneira honesta, aos olhos de todos os homens. E, então, entregue tudo em mãos melhores; deixe todo o resultado para Deus.
18. 'Não tenham preocupação' desse tipo; não tenham preocupação inquietante, mesmo 'pela vida; pelo que vocês devam comer; ou o que beber; ou que vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário?'. Se, então, Deus deu a vida, o maior dom de todos, Ele não dará alimento para sustentá-la? Se Ele deu a vocês um corpo, como vocês podem duvidar de que Ele dará o vestuário para cobri-lo? Mais especificamente, se vocês derem a si mesmos a Ele, e servirem-no com todo seus corações. 'Observem'; vejam, diante de seus olhos, 'as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros';e elas não têm falta de coisa alguma; 'seu Pai celestial as alimenta. Não são vocês muito mais do que elas?'. Vocês que são criaturas suscetíveis de Deus; não serão mais considerados aos olhos de Deus? Ou num grau e escala maior entre todos os seres? 'Ora, qual de vocês, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura?'. Que proveito vocês têm, então, desse pensamento ansioso? Será, de qualquer modo, infrutífero e inútil.
'E por que se preocuparem com o vestuário?'. Vocês já não têm uma reprovação, para onde quer, que vocês virem seus olhos? 'Olhem para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo eu lhes digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno', (que é cortada, queimada e não mais vista) 'quanto mais não vai vestir a vocês, homens de pouca fé?'. Vocês, aos quais Ele fez para que vivessem para sempre; para serem os retratos de sua própria eternidade! Vocês são, de fato, de pouca fé; do contrário, não poderiam duvidar de seu amor e cuidado; não; nem por um momento.
19. 'Portanto, não se preocupem, dizendo: Que havemos de comer', se nós não ajuntamos tesouros na terra? 'Que havemos de beber', se nós servimos a Deus com toda nossa força; se nossos olhos estão unicamente fixados Nele? 'Com que nos havemos de vestir', se nós não estamos em conformidade com o mundo; se nós não obedecemos aqueles, através dos quais poderíamos ter proveito? 'Pois a todas estas coisas os gentios procuram', -- os ateus que não conhecem a Deus. Mas vocês estão conscientes de que 'seu Pai celestial sabe que vocês têm necessidade de todas essas coisas'. E Ele tem apontado um caminho infalível de vocês estarem constantemente sendo supridos nisto: 'Busquem, primeiro o Seu reino, e a Sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas'.
20. 'Busquem, primeiro o reino de Deus': -- Antes de dar lugar a alguma outra preocupação ou cuidado, que seja sua única preocupação que o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo (que 'deu Seu único Filho Unigênito', para que, todo que nele crer, 'não pereça, mas tenha a vida terna') possa reinar em seus corações; possa manifestar a si mesmo em suas almas; e habitar, e lá comandar; que Ele possa 'atirar ao chão toda coisa imponente que exalta a si mesma contra o conhecimento de Deus, e traga cativo todo pensamento de obediência a Cristo'. Que Deus tenha o único domínio sobre vocês: Deixem-no reinar sem rival: Deixem que Ele possua todo o coração de vocês, e os comande sozinho. Que Ele seja o único desejo de vocês; a alegria, o amor; de modo que tudo que está em você possa continuamente clamar: 'O Senhor Deus Onipotente reina'.
'Busque o reino de Deus, e sua retidão'. Retidão é o fruto do reino de Deus no coração. E o que é retidão, se não, amor? – o amor a Deus e a toda a humanidade, fluindo da fé. em Jesus Cristo, e produzindo humildade de mente; mansidão, gentileza, longanimidade, perseverança, morte para o mundo; e cada disposição correta do coração, em direção a Deus e ao homem. E, através disto, ela produz todas as ações santas; o que quer que seja amável ou de boa reputação; o que quer que seja obras da fé e trabalho do amor são aceitáveis para Deus, e adequado ao homem.
'Sua retidão'. – Isto é toda sua retidão ainda: É o seu próprio dom, livre para nós, por amor a Jesus Cristo, o justo, através de quem unicamente é conseguida para nós. E é sua obra; é Ele apenas que opera isto em nós, através da inspiração do Espírito Santo.
