80 Sobre o Sermão do Monte – Parte XII (John Wesley)

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'Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura se colhem uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis'. (Mateus 7:15-20)


1. É muito difícil expressar ou conceber as multidões de almas que se voltaram para a destruição, porque não foram persuadidas a caminhar pelo caminho estreito, embora ele fosse o caminho para a salvação eterna. E a mesma coisa nós podemos ainda observar diariamente. Tal é a insensatez e loucura da humanidade, que milhares de homens ainda prosseguem no caminho do inferno, porque ele é amplo. 


Eles mesmos caminham nele, porque outros o fazem: Porque tantos perecem, ele irão se somar a este número. Tal é a espantosa influência do exemplo sobre os fracos e miseráveis filhos dos homens! Ele continuamente povoa as regiões da morte, e arrasta as numerosas almas para a perdição eterna!


2. Para advertir a humanidade disso; para preservar tantos quantos for possível contra esse contágio, Deus tem ordenado aos seus vigias para gritarem bem alto, e mostrarem às pessoas o risco que elas correm. Para esta finalidade, ele tem enviado seus servos, os Profetas, em suas sucessivas gerações, para indicar o caminho estreito, e exortar todos os homens a não estarem de acordo com esse mundo. 


Mas o que fazer, se os próprios vigias caem na armadilha, contra a qual eles deveriam advertir a outros? O que fazer, se 'os Profetas profetizam fraudes?'. Se eles 'fazem com que as pessoas errem o caminho?'. O que deve ser feito, se eles indicam, como o caminho da vida eterna, o que, em verdade, é o caminho da morte eterna; e exortam outros a caminhar, como eles mesmos fazem, no caminho largo, e não no estreito? 


3. Mas será que esta é uma coisa sem precedente; uma coisa incomum? Não; Deus sabe que não. Os exemplos dela são quase incalculáveis. Nós podemos encontrá-la em todas as épocas e nações. Mas quão terrível é isto! – quando os embaixadores de Deus tornam-se agentes do diabo! –quando eles que são comissionados para ensinar o caminho para o céu aos homens, de fato, ensinam a eles o caminho para o inferno! Estes são como os gafanhotos do Egito, 'que comeram o resíduo que tinha escapado; que permaneceu depois do granizo'. Eles devoram até mesmo o restante dos homens que tem escapado; que não foi destruído pelo exemplo maléfico. Não é, portanto, sem motivo, que nosso sábio e gracioso Mestre, tão solenemente, nos acautela contra eles, 'Acautelem-se, diz Ele, 'dos falsos profetas, que vêm até vocês com roupas de cordeiro, mas interiormente são como lobos vorazes'.


4. Vamos inquirir uma advertência da mais extrema importância – que possa mais efetivamente mergulhar em nossos corações:


I. Primeiro, quais são esses falsos profetas?

II. Em Segundo Lugar, que aparência eles têm?

III. Em Terceiro Lugar, como nós podemos saber quem eles são realmente, não obstante a aparência honesta?


I


1. Nós vamos, primeiro, inquirir quais são os falsos profetas. E isto é necessário fazer mais diligentemente, porque esses mesmos homens têm trabalhado 'para deturpar o sentido dessa Escritura, para si próprios', mesmo que não apenas para a própria 'destruição'. Com o objetivo, portanto, de eliminar toda disputa, eu não devo fazer alarde (como é costume de alguns desses); nem usar de quaisquer exclamações incorretas e retóricas, para ludibriar os corações dos simples; mas falar duramente, as verdades claras, tais que, aquele que tiver algum entendimento ou modéstia restante, não poderá negar; e tais verdades que têm a mais íntima conexão com o teor do discurso precedente: Considerando que muitos têm interpretado essas palavras, sem qualquer atenção ao que veio anteriormente; como se elas não tivessem nada a ver com o sermão, em que se situam.


2. Aqui, a palavra profetas (como em muitas outras passagens das Escrituras; particularmente, no Novo Testamento) não significa aqueles que predizem as coisas que estão por vir, mas aqueles que falam em nome de Deus; aqueles homens que professam ser enviados de Deus, para ensinarem a outros o caminho do céu. 


Esses são os falsos profetas, que ensinam o caminho falso para o céu; um caminho que não conduz a ele; ou, (o que vem para o mesmo ponto), aqueles que não ensinam a verdade.


