9 O QUE OS LÍDERES DA IGREJA DEVEM OU NÃO FAZER

Famílias em Crise - 8 Sermões PDF

TRATANDO DO ABUSO E VIOLÊNCIA NA FAMÍLIA


1. ACEITE DE FATO a realidade de que o abuso e a violência na família ocorrem nas famílias dos membros da igreja.  NÃO perpetue a crença de que ao tornar-se membro da igreja ocorre uma mudança automática no comportamento aprendido do agressor.


2. ROMPA o silêncio sobre o abuso.  NÃO perpetue a crença de que o que ocorre entre os membros da família, em seus próprios lares é assunto particular e a igreja não tem qualquer responsabilidade de se envolver.


3. COMPREENDA que o abuso e a violência domésticos dizem respeito ao poder, controle e força da vontade de alguém sobre a outra pessoa.  NÃO aceite o argumento comum de que o comportamento abusivo do agressor deve-se ao álcool, situações estressantes ou o comportamento da vítima.


4. DÊ OUVIDOS e aceite os sentimentos da vítima, sem fazer julgamentos.  NÃO censure a vítima.


5. FAÇA PERGUNTAS como as que se seguem quando suspeitar da ocorrência de abuso: “O que o seu marido faz quando está irado?  Você está em perigo?  Você está preocupada quanto à sua própria segurança e a de seus filhos?” Ouça e acate seriamente as respostas da vítima.  NÃO minimize ou despreze o temor da vítima.


6. ACATE COM SERIEDADE todas as informações de incidentes de abuso físico, emocional ou sexual.  NÃO minimize a gravidade dos episódios relatados ou negue a proteção necessária às pessoas que estão buscando ajuda, nesses momentos em que estão mais vulneráveis.


7. RESPEITE o direito da vítima de tomar decisões sobre como responderá à situação abusiva na qual se encontra.  Ajude-a a encontrar o maior número de alternativas possíveis.  NÃO fique aborrecido se a vítima não acatar seu conselho ou se não puder ver como livrar-se prontamente de sua situação abusiva.


8. RESPONDA nesta seqüência”:  (1) PROTEJA a vítima; (2) PONHA UM FIM ao abuso; (3) AVALIE o relacionamento para ver se pode ser salvaguardado;  (4) FACILITE a reconciliação no relacionamento ou ajude durante o pesar pela perda desse relacionamento significativo.  NÃO busque prontamente o perdão e a reconciliação.  Uma vez que o alvo imediato não é salvar o casamento, mas pôr um fim à violência, o aconselhamento de casais não é a primeira tarefa.  Esse aconselhamento pode ser eficaz somente após o fim do ciclo de violências.


9. CAPACITE os membros da família a terem acesso à rede total de serviços profissionais que lhes estão disponíveis na igreja ou na comunidade.  NÃO perpetue omito de que um bom cristão deve resolver seus problemas somente através da oração e do estudo da Bíblia, sem ajuda exterior.


10. AJUDE a vítima a encontrar um local seguro se ela ou os seus filhos estiverem em perigo físico.  NÃO diga à vítima que ela deve ficar com seu marido por ser responsável por manter o casamento ou pela salvação de seu marido.


11. OUÇA e espere toda uma gama de emoções negativas expressadas pela vítima ao falar de suas experiências de abuso.  NÃO force a vítima a reprimir sua ira ou pesar.  Isso faz parte do processo de recuperação.


12. ASSEGURE à vítima de que o abuso nunca foi sua culpa.  O agressor fez uma escolha deliberada para exercer o poder e o controle sobre ela a fim de alcançar seus próprios desejos.  NÃO perpetue o mito de que a vítima de alguma forma suscita o tratamento abusivo sobre ela.


13. AJUDE a vítima a descobrir e a desenvolver seus próprios recursos – dinheiro, amigos, parentes, emprego – de forma que ela tenha o maior número possível de opções.  NÃO espere que a vítima seja capaz de romper sozinha essa situação.


14. MANTENHA a confidencialidade.  Deixe a vítima saber que você não contará essa questão a ninguém sem a permissão dela.  Isso é essencial para a sua segurança.  NÃO use a história dela como ilustração de um sermão ou fale de seu problema em um círculo maior do que o necessário, para facilitar a cura da vítima e mesmo assim somente mediante sua permissão.


15. AJUDE os sobreviventes de abusos a lidarem com seus questionamentos espirituais com os quais estão lutando.  Exemplo:  Deus está me castigando?  Por que Deus não me protegeu?  O que o perdão requer de mim?  NÃO critique a vítima por lutar com questionamentos espirituais como conseqüência do abuso ou despeça-a com um simples “ore” sobre isso.


16. PROVEJA justiça para as vítimas a fim de que possam tornar-se sobreviventes ao: ouvir seus relatos e reconhecer o mal que foi feito contra elas; manter o agressor responsável por seu comportamento, insistindo em que um verdadeiro arrependimento sempre envolve a mudança de comportamento e restituição plena, na medida do possível; e ao facilitar o processo de cura a fim de que, à medida do tempo, ao a vítima estar pronta, as feridas possam se transformar em cicatrizes que já não mais a incapacitam de viver uma vida plena.  NÃO censure a vítima ou minimize o incidente.  Não encoraje a reconciliação até que haja arrependimento e mudança de comportamento da parte do agressor.  Não tente acelerar o processo da cura.