21. Talvez, observar bem isto, possa dar uma luz para algumas outras Escrituras, que nós não temos entendido sempre tão claramente. Paulo, falando em sua Epístola aos Romanos, concernente aos descrentes judeus, disse: 'Eles, sendo ignorantes da retidão de Deus, e pretendendo estabelecer sua própria retidão, não têm se submetido à retidão Dele. Eu acredito que isto possa ser o único sentido das palavras: Eles eram 'ignorantes da retidão de Deus'; não apenas da retidão de Cristo, imputada a cada crente, por meio da qual, todos os seus pecados são apagados, e ele é reconciliado para o favor de Deus: Mas (o que parece aqui ser mais imediatamente entendido) eles eram ignorantes daquela retidão interior; daquela santidade de coração, que é, com a mais extrema propriedade, denominada retidão de Deus; como sendo seus dons livres, através de Cristo; e sua própria obra, por meio de seu Todo-Poderoso Espírito. E, porque eles eram 'ignorantes' disso, eles 'empreenderam estabelecer sua própria retidão'. Eles trabalharam para estabelecer aquela retidão exterior que poderia muito propriamente ser denominada sua própria. Já que ela nunca foi forjada pelo Espírito de Deus, nem pertenceu ou foi aceita por Ele. Eles teriam operado isto, eles mesmos, através da própria força natural; e, quando o fizeram, foi um fedor para suas narinas. Ainda assim, confiando nisso, eles 'não se submeteram à retidão de Deus'. Sim; eles se endureceram contra aquela fé, por meio da qual apenas, é possível ater-se a ela. 'Porque Cristo é a finalidade da lei, para a retidão de todo que crê'. Cristo, quando disse, 'Está terminado!', colocou um fim àquela lei, -- à lei dos ritos e cerimônias externas, que ele poderia trazer para uma melhor retidão, através de seu sangue; através daquela única oblação de si mesmo, uma vez oferecida, até mesmo a imagem de Deus, no mais íntimo da alma de cada um que crê.
22. Proximamente relacionado a essas são aquelas palavras do Apóstolo, em sua Epístola aos Filipenses: 'Eu considero todas as coisas como esterco, para que eu possa ganhar a Cristo'; uma entrada em seu reino eterno; 'e ser encontrado nele', acreditando nele, 'não tendo minha própria retidão, que é da lei, mas aquela que é através da fé de Cristo, a retidão que é de Deus pela fé'. – 'Não tendo minha própria retidão, que é da lei'; uma retidão meramente externa; a religião exterior que eu primeiramente tive, quando eu esperei ser aceito de Deus, porque eu fui 'tocado pela retidão que é da lei, sem culpa'; -- 'mas aquela que é através da fé em Cristo, a retidão que é de Deus pela fé'; (Filipense 3:8-9) aquela santidade do coração; aquela renovação da alma, em todos os seus desejos, temperamentos e afeições, 'que é de Deus', (é a obra de Deus, e não do homem) 'pela fé'; através da fé de Cristo, através da revelação de Jesus Cristo em nós, e pela fé em seu sangue; por meio do qual somente, nós obtemos a remissão de nossos pecados, e uma herança entre aqueles que são santificados.
23. 'Busquem, primeiro' este 'reino de Deus', em seus corações; esta retidão, que é o dom e obra de Deus; a imagem de Deus renovada em suas almas; 'e todas essas coisas devem ser acrescidas a vocês'; todas as coisas necessárias para o corpo; tal a medida de tudo como Deus vê, a maioria para a promoção de seu reino. Essas serão acrescentadas, -- elas serão acrescentadas, além. Em buscar a paz e o amor de Deus, vocês não apenas encontrarão o que vocês mais imediatamente procuram, mesmo o reino que não pode ser movido; mas também o que vocês não buscam, -- não, afinal, por causa dele, mas apenas em referência ao outro. Vocês encontrarão em seu caminho para o reino, todas as coisas exteriores, tanto quanto elas sejam convenientes para vocês. Esse cuidado Deus tem tomado sobre si mesmo: Joguem sobre Ele todas as suas preocupações. Ele conhece suas necessidades; e o que quer que esteja faltando, Ele não falhará em suprir.
24. 'Portanto, não se preocupem com o amanhã'. Não apenas não tenham preocupação em como ajuntarem tesouros na terra; como fazerem aumentar os bens materiais; não se preocupem, em como procurarem mais alimento do que aquele que vocês podem comer; ou mais vestuário do que podem vestir; ou mais dinheiro do que o dia a dia de uma vida simples e com propósitos razoáveis pode requerer; -- nem tenham um pensamento inquietante, mesmo no que concerne àquelas coisas que são absolutamente necessárias para o corpo. Não aflijam a si mesmos agora, com o que deverão fazer numa época ainda distante. Talvez, aquela época nunca chegue; ou não dirá mais respeito a vocês; -- antes, então, vocês terão passado por todas as ondas, e terão embarcado na eternidade. Todas essas visões distantes não pertencem a vocês; vocês são criaturas do dia a dia. Mais ainda, o que vocês poderão fazer pelo amanhã, mais estritamente falando? Por que causarem confusão a si mesmos, sem necessidade? Deus providencia para vocês hoje o que é necessário para sustentarem a vida que Ele tem dado a vocês. É o suficiente. Entreguem-se nas mãos deles. Se vocês forem viver mais um dia, Ele providenciará para este também.