3. Todo caminho largo é infalivelmente um falso caminho. Portanto, a regra clara e certa é que 'eles que ensinam os homens a caminharem no caminho largo, em que muitos caminham, são os falsos profetas'. 


Novamente: O caminho verdadeiro para o céu é o caminho estreito. Por conseguinte, esta é uma outra regra clara e certa que, 'aqueles que não instruem os homens a caminharem no caminho estreito, para serem singulares, são os falsos profetas'.


4. Para ser mais específico: O único caminho para o céu é aquele indicado no sermão precedente. Portanto, são falsos os profetas que não ensinam os homens a caminharem por ele.


Agora, o caminho para o céu indicado no sermão precedente, é o caminho da humildade, do murmurar, da submissão, do desejo santo, do amor a Deus e ao próximo, do fazer o bem, tudo suportando pela causa de Deus. Na verdade, os falsos profetas são os que ensinam, como caminho que conduz ao céu, qualquer outro que não este. 


5. Não importa como eles chamam este outro caminho. Eles podem chamá-lo de fé; ou de boas obras; ou fé e obras; ou arrependimento; ou arrependimento, fé, e nova obediência. Todas essas são palavras boas: Mas, se sob esses, ou quaisquer outros termos que forem, eles ensinam aos homens algum caminho distinto desse, eles são propriamente falsos profetas. 


6. Quanto mais incorrem naquela condenação, os que falam mal desse bom caminho; -- acima de tudo, aqueles que ensinam o caminho diretamente oposto: o caminho do orgulho, da leviandade, da paixão, dos desejos mundanos, do amor ao prazer, mais do que o amor a Deus, da indelicadeza para com nosso próximo, da despreocupação pelas boas obras, enfrentando o mal, e não sendo perseguidos por causa da retidão!


7. Se for perguntado: 'Quem são os que sempre ensinaram, e ensinam que este é o caminho para o céu?'. Eu respondo que são os milhares de homens sábios e honrados; mesmo todos aqueles de qualquer denominação, que encorajam o orgulho; o frívolo; o passional; o amante do mundo; o homem de prazer; o injusto ou indelicado; o vulgar; o negligente; o inofensivo; a criatura inútil; o homem que não sofre reprovação por causa da retidão, por imaginar que ele está no caminho do céu. Esses são os falsos profetas, no mais alto sentido da palavra. Esses são os traidores tanto de Deus quanto do homem. Esses não são outros do que os primogênitos de satanás; os filhos mais velhos de Apollyon, o Destruidor. Esses estão muito acima da categoria dos degoladores comuns; já que eles são assassinos das almas dos homens. Eles estão continuamente povoando os reinos da noite; e quando eles seguirem as pobres almas que eles destruíram, 'o inferno se moverá nas profundezas para encontrá-los na sua vinda!'.


II


1. Mas eles vêm agora em sua forma própria? De modo algum. Se fosse assim, eles não poderiam destruir. Vocês poderiam ficar alertas, e tentariam salvar suas vidas. Entretanto, eles se revestem de uma aparência completamente diferente: (o que será a segunda coisa a ser considerada) 'Eles vêm até você, em roupas de ovelhas, embora interiormente, sejam lobos ferozes'. 


2. 'Eles vêm até você, em roupas de ovelhas'; ou seja, com uma aparência benéfica. Eles vêm de uma maneira mansa e inocente, sem qualquer marca ou sinal de animosidade. Quem poderia imaginar que essas criaturas quietas causariam algum dano a quem quer que fosse? Talvez, eles não possam ser tão zelosos e ativos em fazerem o bem, como alguém poderia esperar que eles fossem. Entretanto, vocês não vêem motivos para suspeitarem que eles tenham mesmo o desejo de causarem algum dano. Mas isto não é tudo. 


3. Eles vêm, em Segundo Lugar, com uma aparência benéfica. Realmente, para isto, para fazerem o bem, eles são particularmente chamados. Eles são colocados aparte para essa mesma coisa. Eles são particularmente comissionados para vigiarem as suas almas, para instrui-los para a vida eterna. É toda tarefa deles, 'fazerem o bem, e curarem aqueles que estão oprimidos pelo diabo'. E vocês têm estado sempre acostumados a vê-los sob esse prisma; como mensageiros de Deus; enviados para trazerem a vocês uma bênção.