17. PROVEJA uma rede de apoio de ajudadores e amigos na igreja que estejam disponíveis, continuamente, para oferecer hospitalidade e amizade às vítimas de abuso e a seus filhos, incluindo locais seguros para aqueles que estão em perigo imediato.  NÃO encoraje a vítima a permanecer em um relacionamento abusivo, resistindo ao sofrimento.


18. OFEREÇA contínuo apoio à vítima.  Regularmente, mantenha contato com ela a fim de assegurar como ela está se saindo e ofereça ajuda prática.  NÃO abandone a vítima em sua contínua necessidade.


19. CONFRONTE o agressor apenas após a vítima e seus filhos estarem em um local seguro. NÃO confronte o agressor sozinho – tenha outro líder da igreja junto de si, para sua própria segurança.


20. ANTECIPE as respostas típicas do agressor – negação veemente de qualquer má ação, minimização da gravidade da situação, pouca admissão da culpa (“Essa foi a primeira vez, nunca mais farei isso.”)  NÃO seja tentado a aceitar suas palavras, quando a evidência diz o contrário, e a responsabilizar a vítima.


21. INFORME os acidentes abusivos e violentos às autoridades locais, quando exigido pela lei.  NÃO tente proteger o agressor da lei. Essa atitude pode privar o agressor de seu primeiro incentivo necessário par a busca de um tratamento.


22. INSISTA em um tratamento terapêutico profissional para o agressor.  NÃO tente aconselhar além de seu nível de treinamento e perícia profissionais.


23. MANTENHA o agressor responsável por seu comportamento que é destrutivo a si mesmo e à sua família.  NÃO ofereça perdão fora do verdadeiro arrependimento, que sempre é evidenciado pela mudança do comportamento e restituição de todas as formas possíveis.


24. PROVEJA apoio e encorajamento aos agressores que estão fazendo tratamento.  Assegure-lhes das riquezas da compaixão e perdão de Deus.  Lembre-se que o arrependimento sempre é evidenciado pela mudança de comportamento e restituição de todas as formas possíveis.  NÃO seja enganado por uma aparente “experiência de conversão”, que pode ser apenas um engodo para trazer a vítima de abuso de volta ao lar.


25. AUMENTE a conscientização sobre os sinais de advertência na personalidade de uma pessoa agredida.  NÃO espere que tal comportamento irá mudar sem uma intervenção.


26. AUMENTE  a conscientização quanto ao ciclo do abuso.  A intervenção mais bem sucedida ocorre nos breves períodos, imediatamente após um incidente abusivo, quando a motivação par a mudança da parte da vítima está no pico.  NÃO presuma que a fase da “lua de mel” representa uma recuperação ou reconciliação.  As intervenções durante esse período são geralmente improdutivas.


27. PROVEJA oportunidade para o estabelecimento da comunicação e habilidades par a resolução do conflito.  NÃO presuma que todas as famílias cristãs podem desenvolver essas habilidades sem a ajuda.


28. PROVEJA instrução paterna centralizada na diferença entre a punição e a correção.  NÃO perpetue o uso de punição física como o método principal de correção.  


29. PROVEJA instrução com respeito à sexualidade que inclua informações sobre a natureza destrutiva do abuso sexual.  NÃO se deixe restringir por tabus sociais que desencorajam a discussão aberta sobre questões sexuais.


30. DEFINA o comportamento abusivo – físico, emocional e sexual – e deixe claro que sob circunstância alguma o comportamento abusivo é aceitável. NÃO desculpe o comportamento abusivo, mesmo quando a pessoa agredida parece “desejar” ou “merecer” o abuso.


31. ACEITE sua responsabilidade profissional de manter os mais elevados padrões éticos como ministro do evangelho, reconhecendo que sua profissão o coloca em uma posição de confiança e poder.  NÃO entre em um relacionamento sexual com outra pessoa além de sua esposa, mesmo que julgar que a outra pessoa deseja tal relacionamento.


32. ACENTUE uma atmosfera de cura em sua congregação.  Reconheça o impacto do abuso e enfatize o amor e a graça de Deus.  NÃO aumente ainda mais a dor da vítima ao condená-la, julgá-la ou criticá-la.


33. ENSINE às crianças sobre os toques inapropriados e secretos, e identifique as pessoas de quem elas podem buscar ajuda.  NÃO presuma que as crianças estão seguras no círculo familiar, na igreja ou entre amigos.


34. AJUDE os membros da igreja a compreenderem questões tais como


O papel da dor e do sofrimento na vida do cristão.

A diferença entre punição e correção da criança.

O perdão que não exige a tolerância de um relacionamento abusivo.

A natureza do relacionamento marido/mulher no casamento cristão.


NÃO perpetue a má compreensão sobre essas questões por sua pregação e ensino ou por deixar de apresentar as más compressões teológicas que deixam as pessoas vulneráveis ao abuso.


Karen e Ron Flowers

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