25. Acima de tudo, não tenham preocupação com coisas futuras, com a pretensão de negligenciarem o dever presente. Este é o caminho mais fatal de 'se preocupar com o amanhã'. E quão comum é isto entre os homens! Muitos, se nós os exortamos a manterem a consciência isenta de ofensa; para absterem-se daquilo que estamos convencidos seja mal, não têm escrúpulos em replicar: 'Como, então, devemos viver? Nós não devemos nos preocupar conosco mesmos e com nossas famílias?'. E isto eles imaginam ser razão suficiente para continuarem em pecado conhecido e terrível. Eles dizem, e talvez pensem, que poderiam servir a Deus agora, não fossem eles, mais tarde, perder seu alimento. Eles se preparariam para a eternidade; mas estão temerosos pela falta do que é necessário para a vida. Assim, eles servem o diabo, por causa de um pedacinho de pão; eles se apressam para o inferno, por medo da necessidade; eles atiram fora suas pobres almas, a fim de que eles não possam, algum tempo ou outro, não alcançar o que é necessário para seus corpos!
Não é estranho que eles que lidam com o assunto, fora das mãos de Deus, possam estar tão freqüentemente desapontados das mesmas coisas que eles buscam; que, enquanto eles atiram fora o céu, para assegurar as coisas da terra, eles perdem uma, mas não ganham a outra? O zeloso Deus, no sábio curso de sua providência, freqüentemente permite isto. De maneira que, estes que não colocam suas preocupações em Deus; que têm aflições por coisas temporais, têm pouco interesse pelas coisas eternas; perdem a mesma porção que eles têm escolhido. Existe uma influência maléfica visível, em todas as suas incumbências; o que quer que eles façam, não prospera; de tal maneira que, depois de terem preterido Deus ao mundo, eles perdem o que eles buscaram, tanto quanto o que eles não buscaram: Eles não alcançam o reino de Deus, e sua retidão; nem ainda as outras coisas são acrescentadas a eles.
26. Existe uma outra maneira de 'nos preocuparmos com o amanhã', que é igualmente proibido nessas palavras. É possível preocuparmo-nos de modo errado, mesmo com respeito às coisas espirituais; sermos tão cuidadosos a respeito do que pode acontecer mais tarde, a ponto de negligenciarmos o que é requerido agora de nossas mãos. Quão insensivelmente nós deslizamos nisto, se não estamos continuamente vigiando com oração! Quão facilmente somos levados, em uma espécie de sonho acordado, projetando cenas remotas, e desenhando cenários aprazíveis em nossa própria imaginação! E nós pensamos, no que iremos fazer, quando estivermos em tal lugar, ou quando tal tempo chegar! Quão útil seria; quão produtivo nas boas obras, quando nós estivermos mais facilmente nessas nossas condições. Quão sinceramente serviremos a Deus, quando tal obstáculo estiver fora do caminho!
Ou, talvez, vocês estejam agora na opressão da alma: Deus, como aconteceu, esconde sua face de vocês. Vocês vêem pouco da luz de seu semblante: vocês não podem testar seu amor redentor. Em tal temperamento de mente, quão natural é dizer: 'Ó como eu irei louvar a Deus, quando a luz de seu semblante tiver novamente se erguido na minha alma! Como eu irei exortar outros a louvá-lo, quando seu amor estiver novamente espalhado em meu coração! Então, eu irei fazer assim e assim: eu irei falar para Deus em todos os lugares: Eu não irei me envergonhar do Evangelho de Cristo. Eu irei redimir o tempo: e usar o mais aprimorado talento que eu tenho recebido'. Não acreditem em si mesmos. Vocês não irão fazer isto, então, a menos que o façam agora.
'Aquele que é fiel no pouco', de qualquer espécie que seja, se for bens materiais, ou o temor, ou amor de Deus, 'será fiel naquilo que é muito'. Mas se vocês agora escondem um talento na terra, vocês irão esconder, então, cinco: Ou seja, se eles alguma vez forem dados; mas existe uma pequena razão para esperar que eles sempre serão. De fato, 'junto a ele que tem', ou seja, que usa o que tem, 'será dado, e ele terá mais abundantemente. Mas aquele que não tem', ou seja, que não usa da graça que ele já tem recebido, que, menor ou maior grau, 'será tomado mesmo o que ele tem'. (Lucas 8:18).