4. Eles vêm, em Terceiro Lugar, com uma aparência de religião. Tudo o que eles fazem é por causa da consciência! Eles asseguram a vocês, que não é pelo mero zelo por Deus, que eles estão fazendo Dele um mentiroso. Não é pela pura preocupação com a religião, que eles destruiriam a raiz e ramificações dela. Tudo o que eles falam, é apenas de um amor à verdade, e um temor, a fim de que ela não venha a  sofrer; e, pode ser por uma preocupação pela igreja, e um desejo de defendê-la de todos os seus inimigos. 



5. Acima de tudo, eles vêm com uma aparência de amor. Eles tomam todas essas dores, apenas para o bem de vocês. Eles não deveriam se preocupar com respeito a vocês, a não ser em benefício de vocês. Eles farão grandes declarações, de bom grado; com respeito ao perigo em que vocês se encontram; e do sincero desejo de preservarem vocês do erro, e de que sejam envolvidos nas novas e prejudiciais doutrinas. Eles sentiriam muito de ver alguém que estivesse bem, apressar-se para algum extremo, perplexo com noções estranhas e ininteligíveis, ou iludido pelo entusiasmo. É por este motivo que eles aconselham a vocês a se manterem quietos, no meio termo, e para se precaverem de 'serem demasiadamente retos', a fim de que não possam 'destruir a si mesmos'. 


III


1. Mas como nós podemos saber o que eles realmente são, apesar da aparência honesta deles? Esta é a Terceira coisa, na qual foi proposto inquirir. Nosso abençoado Senhor viu quão necessário foi para todos os homens conhecerem os falsos profetas, mesmo que, disfarçados. Ele viu, igualmente, quão incapaz a maioria dos homens foi de deduzir a verdade, através de uma longa sucessão de conseqüências. Ele, por conseguinte, nos forneceu uma regra breve e clara, fácil de ser entendida pelos homens das mais inferiores capacidades, e fácil de ser aplicada a todas as ocasiões: 'Nós podemos conhecê-los, através dos seus frutos'.


2. Para todas as ocasiões vocês podem facilmente aplicar essa regra. Com o objetivo de saber, se os que falam em nome de Deus são falsos ou verdadeiros profetas, é fácil observar:


Primeiro: Quais são os frutos sobre a doutrina deles, sobre eles mesmos? Que efeito ela tem sobre suas vidas? Eles são santos e sem culpa, em todas as coisas? Que efeito ela tem sobre seus corações? Aparece através do teor geral de suas conversas, que o temperamento deles é santo, sagrado e divino? Que a mente que está neles, é a que estava em Jesus Cristo? Eles são meigos, humildes, pacientes, e amantes de Deus e homem, e zelosos das boas obras?  


3. Vocês podem facilmente observar:


Em Segundo Lugar: Quais são os frutos da doutrina deles, sobre aqueles que os ouvem; em muitos, pelo menos, embora não em todos; já que nem mesmo os Apóstolos converteram todos os que os ouviram. Esses têm a mente que estava em Cristo? E eles caminham como Ele também caminhou? E foi por ouvir esses homens que eles começaram a assim proceder? Eles eram interiormente e exteriormente pecaminosos, até que eles os ouviram? Se assim for, é uma prova manifesta de que eles são verdadeiros profetas, professores enviados de Deus. Mas, se não for assim, se eles efetivamente não ensinam nem a si mesmos ou aos outros a amarem e servirem a Deus, é uma prova manifesta de que eles são falsos profetas; de que Deus não os enviou.  

4. Uma declaração dura esta! Quão poucos podem suportá-la! Disto nosso Senhor era sensível, e, por esta razão, dignou-se a provar, amplamente, através de argumentos claros e convincentes. 'Os homens', diz Ele, 'porventura, colhem uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?' (Mateus 7:16). Será que eles esperam que esses homens pecaminosos possam trazer bons frutos? Igualmente, vocês poderiam esperar que espinheiros produzissem uvas, ou que os figos pudessem crescer em abrolhos! 'Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus' (Mateus 7:17). Todo profeta verdadeiro, todo professor que eu tenho enviado, produz os bons frutos da santidade. Mas um falso profeta, um professor que eu não tenho enviado, produz apenas pecado e maldade. 'Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons'. Um falso profeta, um professor enviado de Deus, não apenas produz bons frutos, algumas vezes apenas, mas sempre; não acidentalmente, mas através de um tipo de necessidade. De igual maneira, um falso profeta, alguém a quem Deus não enviou, não pode produzir frutos maus acidentalmente, ou algumas vezes apenas, mas sempre, e da necessidade. 'Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo' (Verso 19). Tal infalivelmente acontecerá a uma grande quantidade de profetas que não produz bons frutos; que não salva almas do pecado; que não traz os pecadores ao arrependimento. 


'Portanto', que esta seja uma regra eterna, 'pelos seus frutos os conhecereis'. (Mateus 7:20). Eles que, de fato, fazem com que os amantes do mundo, orgulhosos, passionais, e cruéis, se tornem humildes, gentis, amantes de Deus e homem, - são os verdadeiros profetas; são os enviados por Deus, que, por conseguinte, confirma a palavra deles. Por outro lado, eles, cujos ouvintes, se pecaminosos antes, permanecem pecaminosos ainda, ou, pelo menos, invalidam qualquer retidão que 'exceda a retidão dos escribas e fariseus', --  são os falsos profetas; eles não foram enviados de Deus; portanto, a palavra deles cai ao chão: E, sem o milagre da graça, eles e seus ouvintes caem no abismo sem fim!


5. Ó, 'que vocês se acautelem desses falsos profetas!'. Porque, embora eles 'venham vestidos como ovelhas, ainda assim, interiormente são como lobos ferozes'. Eles apenas destroem e devoram o rebanho: Eles os rasgam em pedaços, se não existe quem os ajude. Eles não irão, não podem, conduzir vocês ao caminho do céu. Como eles poderiam, quando não conhecem isto em si mesmos? Ó, cuidem que eles não os tirem do caminho, e façam com que vocês 'percam o que já conseguiram!'.


6. Mas , talvez, vocês perguntem: 'Se existe tal perigo de ouvi-los, eu devo ouvi-los, afinal?. Esta é uma questão importante, tal que merece a mais profunda consideração, e não deve ser respondida, a não ser com o pensamento mais sereno, a reflexão mais deliberada. Por muitos anos, eu tenho estado temeroso de falar, afinal, concernente a ela; estando incapaz de determinar um caminho ou o outro; ou fazer qualquer julgamento sobre ele. Muitas razões existem que prontamente ocorrem, e inclinam-me a dizer, 'Não os ouçam'. E, ainda assim, o que nosso Senhor fala concernente aos falsos profetas de seu próprio tempo, parece deduzir o contrário. 'Então Jesus, falou à multidão, e para seus discípulos dizendo, Os escribas e fariseus  que se sentam no trono de Moisés' -- são os professores comuns, mencionados em sua igreja: Tudo, por conseguinte, o que quer que eles ordenem vocês observarem, que observem e façam. Mas não façam segundo suas obras; 'porque eles dizem e não fazem'. Agora, que esses foram falsos profetas, no mais alto sentido, nosso Senhor tem mostrado durante todo o curso de seu ministério; como, realmente, eles fazem nessas mesmas palavras, 'Eles dizem e não fazem'. Portanto, por seus frutos seus discípulos não podem deixar de conhecê-los, vendo que eles foram revelados aos olhos de todos os homens. Portanto, Ele os adverte, várias vezes, para se precaverem desses falsos profetas. Mas, ainda assim, não os proíbe de ouvirem, até mesmos esses: Mais do que isto, Ele, em efeito, ordena a eles para assim o fazerem, nessas palavras: 'Tudo, por conseguinte, que eles ordenem vocês observarem e fazerem': Porque, a menos que eles os ouçam, eles não poderiam saber, muito menos observar, o que eles têm ordenado fazer. Aqui, então, o próprio nosso Senhor oferece uma direção clara, a ambos os seus Apóstolos, e toda multidão, em algumas circunstâncias, para ouvirem, até mesmo, os falsos profetas, conhecidos e reconhecidos por serem assim.


7. Mas, talvez, seja dito: 'Ele apenas direciona ouvi-los, quando eles lêem as Escrituras na congregação'. Eu respondo que, ao mesmo tempo, em que eles assim lêem as Escrituras, eles geralmente as expõem também. E aqui não é uma espécie de sugestão que eles devam ouvir aquele, e não o outro também. Mais ainda, os mesmos termos, 'Todas as coisas que eles os ordenam observar', excetua qualquer tal limitação.   