27. E não se preocupem pelas provas do amanhã. Esta também é uma armadilha perigosa. Não pensem: 'Quando tal prova vier, o que irei fazer? Como deverei ficar? Eu sinto que não tenho forças para resistir. Eu não sou capaz de dominar aquele inimigo'. A maior verdade: Vocês não têm agora o poder do qual vocês não necessitam. Vocês, neste momento, não estão capacitados para vencerem aquele inimigo; e nesse momento, ele não irá atacá-los. Com a graça que vocês têm agora, vocês não podem resistir às tentações que vocês não estão sofrendo. Mas, quando as provas vierem, a graça virá. Nas maiores experimentações, vocês terão a maior força. Quando os sofrimentos abundarem, as consolações de Deus virão, na mesma proporção, abundantes também. De maneira que, em cada situação, a graça de Deus será suficiente para vocês. Ele não irá permitir que vocês 'sejam tentados hoje', acima daquilo que vocês sejam capazes de suportar, e 'em cada tentação ele irá criar um caminho para escape'. 'Como forem teus dias, assim serão tuas forças'. (Deuteronômio 33:25) 'Seja de ferro e de metal o teu calçado; e a tua força seja como os teus dias'.
28. 'Deixem que o amanhã', portanto, 'preocupe-se consigo mesmo'; ou seja, quando o amanhã vier, então, pensem nele. Vivam o hoje. Seja o sincero cuidado de vocês, melhorarem a presente hora. Isto compete a vocês; e isto é tudo com que devem se preocupar. O passado é como nada; como se nunca tivesse existido. O futuro é nada para vocês. Ele não lhes pertence; talvez, nem nunca chegue a pertencer. Não se pode estar na dependência do que está por vir; porque vocês 'não sabem o que o dia poderá trazer'. Portanto, vivam o presente: não percam uma hora. Usem esse momento; porque ele é a sua porção. 'Quem, debaixo do sol, já sabia das coisas que vieram antes dele, ou o que deverá vir depois?'. As gerações que existiram desde o começo do mundo, onde elas estão agora? Passaram rapidamente: Estão esquecidas. Elas se foram; elas viveram seus dias; elas foram tiradas da terra, como as folhas de suas árvores: Elas viraram pó comum! Outra e outra raça sucederam; e, então, 'seguiram a geração de seus antepassados, e nunca mais viram a luz'.
Agora são vocês que estão sobre a terra. 'Regozijem-se', ó jovens, nos dias de sua juventude! Desfrutem muito, muito agora, alegrando-se com Ele, 'cujos dias não acabam'. Permitam que seus olhos estejam singularmente fixos Nele, 'que não é inconstante, nem demonstra a menor mudança!'. Agora dêem a Ele os seus corações; permaneçam Nele? Sejam santos, como Ele é santo. Abracem a oportunidade abençoada de fazer a Sua vontade aceitável e perfeita. Regozijem-se 'para suportarem a perda de todas as coisas', assim, vocês poderão 'ganhar a Cristo'.
29. Felizes, por suportarem hoje, por amor a Seu nome, o que quer que Ele permita que venha, neste dia, sobre vocês. Mas não se preocupem com o amanhã. 'É suficiente a cada dia o seu mal'. O mal é, falando da maneira dos homens, a reprovação, a necessidade, a dor ou enfermidade; mas na linguagem de Deus, tudo é bênção: É o precioso bálsamo preparado pela sabedoria de Deus, e distribuído, diferentemente, entre seus filhos, de acordo com as várias enfermidades de suas almas. E Ele dá, em um dia, o suficiente para aquele dia; proporcionado à necessidade e força do paciente. Se, por conseguinte, vocês quiserem hoje, o que pertence ao amanhã; se vocês acrescentarem isso ao que já é dado a vocês, isto será muito mais do que poderão suportar: Este é o caminho não para a cura, mas para a destruição de suas próprias almas. Tomem, portanto, a medida exata do que Ele deu a vocês, hoje. Hoje, façam e suportem o que é da vontade Dele! Hoje, entreguem-se; seus corpos, almas e espírito, a Deus, através de Jesus Cristo; desejando nada mais, a não ser que Deus possa ser glorificado em tudo que vocês são; em tudo que vocês fazem; em tudo que suportam; não buscando coisa alguma, a não ser conhecer a Deus, e ao Seu Filho, Jesus Cristo, através do Espírito eterno; nada almejando, a não ser amar a Ele, servi-lo, e alegrar-se Nele nessa hora, e para toda a eternidade!
Agora, junto 'a Deus, o Pai, que fez a mim e a todo o mundo'; junto a 'Deus, o Filho, que tem me redimido e a toda a humanidade' junto 'a Deus, o Espírito Santo, que santificou a mim e a todo o povo eleito de Deus'; seja a honra e louvor; majestade e domínio, para sempre e sempre! Amém!
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[Editado por Joel Nye, estudante da Northwest Nazarene College (Nampa, ID), com correções por George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology.]
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