8. Novamente: A eles, aos falsos profetas, inegavelmente, é freqüentemente confiada (Ó, que tristeza falar! Porque certamente essas coisas não deveriam ser assim) a administração do sacramento também. Direcionar, portanto, os homens a não os ouvirem, poderia ser, em efeito, tirá-los das ordenanças de Deus. Mas isso nós não ousamos fazer, considerando que a validade da ordenança não depende da santidade daquele que a administra, mas da fidelidade Dele que a ordenou; quem nos fará e nos faz conhecer seus desígnios. Por conseguinte, sobre esse relato, igualmente, eu receio dizer, 'não ouçam, certamente, os falsos profetas'. Até mesmo, através desses que estão sob uma maldição, Deus pode e nos dá sua benção. Porque o pão que eles repartem, nós sabemos experimentalmente ser 'a comunhão do corpo de Cristo': E o cálice que Deus abençoou, até mesmo, através dos lábios profanos deles, tem sido para nós a comunhão do sangue de Cristo.   


9. Tudo, portanto, que eu posso dizer, é isto: em quaisquer circunstâncias, esperem em Deus, através de oração humilde e sincera, e, então, ajam de acordo com a melhor compreensão que vocês tiverem: Sobre tudo, ajam de acordo com o que vocês estão persuadidos ser o melhor para o proveito espiritual de vocês. Tomem grande precaução para que não julguem precipitadamente; para que vocês não pensem levianamente que alguém seja falso profeta: E, quando vocês tiverem uma prova completa, vejam que a raiva ou a contenda não tenha lugar em seu coração. Depois disso, na presença e no temor de Deus, concluam para si mesmos. Eu apenas posso dizer que, se, pela experiência, vocês acharem que ouvi-los machuca suas almas, então, não os ouçam; então, calmamente abstenham-se, e ouçam aqueles que trazem proveito a vocês. Se, por outro lado, vocês acham que isto não causa dano às suas almas, então, vocês podem ouvi-los ainda. Apenas 'dêem atenção ao que ouvem': Afastem-se deles e de suas doutrinas. Ouçam com temor e tremor, a fim que não possam se enganar, e se entreguem, como eles, a uma forte desilusão. Como eles continuamente misturam verdade e mentiras, facilmente, vocês podem se enganar com ambas! Ouçam com oração fervorosa e contínua a Ele que tão somente ensina ao homem sabedoria. E vejam que vocês tragam tudo o que ouvirem 'para o discernimento da lei e do testemunho'. Recebam nada que não esteja provado; não receba coisa alguma, até que seja pesado na balança do santuário: Acreditem em nada do que eles dizem, a menos que seja claramente confirmado pelas passagens dos santos escritos. Rejeitem completamente o que quer que difira dela, o que quer que não seja confirmado por ela. E, em particular, rejeitem com a mais extrema abominação, o que quer que seja descrito como o caminho da salvação, que seja tanto diferente, quanto completamente contrário ao caminho que nosso Senhor tem apontado no discurso precedente.


10. Eu não posso concluir, sem endereçar algumas poucas palavras àqueles de quem eu tenho falado ultimamente. Ó, vocês, falsos profetas! Ó, vocês, de ossos secos! Ouçam, pelo menos uma vez, a palavra do Senhor! Por quanto tempo, vocês continuarão mentindo, em nome de Deus, dizendo: 'Deus tem falado'; e Deus não tem falado através de vocês? Por quanto tempo, vocês irão perverter os caminhos certos do Senhor, irão trocar as trevas pela luz, e a luz pelas trevas? Por quanto tempo, vocês irão ensinar o caminho da morte, e chamar a isto de caminho da vida? Por quanto tempo, vocês irão entregar a satanás as almas às quais vocês professam trazer para Deus?


11. 'Ai de vocês, líderes cegos de cegos! Porque vocês fecham os reinos dos céus para os homens. Nem vocês mesmos entram, nem permitem que aqueles que estão entrando, entrem'. Aqueles que 'estão se esforçando para entrarem pelo portão estreito', vocês chamam de volta para o portão largo. Aqueles que, com dificuldade, têm dado um passo nos caminhos de Deus, vocês diabolicamente advertem para não irem mais longe. Aqueles que mal começaram ' a sentir fome e sede de justiça',  vocês avisam para não 'serem demasiados retos'. Assim, vocês fazem com que eles tropecem no mesmo limiar; sim, com que venham a cair, e não mais se ergam. Ó, por que motivo, vocês fazem isto? Que proveito existe no sangue deles, quando eles caem no precipício? Proveito miserável a vocês! 'Eles devem perecer em suas iniqüidades; mas o sangue deles, Deus irá requerer das tuas mãos!'. 


12. Onde estão seus olhos? Onde está o entendimento de vocês? Vocês irão enganar os outros, até que enganem a si mesmos também? Quem tem requerido de suas mãos, para que ensinem o caminho que vocês nunca conheceram? Vocês não estarão se entregando a tão 'forte desilusão', de maneira que vocês não apenas ensinam, mas 'acreditam na mentira?'. E como é possível acreditarem que Deus os tem enviado? Que vocês são Seus mensageiros? Mais ainda, se foi o Senhor quem os enviou, a Sua obra iria prosperar em suas mãos. Assim como o Senhor vive, se vocês forem os mensageiros de Deus, ele iria 'confirmar a palavra de seus mensageiros'. Mas a obra do Senhor não prospera nas mãos de vocês. Vocês não trazem os pecadores ao arrependimento. O Senhor não confirma a palavra de vocês; porque vocês não salvam as almas da morte. 


13. Como vocês podem se evadir da força das palavras de nosso Senhor,  -- tão completas, tão  fortes, tão claras? Como vocês podem se esquivar de se conhecerem por seus frutos, -- os frutos maus, de árvores más? E como pode ser mostrado o contrário? 'Porventura se colhem uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?'. Tomem isto para si mesmos, vocês a quem isto pertence! Ó, vocês árvores estéreis, por que vocês obstruem o solo? 'Toda árvore boa, produz bons frutos'. Vocês vêem que vocês não, e que aqui não existe exceção? Reconheçam, então, que vocês não são boas árvores; porque vocês não produzem bons frutos. 'Mas uma árvore corrupta produz maus frutos'; e assim vocês têm feito, desde o início. A conversa de vocês, como sendo de Deus, tem apenas confirmado aqueles que a ouvem, nos temperamentos, se não, nas obras, do diabo. Ó tomem a advertência Daquele, em cujo nome vocês falam, antes que a sentença que ele tem pronunciado tome seu lugar: 'Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo'.


14.  Meus queridos irmãos, não endureçam seus corações! Vocês têm, há tanto tempo, fechado seus olhos para a luz. Abram-nos, antes que seja muito tarde; antes que vocês sejam lançados para a mais distante escuridão! Não permitam que alguma consideração temporal tenha influência sobre vocês; porque a eternidade está em jogo! Vocês têm participado, antes de terem sido enviados. Ó, não vão mais longe! Não persistam em condenar a si mesmos e a eles que os ouvem! Vocês não têm os frutos de seu trabalho. E por que é isto? É porque o Senhor não está com vocês. Vocês podem ir à luta às suas próprias custas? Não podem. Então, humilhem-se diante Dele. Clamem junto a Ele, como pó, para que Ele possa, primeiro, vivificar suas almas; e fornecer a fé que é operada pelo amor; que é humilde e mansa; pura e misericordiosa, zelosa das boas obras, regozijando-se na tribulação, na reprovação, na aflição, na perseguição por causa da retidão! Assim, 'O Espírito da glória e de Cristo repousarão sobre vocês', e parecerá que Deus os tem enviado. Desse modo, vocês, realmente, 'farão a obra de um Evangelista, e produzirão a prova completa de seus ministérios'. Dessa forma, a palavra de Deus, na boca de vocês, será 'um martelo que quebra as rochas em pedaços!'. E, então, pelos frutos de vocês, vocês serão conhecidos como os profetas do Senhor, até mesmo, pelos filhos que Deus tem dado a vocês. E tendo 'transformado a muitos para a retidão', vocês deverão 'brilhar como estrelas, para todo o sempre!'.



Editado por Kristen Chamberlain, estudante da  Northwest Nazarene College (Nampa, ID), com correções por George Lyons for the Wesley Center for Applied Theology.]


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